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Programa internacional

Zoológico de Brasília tem papel importante na conservação de espécies animais

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Engana-se quem pensa que a Fundação Jardim Zoológico de Brasília é um local de exposição de animais. A grande missão do espaço é a preservação de espécies, aliada à educação ambiental. Com esse foco, o zoo integra o programa internacional de reprodução e conservação de sete grupos.

A iniciativa é denominada study book, pois concentra informações relacionadas aos animais, como quais zoológicos os abrigam, a quantidade de machos e de fêmeas, além da idade e do parentesco dos indivíduos.

Isso auxilia no estudo da diversidade biológica e, consequentemente, na saúde dos animais reproduzidos. “Não podemos deixar que uma representatividade genética fique muito intensa porque caímos em um processo de consanguinidade”, explica o diretor-presidente do Zoológico, Gerson de Oliveira Norberto. “Isso torna os indivíduos mais frágeis, suscetíveis a doenças e má-formação, por exemplo.”

Cada espécie tem seu próprio responsável dentro do planejamento. Dois funcionários do Zoológico de Brasília, por exemplo, cuidam do que é relacionado a ariranhas. “Eles reúnem as informações de todas as ariranhas que vivem em zoológicos e definem as diretrizes que o programa terá para manter a população saudável”, detalha o assessor de Conservação e Pesquisa da fundação, Igor Morais.

Outro exemplo é o tamanduá-bandeira, cuja responsável técnica é a vice-diretora de um zoológico na Alemanha. Morais conta que, a partir dos dados coletados, um determinado animal do zoo de Brasília pode ser escolhido para reproduzir com outro da mesma espécie de alguma parte do mundo.

Além da ariranha e do tamanduá-bandeira, Brasília ainda participa dos estudos relacionados aos bugios, ao lobo-guará, ao mico-leão-da-cara-dourada, ao mico-leão-dourado e ao zogue-zogue.

Recuperação das espécies na natureza

O principal objetivo do programa internacional é a preservação das espécies na natureza. “Ele auxilia na reprodução mantendo a diversidade genética e consequentemente uma população saudável”, resume o assessor.

A maior parte dos animais representados no Zoológico de Brasília estão ameaçados de extinção. Em todos os casos, pelo menos um dos motivos está relacionado à degradação do meio ambiente.

Michael, Bel e Lipe são bugios-de-mão-ruiva. Eles foram resgatados após a inundação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e chegaram a Brasília pequenos e desnutridos. O trio, composto por dois machos e uma fêmea, deve ter cerca de 1 ano atualmente e possibilitará ações para recuperar a espécie.

Segundo Igor Morais, existem apenas duas populações selvagens do animal no mundo. Alguns estão em áreas isoladas, o que faz com que haja consanguinidade, facilitando o nascimento de indivíduos doentes.

Nesse caso, será feita parceria com outros zoológicos que tenham a espécie para reproduzir filhotes saudáveis e melhorar o fluxo genético no Brasil. O trabalho ainda envolve identificar o que ameaça os animais, resolver o problema e checar se há áreas com abrigo e alimento para eles.

Isso porque para que qualquer animal seja livre, é preciso que haja espaço na natureza para ele. No caso dos primatas, o tempo que antecede a soltura é outro detalhe importante. O primata vive em grupo e precisa ser sociável. O trabalho de adaptação de um bicho à vida livre pode durar quase uma década. “Ele é muito cognitivo, cria vínculo com o ser humano”, justifica o diretor-presidente do Zoológico.

Desmatamento é a principal ameaça aos animais

Espécie endêmica à Mata Atlântica, o mico-leão-da-cara-dourada é, das quatro espécies de mico-leão, a que tem a maior população em zoológicos. Devido à destruição do habitat, principalmente por causa do consumo do cacau, o bicho integra a lista de animais ameaçados de extinção.

Prova do trabalho importante feito em zoológicos comprometidos com a conservação dos animais, o mico-leão-dourado é exemplo também do mal que o desmatamento pode causar. O macaco está há décadas na lista de espécies ameaçadas de extinção e é símbolo da luta pela conservação da diversidade biológica.

De acordo com o assessor de Conservação e Pesquisa Igor Morais, no fim da década de 1970 restava na Mata Atlântica uma população pequena de cerca de 200 indivíduos do primata. O número aumentou e chega a quase 1,5 mil, sendo que mais da metade é descendente de animais que vivem em zoos.

Planos de ação nacional

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) coordena mais de 50 planos de ação nacional para conservação das espécies ameaçadas de extinção ou do patrimônio espeleológico. O Zoológico de Brasília passou a integrar, em junho, nove deles.

Tratam-se de políticas públicas para orientar medidas prioritárias de combate às ameaças a espécies e a ambientes naturais. “Os planos preveem ações conjuntas e definem o que cada participante vai fazer”, detalha Gerson de Oliveira Norberto.

O zoo de Brasília integra os planos de conservação de mamíferos da Mata Atlântica Central, herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste, aves da Amazônia, canídeos selvagens, ariranha e lontra, ararinha-azul, arara-azul-de-lear, tatu-bola e grandes felinos.

Para integrar os planos, não é preciso que a instituição tenha um animal da espécie, pode ser um indivíduo parecido, segundo Igor Morais. A ararinha-azul, que só existe em zoológicos atualmente, não é presente em Brasília. No entanto, o local trabalha com espécie semelhante. O mesmo ocorre com a arara-azul-de-lear.

