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Vacina já

CLDF: deputados distritais culpam governos local e federal por crise na saúde

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Foto/Imagem: Figueiredo/CLDF
CLDF

As medidas de restrição do funcionamento de diversas atividades decretadas pelo GDF no final de semana receberam apoio da maioria dos deputados distritais durante a sessão remota da Câmara Legislativa desta terça-feira (2). Apesar da concordância, alguns parlamentares culparam o governo pela “situação dramática” do setor de saúde. “Todos sabem do drama das UTIs. Há filas de espera nas unidades e os hospitais estão lotados. Essa é a realidade e o governador acertou”, resumiu a deputada Arlete Sampaio (PT), levando o tema ao plenário virtual. Considerando a crise, Chico Vigilante, seu colega de partido, propôs uma reunião dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, além da Universidade de Brasília, para discutir “a real gravidade do momento”.

Ambos defenderam a aquisição de vacinas diretamente pelo governo local, sem esperar pelo Ministério da Saúde. “É necessário que o Distrito Federal se mexa”, disse Arlete, tecendo críticas a Ibaneis Rocha por não ter participado de reunião da qual participaram 19 governadores na manhã desta terça-feira (2). A distrital lembrou ainda a urgência do auxílio emergencial. Vigilante, por sua vez, considerou tímida a medida do GDF salientando as atuais dificuldades dos serviços de saúde em todo o país. “A saída é comprar vacinas. Não espere”, afirmou, concordando que as restrições são “a decisão correta”. Também lembrou que muitos empresários, com quem manteve contato, concordam com o decreto.

O deputado Agaciel Maia (PL) chegou a propor que a CLDF disponibilize parte do seu orçamento para a compra de imunizantes. “O lockdown é correto do ponto de vista científico, mas, no caso do DF, as causas que levaram a essa conjuntura são injustas”, avaliou, considerando que o setor econômico, infelizmente, “está pagando pelos que se aglomeraram, fizeram festas”. Segundo Jorge Vianna (Podemos), o governo agiu corretamente. Ele chamou a atenção para o Hospital de Santa Maria, onde todos os 10 leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19 estão ocupados. Sugeriu que sejam destinadas mais vagas na rede de saúde a esses casos, “para tirar a corda do pescoço do empresariado”.

Após solidarizar-se com as famílias das vítimas e reconhecer os esforços dos micro e pequenos empresários e dos que estão dependendo de programas sociais, Leandro Grass (Rede) analisou “os motivos que nos fizeram chegar a esse ponto”. Para o distrital, a culpa é do governador que é quem toma decisões e coordenada uma equipe que tem várias obrigações, como fiscalização e comunicação. “Foi como se não tivesse acompanhando e, da noite para o dia, tomasse conhecimento da crise”, avaliou. De acordo com o parlamentar, faltou, da parte do GDF, “compromisso com a vida”. Sobre o decreto, afirmou: “Sem leitos, o que restou foi restringir”.

Vacina já para todos

“Vacina já para todos” é o lema do deputado Delmasso (Republicanos), para quem somente a imunização em massa resolverá o problema. Ele conclamou o Distrito Federal a se unir em torno da ideia. “Essa, sim, é a solução definitiva e não somente disponibilizar novos leitos. Se continuarem as aglomerações, quanto mais leito houver, mais ocupação teremos”, argumentou. O distrital acha que devido as condições geográficas favoráveis, o DF deve dar o exemplo vacinando 70% da sua população com agilidade. “Por que não comprar vacinas? Abrir o diálogo com os laboratórios? Por que aguardar pelo Ministério da Saúde? Isso é insensatez”, declarou.

“O governador foi incompetente e errou em sequência”, na opinião do Professor Reginaldo Veras (PDT). Entre os erros, citou: “rezar na cartilha do governo federal, por negacionismo e oportunismo político; não liderar a corrida pela vacina; e incentivar a população ir à rua, sem fiscalização adequada”. O deputado acha que Ibaneis deve vir a publico admitir suas falhas na condução da crise e justificar que o momento crítico exige medidas drásticas e impopulares. “Que Deus nos ilumine”, desejou.

