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Não resolve todos os problemas

Ministério Público fiscaliza implantação do aterro sanitário de Brasília

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A inauguração do aterro sanitário de Brasília, localizado em Samambaia, não resolve todos os problemas  dos resíduos sólidos no Distrito Federal. Iniciado o funcionamento na última terça-feira, 17 de janeiro, o local deverá receber apenas rejeitos, que são materiais inservíveis para reciclagem ou reutilização. Os titulares da 1ª e da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Prodema), Roberto Carlos Batista e Marta Eliana de Oliveira, estiveram presentes à solenidade e esperam que a destinação do local seja atendida de acordo com a Lei de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010). A 1ª Prodema acompanha o fechamento do lixão e a inclusão socioeconômica dos catadores de recicláveis. A 3ª Prodema fiscaliza o cumprimento do licenciamento ambiental do aterro sanitário inaugurado e está atenta ao atendimento de sua finalidade.

A criação do aterro sanitário de Brasília é uma conquista que o Ministério Público busca desde 1996, quando a 1ª Prodema propôs ação civil pública, como explica Batista: “A abertura do aterro representa apenas um dos pontos da sentença da ação civil pública que condenou o Distrito Federal e o SLU ao fechamento do lixão da Estrutural, em 2007, antes mesmo da Política Nacional de Resíduos Sólidos. As outras providências são interromper a deposição de resíduos no lixão, promover seu fechamento e a recuperação ambiental da área. Vamos continuar acompanhando e cobrando o cumprimento, pelo governo, da decisão judicial”.

Atualmente, o lixão da Estrutural é considerado o maior da América Latina e o segundo maior do mundo, atrás apenas de Jacarta, na Indonésia, de acordo com dados da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (International Solid Waste Association). O presidente da instituição, Antonis Mavropoulos, na inauguração do aterro sanitário de Brasília, afirmou que “o lixão da Estrutural não é apenas uma agressão ambiental, é, sobretudo, uma agressão social”. O governador Rodrigo Rolemberg disse que seu sonho ” é ver toda a coleta de resíduos do Distrito Federal ser realizada pelos catadores de material reciclável. A prioridade do Estado é atender aqueles que mais precisam.”

Destinação adequada do lixo, galpões e inclusão socioeconômica dos catadores

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estimula o poder público a beneficiar associações e cooperativas de catadores de recicláveis em todos os ciclos produtivos ligados à reciclagem de resíduos, desde a coleta até a destinação final Essas ações favorecem a geração de renda para famílias de catadores, a diminuição da pobreza extrema, a economia de recursos naturais e a redução do volume de resíduos e de gastos públicos no manejo de lixo.

No Distrito Federal, a Prodema trabalha desde 2003 para garantir a implantação desses objetivos, com enfoque socioambiental. Para que a logística seja favorável, é relevante a construção de galpões de triagem com condições de higiene e segurança do trabalho para que os catadores recebam o produto da coleta seletiva e façam a separação do material a ser vendido às indústrias recicladoras.

Em 2013, o Distrito Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram um convênio no valor de R$ 21 milhões para a implantação de 12 centros de triagem, mas eles ainda não foram construídos. No fim de 2016, o MPDFT alertou o GDF para a proximidade de vencimento do contrato, previsto para 2017, e a possibilidade de os recursos não serem mais disponibilizados devido à falta de diligência do Executivo. “Implementar os galpões e melhorar a coleta seletiva, com a contratação de mais cooperativas para esse fim, a exemplo do que já aconteceu com algumas cidades do DF, seria mais um passo para dar destinação adequada aos resíduos e garantir maior tempo de duração do aterro sanitário”, adverte o promotor de Justiça Roberto Carlos Batista.

No último dia 9 de janeiro, representantes de catadores e moradores da Estrutural procuraram a 1ª Prodema para relatar as preocupações com a abertura do aterro e as possíveis repercussão no exercício de sua profissão, que não poderá ser ocorrer no local e sim nos centros ainda não edificados. Desde 2003 atuando em favor da inclusão socioeconômica dos catadores no Distrito Federal, Batista observa alguns avanços no reconhecimento de direitos da categoria sob o ponto de vista legal. No entanto, não há efetivo cumprimento das normas e as demandas por sustentabilidade econômica das famílias perduram ao longo dos anos. Um exemplo dessa situação: embora a profissão de catador seja reconhecida no código brasileiro de ocupações, esses profissionais não têm direito aos benefícios da Previdência Social, como a aposentadoria e o auxílio-doença.

Produção e reaproveitamento do lixo

Atualmente, o Distrito Federal produz cerca de 2,7 mil toneladas de lixo por dia, geridos pelo SLU. Desse total, o lixo seco contabiliza 900 toneladas/dia, das quais 160 toneladas são captadas pela coleta seletiva. Levantamento da Prodema sugere que cada catador precisa de, no mínimo, 300 quilos de resíduos por dia para manter uma renda adequada. No entanto, há indícios de que os catadores não estão recebendo todo o material devido à atuação de atravessadores no mercado.

De acordo com a legislação, os materiais recicláveis oriundos dos grandes geradores de resíduos sólidos (estabelecimentos que produzem volume superior a 200 litros/dia), da coleta seletiva solidária (de repartições públicas) e da construção civil deveriam ser prioritariamente encaminhados às cooperativas ou associações de catadores. Desde 2010, com a PNRS, esses trabalhadores também podem ser contratados para a conscientização e para a realização da coleta seletiva.

