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Dr. Henrique Gomes

Como amenizar cólicas e outros desconfortos sentidos pelos bebês

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disquesia
Foto/Imagem: Pexels


Choro constante e inquietação noite adentro. Estes são indícios de que os bebês estão sentindo algum desconforto. Frequentemente associados à cólica ou à disquesia, essas manifestações já são esperadas nos recém-nascidos e podem ter interferência de fatores como a imaturidade fisiológica do organismo ou até mesmo a rotina alimentar da mãe lactante.

Alguns bebês sofrem muito, outros menos. O fato é que toda criança incomodada manifesta sua dor, mas não sabe explicá-la. Com isso, alguns pais acreditam que a cólica pode ser a motivação de todas as dores. Causada pela falha na coordenação do movimento dos músculos do trato digestivo e pela presença de gases, a cólica é uma condição é comum e poder ser facilmente confundida com a disquesia.

Condição menos falada, a disquesia se trata de um incomodo também no trato digestivo sentido momentos antes do ato evacuatório. Nela, há a chegada das fezes no reto, porém não há o adequado relaxamento do esfíncter anal para liberação das mesmas. Com isso, o bebê faz muito esforço para evacuar e sofre por não conseguir dominar o controle da musculatura. Portanto, uma condição se dá durante a digestão do alimento e a outra já no seu momento de evacuação.

Apesar de serem situações típicas nos primeiros meses de vida, são repletas de choros inconsoláveis, que na maior parte das vezes não apresentam quadros preocupantes.

De acordo com o gastropediatra Henrique Gomes, o que pode ser feito pelos pais é precaução. Ações como alterar a rotina alimentar da mãe lactante restringindo o consumo de derivados do leite de vaca, cafeinados, bebidas gaseificadas e alimentos gordurosos em geral são algumas das maneiras de se amenizar o desafio digestivo dos bebês. Mas caso persista, massagens abdominais são válidas e podem proporcionar alívio rápido, pois auxiliam na eliminação dos gases intestinais e a movimentação da musculatura dos pequenos.

Fase em que cada condição costuma aparecer:

Cólica
A partir da segunda semana de vida e se estende até o terceiro mês de vida;

Disquesia
Desde o nascimento podendo se estender mais comumente até o sexto mês de vida.

Portanto, apesar de semelhantes tanto a cólica quanto a disquesia são desconfortos intestinais que exigem muito dos bebês. É importante observar os sinais que ele apresenta e agir conforme a necessidade de cada um. Em caso de desconforto causado pela disquesia, é necessário ajudar o bebê na hora de evacuar. De forma simples, apenas ao manter as perninhas flexionadas contra o abdômen, dando apoio à planta dos pés, oferecer uma posição mais anatômica para o processo evacuatório já o traz grande alívio.

No caso das cólicas, mesmo que com a alimentação restrita ao leite materno, a formulação do leite é variável de acordo com a dieta da mãe, podendo influenciar num quadro de maior formação de gases, por exemplo. “O leite materno possui um alto teor de lactose, um tipo de açúcar que pode causar as cólicas durante o processo de fermentação, especialmente pelo sistema digestivo ainda ser imaturo. Por isso, é necessário aprimorar a qualidade do leite, reduzindo o consumo de alimentos ultraprocessados e açúcar, para garantir a saúde e o bem-estar tanto do filho, quanto da mãe”, explica o especialista.

Contudo, o especialista alerta que as condições não estão relacionadas somente ao leite materno. Ambas podem acometer bebês que recebem fórmula ou que nasceram de parto cesáreo, já que são crianças menos expostas às bactérias benéficas, o que faz com que os seus organismos fiquem com menos microbiotas necessárias para a digestão. “Razão pela qual, nesses casos, se faz necessário o acompanhamento mais frequente de um pediatra”, conclui.

Dr. Henrique Gomes

Pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008, do Grupo Santa (Hospital Santa Lúcia Sul e Taguatinga) e das clínicas PedCare e Le Petit, Henrique é pós-graduado em Lato Sensu em Doenças Funcionais e Manometria do Aparelho Digestivo no Hospital Israelita Albert Einstein. Residência médica em pediatria pelo HMIB (2006 e 2007), além de atuação na área de Gastropediatria pelo HBDF (2008 e 2009), o profissional atua na área de Gastroenterologia Pediátrica, especialidade que auxilia o pediatra na assistência de crianças e adolescentes portadoras de sintomas relacionados ao aparelho digestivo, como náuseas, vômitos, diarreias, alergias aos alimentos, dores abdominais, constipação intestinal, entre outros.

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Entre janeiro e junho

Sazonalidade das doenças respiratórias alerta para cuidados com as crianças

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Ao Vivo de Brasília
doenças respiratórias
Foto/Imagem: Freepik

A sazonalidade das doenças respiratórias normalmente ocorre no Brasil entre janeiro e junho, acometendo, principalmente, crianças, idosos e pessoas com a imunidade mais baixa. A bronquiolite viral aguda (BVA) é a principal preocupação da área pediátrica, pois atinge crianças de até dois anos e é responsável pela maioria das internações deste período.

A bronquiolite viral aguda é uma infecção viral que acomete a parte mais delicada do pulmão dos bebês, os bronquíolos. Essas estruturas do organismo são a continuidade dos brônquios, que distribuem o ar para dentro dos pulmões.