Presidente da Comissão Especial da Vacina da CLDF, Fábio Felix (Psol) demonstrou preocupação: “Não podemos fazer de Brasília uma nova Manaus”, referindo-se à falta de oxigênio e outros problemas da capital amazonense. Apesar de levar em conta a eficácia de restrições como o lockdown, observou que os decretos do governador carecem de “substância técnica”. “Falta coerência, mesmo política, à medida”, acrescentou, alertando para o colapso no sistema de saúde do Distrito Federal. “Precisamos acelerar a vacinação, pois, se mantivermos o ritmo atual, levaremos mais de dois anos e quatro meses para imunizar a população”, calculou.

Líder do governo na CLDF, o deputado Hermeto (MDB) disse não ter estado tão preocupado como neste fim de semana: “A situação no DF é dramática na saúde, na economia e no emprego”. Na opinião dele, o presidente Bolsonaro é diretamente responsável pela crise, por ter se negado a adquirir doses dos imunizantes ainda no ano passado. “Sou militar e votei nele, mas, toda responsabilidade é dele”, declarou. Também salientou que está havendo uma busca por pacientes de outros estados pelo atendimento em Brasília. “A rede privada está lotada com pessoas de fora”, garantiu. O parlamentar relatou ainda que Ibaneis está disposto a adquirir as vacinas necessárias.

A questão foi ainda tema de outros pronunciamentos. O deputado Iolando (PSC) referiu-se ao “momento tenso” no Distrito Federal e no país como um todo, com repercussões na saúde e economia. Enquanto Cláudio Abrantes (PDT) ponderou que decretar medidas restritivas, “era a única coisa a se fazer”. “Ninguém é defensor do lockdown, mas este se tornou necessário”, discorreu. Para ele, é preciso chegar a um ponto de equilíbrio para preservar empregos e vidas. Por seu turno, João Cardoso (Avante) ratificou sua posição contrária à volta as aulas presenciais na rede pública de ensino: “Não está preparada”.

​​​​​​​Tentativa de suspender decreto

Já a deputada Júlia Lucy (Novo), única que se posicionou contrária às restrições, insistiu para que fosse apreciado um projeto de decreto legislativo de sua autoria com o objetivo de sustar o decreto governamental que instituiu o lockdown no DF. Após uma consulta entre os líderes partidários presentes, pelo presidente da Casa, deputado Rafael Prudente (MDB), não houve manifestação concordando com a inserção extra-pauta da matéria na ordem do dia, para votação. Antes, a distrital havia apresentado um gráfico para demonstrar que a abertura das atividades comerciais não seriam a causa do aumento dos números de contaminação pelo coronavírus e de mortes pela Covid-19 no Distrito Federal.

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Auxílio mensal de R$ 150

Novos beneficiários do DF Social têm até 25/02 para abrir conta no BRB

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DF Social GDF BRB
Foto/Imagem: Divulgação/Sedes

A Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes-DF) selecionou 815 novas famílias beneficiárias do programa DF Social para abrirem a conta no Banco de Brasília (BRB) e terem acesso ao auxílio mensal de R$ 150. Para garantir o recebimento do próximo pagamento, é necessário que o cidadão tenha a conta social (não se trata de uma conta bancária comum) aberta até as 18h do dia 25 de fevereiro. Aqueles que não fizerem o procedimento no prazo estabelecido terão que aguardar nova rodada de contemplação.

A abertura da conta social deve ser realizada pelo aplicativo BRB Mobile. Basta seguir o passo a passo deste link.

Para saber se foi contemplado, o cidadão deve fazer a consulta no site GDF Social. No portal, em “Consulta DF Social”, é necessário informar CPF e data de nascimento do responsável financeiro, conforme declarado no Cadastro Único. Após esse procedimento, aparecerá mensagem na tela informando se a pessoa está ou não na lista de contemplados.

“O DF Social é um dos benefícios deste GDF que contribui para o combate à pobreza das famílias que mais precisam. Por isso, é fundamental que o cidadão acesse o site, verifique se foi contemplado e abra sua conta social para receber o valor já a partir de março”, explica a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra.