Além dos planos nacionais e internacionais, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília tem outros programas de reprodução. A tigresa Laila, que morreu de falência renal, aos 21 anos, no dia 24 de junho, por exemplo, teve representatividade genética importante para o Brasil. Há filhotes do felino espalhados pelo País.

“São comuns os casos em que a variabilidade genética é maior dentro dos zoológicos do que fora deles”, avalia Norberto. “Ter um plano de manejo que organiza quem pode reproduzir com quem para que haja variabilidade é muito importante para quando eles forem soltos na natureza.”

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Salários de até R$ 6 mil

Semana começa com 717 oportunidades de emprego no Distrito Federal

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Vagas de emprego DF
Foto/Imagem: Freepik

As agências do trabalhador do Distrito Federal oferecem 717 vagas de emprego nesta segunda-feira (5). Há oportunidades para quem tem ou não experiência, em diferentes áreas e com salários de até R$ 6 mil.

O posto que oferece a maior remuneração é o de Diretor de Finanças, para trabalhar em Taguatinga Norte. Há uma vaga para pessoas com ensino superior completo para o cargo de Analista Contábil.

Já o cargo com maior número de vagas abertas é o de Ajudante de Obras, no Itapoã. São 110 oportunidades para candidatos que tenham o ensino fundamental completo. Não é preciso ter experiência. O salário é de R$ 1.518, mais benefícios.

Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS) ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das oportunidades do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.

Empregadores e empreendedores que desejem ofertar vagas ou utilizar o espaço das Agências do Trabalhador para as entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo e-mail gcv@sedet.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).

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Formalizando a união

Abertas as inscrições para a 2ª edição do Casamento Comunitário 2025

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Casamento Comunitário 2025
Foto/Imagem: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), o Casamento Comunitário 2025 chega à sua 2ª edição com data marcada: 29 de junho. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas em vários equipamentos públicos do DF e também durante as edições do GDF + Perto do Cidadão. Ao longo do ano, estão previstas mais três edições do programa, com expectativa de beneficiar cerca de 400 casais em situação de vulnerabilidade — oferecendo a oportunidade de oficializar a união de forma gratuita, digna e inesquecível.

Na primeira edição do Casamento Comunitário 2025, realizada no início do ano, 101 casais disseram “sim” ao amor. Com mais três celebrações previstas — em 29 de junho, 31 de agosto e 7 de dezembro — o programa deve alcançar mais 300 casais até o fim do ano. Desde sua criação pelo Decreto nº 41.971/2021, o Casamento Comunitário já realizou o sonho de mais de 541 casais em 11 edições.

Para Anailton dos Santos, 28, e Tamiris Rodrigues, 35, que participaram da edição anterior, a iniciativa foi transformadora. “A cerimônia foi linda e mudou nossas vidas. Desde então, só conquistamos coisas boas”, contou Anailton. Tamiris reforça: “O casamento fortaleceu nossa relação. Sem o programa, não seria possível. Um casamento assim custaria pelo menos R$ 10 mil”.

O programa vai além da cerimônia: todas as taxas cartoriais são totalmente cobertas, e os noivos recebem gratuitamente vestidos, ternos, maquiagem profissional e até transporte até o local do evento.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou a importância de oficializar a união: “Embora a união estável seja reconhecida legalmente, o casamento proporciona benefícios exclusivos em determinados processos jurídicos. Além de oferecer gratuidade, nosso objetivo é tornar esse momento inesquecível para as famílias participantes”, afirmou.

Como participar

Entre os requisitos, é necessário ter idade mínima de 18 anos e atender às condições legais para o casamento, conforme o Código Civil (art. 1.521). Para se inscrever, os interessados devem comparecer a um dos locais definidos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30, munidos da documentação exigida. A entrega de documentos por terceiros não será permitida.

Locais de inscrição

* Praça dos Direitos da Ceilândia: QNN 13, Ceilândia Norte;
* Agência Na Hora: Setor Cultural Norte;
* Praça dos Direitos do Itapoã: Quadra 203, Del Lago II;
* Estação Cidadania do Recanto das Emas: Quadra 113, Lote 9;
* Edições do GDF + Perto do Cidadão: sextas-feiras, das 9h às 16h, e sábados, das 9h às 12h.

Documentação Necessária

Todos os casais devem apresentar:

* Comprovante de residência no Distrito Federal;
* Documentos pessoais: original e cópia do RG ou CNH, CPF e certidão de nascimento;
* Formulário de inscrição preenchido.

Documentos adicionais

* Divorciados: cópia do formal de partilha, contendo petição inicial, sentença e trânsito em julgado.
* Viúvos: cópia da certidão de óbito, certidão de casamento e formal de partilha com petição inicial, sentença e trânsito em julgado.

Declaração de Hipossuficiência

Todos os participantes devem entregar uma cópia da declaração de hipossuficiência de renda, conforme o modelo disponível no Anexo I do Edital.

Regras para testemunhas

As testemunhas também precisam apresentar:

* RG e CPF;
* Certidão de casamento (se casadas);
* Certidão de casamento com averbação de divórcio (se divorciadas).

Atenção: as testemunhas que comparecerem ao cartório não podem ser as mesmas que estarão presentes no dia da cerimônia.

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