O infectologista pediátrico do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Pedro Ribeiro Bianchini, lembra que é possível ter uma variação nos vírus circulantes, mas os principais são o vírus sincicial respiratório (VSR), o coronavírus SARS-CoV-2, rinovírus e metapneumovírus, além do vírus da influenza.

Sintomas

“Esses vírus têm uma distinção clínica muito difícil, pois apresentam sintomas semelhantes, e só é possível identificá-los com a realização de exames específicos, mas a condução clínica é semelhante, e em sua maioria sintomática, com medicação para febre e limpeza nasal”, orienta o médico. “A necessidade de outras medicações e até de internação e outros procedimentos, eventualmente necessários, é determinada apenas pelo pediatra, durante a avaliação clínica.”

Tratando-se de doença causada por vírus respiratórios, o quadro começa com um resfriado, obstrução nasal, coriza clara, tosse, febre, recusa nas mamadas e irritabilidade de intensidade variável.  Em um ou dois dias, esses sintomas evoluem para tosse mais intensa, dificuldade para respirar, respiração rápida e sibilância (chiado/chio de peito). Por vezes, pode haver sinais e sintomas mais graves, como sonolência, gemência, cianose (arroxeamento dos lábios e extremidades) e pausas respiratórias.

A orientação é que a família fique atenta aos sinais, principalmente nos bebês; e, em caso de evolução dos sintomas, busque imediatamente atendimento médico. “A criança pequena tem o seu sistema imunológico ainda em processo de amadurecimento, o que torna essa faixa etária, principalmente as crianças abaixo de 6 anos, mais predispostas ao adoecimento”, ressalta Bianchini.

Volta às aulas

O fato de a transmissão dos vírus respiratórios ser facilitada pela aglomeração de pessoas faz com que o retorno às aulas seja um momento de maior proliferação de doenças respiratórias, pois as crianças se juntam em um mesmo ambiente.

“As principais medidas para diminuir a chance de adoecimento incluem a atualização do cartão vacinal, e ressalto também a importância das vacinas contra covid-19 e coqueluche”, afirma o infectologista pediátrico. O profissional recomenda manter o hábito de fazer a higienização nasal diária e incentivar a criança a lavar as mãos com frequência, além de proporcionar uma alimentação equilibrada, sono saudável e fazer um acompanhamento regular com o pediatra.

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WhatsApp

GDF envia mensagens para incentivar vacinação contra o HPV

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Ao Vivo de Brasília
Vacina Papilomavírus Humano (HPV)
Foto/Imagem: Freepik

O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), em parceria com a Secretaria de Economia (SEEC-DF), iniciou, neste mês, o envio de mensagens pelo aplicativo WhatsApp para lembrar pais e responsáveis sobre a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV). O intuito é aumentar a proteção entre meninos e meninas de 9 a 14 anos, principal público.

O índice de cobertura vacinal de HPV no DF ainda não atingiu a meta de 90%, estipulada pelo Ministério da Saúde, principalmente ao observar o público masculino. O último levantamento da SES-DF indica que, em 2024, o percentual estava em 81,5% entre meninas e em 62,9% entre meninos. A meta é aumentar esses números e garantir que mais jovens fiquem protegidos.

A SES-DF lembra aos usuários que as mensagens enviadas não pedem informações pessoais, sigilosas ou restritas. No texto, será perguntado se o portador do número é responsável pelo jovem. Em caso positivo, a próxima pergunta aparece querendo saber se há uma previsão de levar a criança para vacinar.

“Trata-se de um serviço gratuito. Isso quer dizer que não há qualquer pedido de pagamento ou taxa. O foco das mensagens é unicamente lembrar, conscientizar e incentivar os responsáveis sobre a vacinação da criança ou do adolescente”, alerta a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

Na capital federal, a dose está disponível para jovens entre 9 e 14 anos, em mais de cem pontos de vacinação espalhados pelas regiões de saúde. A lista de locais pode ser conferida neste link.

Cobertura

A escolha por priorizar a dose contra o HPV é fundamentada em dados históricos de cobertura vacinal. A expectativa é atingir toda a população adolescente do DF considerada como público-alvo. O imunizante é uma medida preventiva, pois auxilia na redução de incidência de cânceres relacionados ao vírus.

“O HPV é o sexto imunobiológico considerado pela campanha de mensagens que o GDF implementou – uma abordagem alinhada às recomendações do Ministério da Saúde, que tem investido em canais digitais para disseminar informações sobre imunização e saúde pública”, explica a gerente de Qualidade na Atenção Primária da SES-DF, Lídia Glasielle de Oliveira Silva.

Sobre a doença

O papilomavírus humano infecta tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal. Apesar de muitos casos serem assintomáticos, o HPV pode apresentar verrugas ou lesões. Estas, por sua vez, são capazes de evoluírem para um câncer, como o de colo do útero, vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe (parte da garganta que fica atrás da boca).

Embora a principal forma de transmissão ocorra por via sexual, com penetração desprotegida, ela também é possível por contato direto entre os órgãos genitais, sem penetração. Os sintomas podem incluir verrugas genitais, lesões precursoras de câncer, infecções respiratórias, coceira ou irritação, e dor associada às verrugas.

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