O DF Social é o programa de transferência de renda do Governo do Distrito Federal (GDF) que concede R$ 150 mensais às famílias de baixa renda residentes no Distrito Federal. Têm direito ao benefício os grupos com renda per capita de até meio salário mínimo inscritos no Cadastro Único. Para participar do programa, não é necessário solicitar a inclusão nas unidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras). A seleção ocorre automaticamente, conforme priorização dos públicos descritos em lei e disponibilidade orçamentária.

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Especialistas alertam

Consumo de chás sem orientação pode ser prejudicial à saúde

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Ao Vivo de Brasília
chá e saúde
Foto/Imagem: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

O consumo de chás é uma prática milenar, iniciada na China e disseminada por diversos países, inclusive no Brasil. Por aqui, os “chazinhos” são tradicionalmente indicados para tratar diversas condições de saúde e aliviar o estresse. Porém, o uso excessivo ou sem orientação de um profissional de saúde pode ter efeitos adversos, incluindo toxicidade para o organismo, como alerta a nutricionista da Gerência de Apoio à Saúde da Família (Gasf) da Secretaria de Saúde (SES-DF), Alana Siqueira. “O consumo indiscriminado de chás pode trazer sérios riscos à saúde, como agravamento de ansiedade, toxicidade, estresse, alterações na pressão arterial, impacto na fertilidade, gastrite, entre outros problemas”, explica.

De acordo com o farmacêutico da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 de Santa Maria, Felipe Melo, embora sejam naturais, os chás possuem contraindicações e podem interferir na eficácia de certos medicamentos. “Algumas plantas medicinais bastante conhecidas como o boldo e a erva de São João, por exemplo, podem prejudicar o efeito de anti-hipertensivos, antimicrobianos e sedativos. Isso porque o boldo pode aumentar o risco de hipotensão – pressão baixa – se consumido com o anti-hipertensivo. Já o chá de erva de São João, pode influenciar no metabolismo de antibióticos e de sedativos, podendo causar intoxicação”, alerta.

Para ele, o melhor é ter cautela e sempre perguntar ao profissional de saúde se o consumo de chás é seguro associado ao remédio receitado.

Intoxicação e danos ao fígado

O fígado é o principal órgão afetado pelo uso indiscriminado de infusões com plantas medicinais. A médica gastrohepatologista Daniela Carvalho, do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), explica que o consumo inadequado de chás pode desencadear reações hepáticas graves. “Os efeitos variam de inflamação e colestase – redução do fluxo biliar – a necrose hepática. Em casos mais severos, pode ser necessário um transplante de fígado”, diz.

Entre os sintomas indicativos de hepatotoxicidade estão dor abdominal, urina escura e icterícia – amarelamento da pele e dos olhos. “Esses sinais não devem ser ignorados e precisam de atenção médica imediata”, orienta a especialista.

Apesar dos inúmeros benefícios associados ao chá verde, a médica ressalta que seu consumo exagerado pode levar ao desenvolvimento de hepatite. “O chá verde, especialmente em altas doses ou em forma de cápsulas, tem sido relacionado a casos de hepatotoxicidade, como inflamação hepática do tipo hepatocelular”, explica. Segundo Daniela, a ingestão de ervas medicinais sem a devida orientação é uma das principais causas de lesão hepática induzida por substâncias.

Orientações

Na Farmácia Viva do Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde (Cerpis) de Planaltina, os farmacêuticos orientam pacientes com prescrição para o uso de plantas medicinais. “Durante o atendimento, verificamos se o paciente conhece o fármaco e o motivo da prescrição. Após entender a necessidade, fornecemos a planta medicinal”, explica a farmacêutica e fitoterapeuta, Isabele Aguiar, que atua na chefia da Farmácia Viva.

Algumas plantas medicinais como capim-santo, erva-cidreira e manjericão são disponibilizadas sob demanda espontânea, necessitando que o usuário as solicite na Farmácia Viva. Por lá, a comunidade tem orientação em saúde sobre os métodos de preparo de chás e as quantidades seguras de consumo.

“Aqui, também fazemos medicamentos fitoterápicos e temos o atendimento direto para a comunidade, com orientação e disponibilização das plantas “in natura” para as preparações caseiras de infusão, decocção ou a maceração – diferentes formas de utilizar as plantas”, conclui.

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