Curta nossa página

Vida livre

Zoológico de Brasília investe na readaptação de animais para soltura

Publicado

Foto/Imagem:


Amadeu chegou desnutrido e desidratado, sentindo falta dos cuidados da mãe. O tamanduá-mirim, que está na Fundação Jardim Zoológico de Brasília há três meses, foi levado por uma equipe do Batalhão de Policiamento Ambiental. Hoje, recebe cuidados especiais para ficar saudável e apto a voltar à natureza.

O filhote é um dos que participam do programa de reabilitação e soltura da fundação. A iniciativa faz parte das prioridades adotadas para conservação de espécies. “Nossa grande meta é que os animais possam voltar à natureza”, resume o diretor-presidente do Zoológico, Gerson de Oliveira Norberto.

Segundo a zootecnista Ana Raquel Gomes Faria, o maior desafio é quando eles são encaminhados à fundação ainda bebês. Os filhotes, como é o caso do Amadeu, exigem cuidados específicos para que não se acostumem com os humanos e desaprendam a viver livres.

Na maior parte, os bichos chegam órfãos e ainda pequenos. “Esse é o nosso grande desafio, pois, dependendo do tamanho, eles podem ficar muito agarrados à gente”, explica Ana. As espécies que mais chegam ao zoológico são tamanduás, principalmente nesta época do ano, por conta do aumento de queimadas.

Para evitar apego, os servidores adotam novas técnicas, de forma a reduzir o contato direto com os animais. Eles recebem bichos de pelúcia e são estimulados a se alimentar sozinhos. Amadeu, por exemplo, faz caminhadas diárias pelo jardim, acompanhado de longe pela equipe.

O objetivo é que, dessa forma, os animais cresçam mais independentes. Antes de serem soltos, passam por avaliação para ver se estão com habilidades para procurar comida e se defender de predadores. Amadeu deve passar pelo processo em seis meses.

Alguns não conseguem independência facilmente. Dudu é um tamanduá-bandeira e está há pouco mais de uma semana sob os cuidados do berçário do zoo. Por sentir falta da mãe, o filhote, de pouco mais de um mês, precisa passar mais tempo com os servidores.

O objetivo é evitar estresse e o desenvolvimento de algum problema de saúde. “Ele precisa ouvir nosso coração, sentir nossa respiração, para que se recorde da mãe”, explica a agente de Conservação e Pesquisa Verônica Pimentel.

Quando ocorre a soltura

Quando os bichos chegam já adultos, o processo é mais simples. Eles recebem os cuidados necessários e são soltos o mais rápido possível. “Quanto menos tempo o animal passar por aqui, melhor”, avalia a zootecnista. Nesses casos, a soltura fica mais fácil, uma vez que eles já têm procedência e um lugar para onde voltar.

Outro grande desafio para que os animais possam ser soltos é a falta de áreas de preservação disponíveis. Antes de definir um local para onde levar determinada espécie, é preciso checar se aquele indivíduo não afetará o equilíbrio do ecossistema.

Segundo o diretor-presidente do zoológico, Gerson de Oliveira Norberto, atualmente, cerca de 120 animais estão prontos para serem soltos. “O que falta é a determinação de um lugar para que eles possam ir para a vida livre”, detalha.

Essa análise, explica, é feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), no caso do Distrito Federal.

Mesmo quando livre, essa população continua acompanhada pela equipe do zoológico. A ideia é checar se o bicho está se adaptando e conseguindo tomar as atitudes necessárias à sobrevivência.

Vítimas de tráfico são comuns no zoo

De acordo com estimativa da fundação, a maior parte dos animais que chega é vítima de tráfico. “O processo de retirada da natureza e venda de um animal é muito mais rápido do que a recuperação dele”, esclarece o dirigente. “Depois de seis meses fora da vida livre, ele já perdeu bastante tempo de aprendizado.”

A recuperação e readaptação desses bichos demanda muito tempo e dedicação. O prazo, no entanto, varia de acordo com cada espécie. Os répteis, que não têm dependência da mãe, não costumam guardar vínculo com o ser humano e são os que podem ser soltos mais rapidamente.

O prazo gira em torno de dois anos. Nascido em março no próprio zoo, um filhote de cascavel, por exemplo, já se prepara para a natureza. Daqui a duas semanas, a equipe também se despedirá de uma jiboia, que fez parte do plantel por mais de três anos. Ela chegou com uma lesão e teve a soltura autorizada.

Papagaios podem ser soltos no Sul

Depois dos répteis, as espécies com mais facilidade na readaptação são as aves. No entanto, araras e papagaios, por serem mais cognitivos, necessitam de um tempo maior de trabalho.

Em projeto do Instituto Espaço Silvestre, o zoo de Brasília mandará nos próximos dias um casal de papagaios do peito roxo ao Paraná, para avaliação antes de serem soltos. Caso não estejam aptas a voltar à vida livre, as aves retornarão a Brasília. A espécie, ameaçada de extinção pelo desmatamento, é nativa do Sul do Brasil.

Acompanhamento dos animais em vida livre

O trabalho que antecede a libertação dos bichos é minucioso e muitas vezes conta com a ajuda do visitante. “O animal começa sendo avaliado no nosso recinto quando chegam os visitantes”, conta Noberto. “O público é um balizador para a nossa análise.”

O procedimento envolve ainda troca de dieta e ida para locais com contato ainda mais restrito. “O animal não passa fome, sede ou qualquer estresse”, esclarece o diretor-presidente.

A mudança na dieta se dá aos poucos. “Ele vai rejeitar a princípio, mas a gente insiste, como se fosse uma criança”, compara. No entanto, apesar de todo o cuidado, alguns animais não conseguem se acostumar ao novo estilo de vida e são encaminhados a outros programas.