De acordo com Batista, se todo o lixo da coleta seletiva e da coleta solidária fosse realmente destinado para a categoria, haveria material suficiente. “O Distrito Federal concentra muitos órgãos que trabalham com enormes volumes de papel, que é material muito rentável na reciclagem. Além disso, é preciso conjugar o que é fruto da coleta urbana ao resultado da atuação do setor empresarial privado”, analisa o promotor de Justiça.

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Salários de até R$ 6 mil

Semana começa com 717 oportunidades de emprego no Distrito Federal

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Vagas de emprego DF
Foto/Imagem: Freepik

As agências do trabalhador do Distrito Federal oferecem 717 vagas de emprego nesta segunda-feira (5). Há oportunidades para quem tem ou não experiência, em diferentes áreas e com salários de até R$ 6 mil.

O posto que oferece a maior remuneração é o de Diretor de Finanças, para trabalhar em Taguatinga Norte. Há uma vaga para pessoas com ensino superior completo para o cargo de Analista Contábil.

Já o cargo com maior número de vagas abertas é o de Ajudante de Obras, no Itapoã. São 110 oportunidades para candidatos que tenham o ensino fundamental completo. Não é preciso ter experiência. O salário é de R$ 1.518, mais benefícios.

Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS) ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das oportunidades do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.

Empregadores e empreendedores que desejem ofertar vagas ou utilizar o espaço das Agências do Trabalhador para as entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo e-mail gcv@sedet.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).

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Formalizando a união

Abertas as inscrições para a 2ª edição do Casamento Comunitário 2025

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Casamento Comunitário 2025
Foto/Imagem: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), o Casamento Comunitário 2025 chega à sua 2ª edição com data marcada: 29 de junho. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas em vários equipamentos públicos do DF e também durante as edições do GDF + Perto do Cidadão. Ao longo do ano, estão previstas mais três edições do programa, com expectativa de beneficiar cerca de 400 casais em situação de vulnerabilidade — oferecendo a oportunidade de oficializar a união de forma gratuita, digna e inesquecível.

Na primeira edição do Casamento Comunitário 2025, realizada no início do ano, 101 casais disseram “sim” ao amor. Com mais três celebrações previstas — em 29 de junho, 31 de agosto e 7 de dezembro — o programa deve alcançar mais 300 casais até o fim do ano. Desde sua criação pelo Decreto nº 41.971/2021, o Casamento Comunitário já realizou o sonho de mais de 541 casais em 11 edições.

Para Anailton dos Santos, 28, e Tamiris Rodrigues, 35, que participaram da edição anterior, a iniciativa foi transformadora. “A cerimônia foi linda e mudou nossas vidas. Desde então, só conquistamos coisas boas”, contou Anailton. Tamiris reforça: “O casamento fortaleceu nossa relação. Sem o programa, não seria possível. Um casamento assim custaria pelo menos R$ 10 mil”.

O programa vai além da cerimônia: todas as taxas cartoriais são totalmente cobertas, e os noivos recebem gratuitamente vestidos, ternos, maquiagem profissional e até transporte até o local do evento.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou a importância de oficializar a união: “Embora a união estável seja reconhecida legalmente, o casamento proporciona benefícios exclusivos em determinados processos jurídicos. Além de oferecer gratuidade, nosso objetivo é tornar esse momento inesquecível para as famílias participantes”, afirmou.

Como participar

Entre os requisitos, é necessário ter idade mínima de 18 anos e atender às condições legais para o casamento, conforme o Código Civil (art. 1.521). Para se inscrever, os interessados devem comparecer a um dos locais definidos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30, munidos da documentação exigida. A entrega de documentos por terceiros não será permitida.

Locais de inscrição

* Praça dos Direitos da Ceilândia: QNN 13, Ceilândia Norte;
* Agência Na Hora: Setor Cultural Norte;
* Praça dos Direitos do Itapoã: Quadra 203, Del Lago II;
* Estação Cidadania do Recanto das Emas: Quadra 113, Lote 9;
* Edições do GDF + Perto do Cidadão: sextas-feiras, das 9h às 16h, e sábados, das 9h às 12h.

Documentação Necessária

Todos os casais devem apresentar:

* Comprovante de residência no Distrito Federal;
* Documentos pessoais: original e cópia do RG ou CNH, CPF e certidão de nascimento;
* Formulário de inscrição preenchido.

Documentos adicionais

* Divorciados: cópia do formal de partilha, contendo petição inicial, sentença e trânsito em julgado.
* Viúvos: cópia da certidão de óbito, certidão de casamento e formal de partilha com petição inicial, sentença e trânsito em julgado.

Declaração de Hipossuficiência

Todos os participantes devem entregar uma cópia da declaração de hipossuficiência de renda, conforme o modelo disponível no Anexo I do Edital.

Regras para testemunhas

As testemunhas também precisam apresentar:

* RG e CPF;
* Certidão de casamento (se casadas);
* Certidão de casamento com averbação de divórcio (se divorciadas).

Atenção: as testemunhas que comparecerem ao cartório não podem ser as mesmas que estarão presentes no dia da cerimônia.

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