Atualmente, o zoológico mantém, também focado na preservação de espécies, programas de reprodução e educação ambiental. “Precisamos entender o comportamento biológico do animal e olhar o ponto de vista dele, pensar o que é melhor dentro da realidade dele”, diz o assessor de Conservação e Pesquisa Igor Morais.

Comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Salários de até R$ 6 mil

Semana começa com 717 oportunidades de emprego no Distrito Federal

Publicado

Por

Ao Vivo de Brasília
Vagas de emprego DF
Foto/Imagem: Freepik

As agências do trabalhador do Distrito Federal oferecem 717 vagas de emprego nesta segunda-feira (5). Há oportunidades para quem tem ou não experiência, em diferentes áreas e com salários de até R$ 6 mil.

O posto que oferece a maior remuneração é o de Diretor de Finanças, para trabalhar em Taguatinga Norte. Há uma vaga para pessoas com ensino superior completo para o cargo de Analista Contábil.

Já o cargo com maior número de vagas abertas é o de Ajudante de Obras, no Itapoã. São 110 oportunidades para candidatos que tenham o ensino fundamental completo. Não é preciso ter experiência. O salário é de R$ 1.518, mais benefícios.

Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS) ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das oportunidades do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.

Empregadores e empreendedores que desejem ofertar vagas ou utilizar o espaço das Agências do Trabalhador para as entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo e-mail gcv@sedet.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).

CONTINUAR LENDO

Formalizando a união

Abertas as inscrições para a 2ª edição do Casamento Comunitário 2025

Publicado

Por

Ao Vivo de Brasília
Casamento Comunitário 2025
Foto/Imagem: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), o Casamento Comunitário 2025 chega à sua 2ª edição com data marcada: 29 de junho. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas em vários equipamentos públicos do DF e também durante as edições do GDF + Perto do Cidadão. Ao longo do ano, estão previstas mais três edições do programa, com expectativa de beneficiar cerca de 400 casais em situação de vulnerabilidade — oferecendo a oportunidade de oficializar a união de forma gratuita, digna e inesquecível.

Na primeira edição do Casamento Comunitário 2025, realizada no início do ano, 101 casais disseram “sim” ao amor. Com mais três celebrações previstas — em 29 de junho, 31 de agosto e 7 de dezembro — o programa deve alcançar mais 300 casais até o fim do ano. Desde sua criação pelo Decreto nº 41.971/2021, o Casamento Comunitário já realizou o sonho de mais de 541 casais em 11 edições.

Para Anailton dos Santos, 28, e Tamiris Rodrigues, 35, que participaram da edição anterior, a iniciativa foi transformadora. “A cerimônia foi linda e mudou nossas vidas. Desde então, só conquistamos coisas boas”, contou Anailton. Tamiris reforça: “O casamento fortaleceu nossa relação. Sem o programa, não seria possível. Um casamento assim custaria pelo menos R$ 10 mil”.

O programa vai além da cerimônia: todas as taxas cartoriais são totalmente cobertas, e os noivos recebem gratuitamente vestidos, ternos, maquiagem profissional e até transporte até o local do evento.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou a importância de oficializar a união: “Embora a união estável seja reconhecida legalmente, o casamento proporciona benefícios exclusivos em determinados processos jurídicos. Além de oferecer gratuidade, nosso objetivo é tornar esse momento inesquecível para as famílias participantes”, afirmou.

Como participar

Entre os requisitos, é necessário ter idade mínima de 18 anos e atender às condições legais para o casamento, conforme o Código Civil (art. 1.521). Para se inscrever, os interessados devem comparecer a um dos locais definidos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30, munidos da documentação exigida. A entrega de documentos por terceiros não será permitida.

Locais de inscrição

* Praça dos Direitos da Ceilândia: QNN 13, Ceilândia Norte;
* Agência Na Hora: Setor Cultural Norte;
* Praça dos Direitos do Itapoã: Quadra 203, Del Lago II;
* Estação Cidadania do Recanto das Emas: Quadra 113, Lote 9;
* Edições do GDF + Perto do Cidadão: sextas-feiras, das 9h às 16h, e sábados, das 9h às 12h.

Documentação Necessária

Todos os casais devem apresentar:

* Comprovante de residência no Distrito Federal;
* Documentos pessoais: original e cópia do RG ou CNH, CPF e certidão de nascimento;
* Formulário de inscrição preenchido.

Documentos adicionais

* Divorciados: cópia do formal de partilha, contendo petição inicial, sentença e trânsito em julgado.
* Viúvos: cópia da certidão de óbito, certidão de casamento e formal de partilha com petição inicial, sentença e trânsito em julgado.

Declaração de Hipossuficiência

Todos os participantes devem entregar uma cópia da declaração de hipossuficiência de renda, conforme o modelo disponível no Anexo I do Edital.

Regras para testemunhas

As testemunhas também precisam apresentar:

* RG e CPF;
* Certidão de casamento (se casadas);
* Certidão de casamento com averbação de divórcio (se divorciadas).

Atenção: as testemunhas que comparecerem ao cartório não podem ser as mesmas que estarão presentes no dia da cerimônia.

CONTINUAR LENDO
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais Lidas da Semana

© 2015-2025 AVB - AO VIVO DE BRASÍLIA - SIA Trecho 5, Ed. Via Import Center, Sala 425, Brasília - DF. Todos os Direitos Reservados. CNPJ 28.568.221/0001-80 - Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços de notícias de agências nacionais e internacionais, assessorias de imprensa e colaboradores independentes. #GenuinamenteBrasiliense