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Driblando transtornos

Veja como evitar ansiedade, depressão e o aumento de peso durante o lockdown

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saúde mental
Foto/Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil


A população está passando por um momento delicado desde o início da pandemia, em março de 2020 e, atualmente, com o agravamento de casos no Distrito Federal, o lockdown se fez novamente necessário. Todo esse contexto favorece bastante a possibilidade de ocorrência de depressão e ansiedade. Inclusive, existem estudos que comprovam um crescimento significativo no número de casos desses transtornos, nesse período pandêmico. É o que afirma o psicólogo do Centro Médico São Miguel. Jonathan Araújo.

De acordo com o especialista, não somente por conta do lockdown, mas todo esse contexto de pandemia, com mudanças bruscas na rotina das pessoas, contribui bastante para o surgimento de transtornos. “Estamos em um momento que favorece sentimentos de incerteza, tristeza, medo, além de aumento considerável nos níveis de estresse. Tudo isso influencia muito na saúde mental das pessoas, além de poder contribuir para o desenvolvimento de vícios, tais como, tabagismo, alcoolismo, ou ainda compulsão por alimentos”, alerta o especialista.

Para evitar esse tipo de situação, Jonathan dá algumas dicas, especialmente para quem precisa ficar confinado dentro de casa. Segundo ele, de modo geral, é importante que as pessoas consigam estabelecer, da maneira que puderem, uma rotina em casa, ajustar horários para dormir, comer, ter metas diárias a cumprir, que sejam realistas e estejam ao alcance, isso pode trazer uma certa sensação de segurança e servir como estímulo para evitar o tempo ocioso em que, comumente, podem ocorrer os pensamentos depressivos, ansiosos e afins.

“Ocupar-se, seja com alguma tarefa, seja aproveitando um momento ou algo que seja prazeroso, pode ajudar bastante. Caso esteja trabalhando de casa, é importante fazer pausas para relaxar o corpo, respirar fundo e reduzir os níveis de estresse, mesmo que sejam apenas 5/10 minutos”, aconselha.

O psicólogo diz ainda que existem exercícios mentais simples que podem ajudar, como palavras cruzadas para trabalhar a memória e a atenção, relembrar detalhes do dia, para trabalhar a concentração, ao mesmo tempo em que faz refletir acerca de acontecimentos que, por vezes, passam despercebidos. Ele também indica meditação e atividade física, que são práticas que contribuem consideravelmente para a redução de estresse, além de trazer sensação de prazer, relaxamento, e até mesmo felicidade. “Inclusive, existem diversos aplicativos que são bastante úteis, ao ensinar/demonstrar maneiras de meditar e se exercitar, desde níveis iniciantes aos mais elevados”, lembrou.

Para finalizar, Jonathan afirma que é essencial entender que, por mais que esse momento atípico possa demorar algum tempo, ele vai passar. Assim como tudo na vida passa. “Que as pessoas tentem se manter firmes e, caso não estejam conseguindo lidar com tudo sozinhas, procurem ajuda profissional para ajudá-las a atravessar essa fase. Entender que precisa de ajuda também é sinônimo de força”, concluiu.

Alimentação saudável

Outra questão muito falada desde o início da pandemia é o ganho de peso. Segundo a nutricionista Raquel de Souza, que também atende no Centro Médico São Miguel, essa possibilidade aumenta com o lockdown, pois as pessoas tendem a ficar mais em casa, estocar comida e se exercitarem menos. “Além do mais, as preocupações ocasionadas pela pandemia e a insegurança econômica podem gerar ansiedades que alguns descontarão na comida. Tudo isso pode gerar uma compulsão alimentar e aumentar o sedentarismo”, explica.

Para evitar todas essas consequências, a especialistas afirma que a disciplina é muito importante. Ela alerta que mudar os hábitos e passar a acordar e dormir em horários muito extremos pode desregular o metabolismo e o ciclo hormonal. “É importante tentar manter a rotina alimentar o máximo possível. Para isso, ter alimentos saudáveis na despensa e frutas e verduras à mão, que são ricos em fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes, responsáveis por “limpar” o organismo. Sendo assim, é importante consumi-las diariamente. A regra é simples, se não tem alimentos ruins em casa, do tipo “tranqueiras” você não come”, ressalta.

Outra dica dada por Raquel é tentar deixar as verduras e frutas limpas, prontas para o consumo ou para preparos de saladas, por exemplo. “Congelar, preparar grandes quantidades e deixar pronto na geladeira, em potes separados, também pode ajudar na hora de montar as refeições”, diz.

A nutricionista lembra ainda que um ponto positivo de se alimentar em casa, é que quando preparamos as refeições, podemos ter certeza da quantidade de óleo, sal e açúcar que contém naquela preparação. “Muitos restaurantes adicionam os temperos prontos, que em geral contém muito sódio e conservantes que fazem mal ao organismo”. Ela alerta ainda que os sucos, ainda que naturais (da fruta), quando contém açúcar, refrigerantes e outras bebidas ricas em açúcar devem ser evitadas, sendo possível consumir ás vezes, mas nunca junto com a refeição. “Indico aguardar pelo menos 30 minutos para ingerir bebidas após as refeições”.

Imunidade

Segundo Raquel, ter uma alimentação baseada em alimentos in natura, variada em nutrientes, que inclua grãos integrais, frutas e verduras, carnes magras, como frangos e peixes; a ingestão correta de água e manter-se fisicamente ativo, são formas de fortalecer o sistema imunológico. Também é importante ingerir gorduras boas advindas das sementes e castanhas, azeite de oliva extra virgem, linhaça, abacate, por exemplo. Outro ponto importante é ficar exposto no sol da manhã, durante 15 minutos, para ocorrer a síntese de vitamina D, que também é muito importante para a imunidade.

Alerta

A nutricionista alerta, porém, para as dietas com restrições severas que podem causar deficiências nutricionais graves e nunca devem ser feitas sem o acompanhamento de um profissional. “Quando realizadas por um tempo prolongado, a restrição alimentar pode resultar em desnutrição proteica – o que não necessariamente significa a perda de gordura corporal, além de deficiências de nutrientes importantes para o bom funcionamento do corpo, como Ferro, Zinco. Magnésio, Vitaminas A, E, D e K, e de Complexo B. Essa restrição severa pode resultar em queda de cabelo e unhas, descamação na pele, feridas nas mucosas (como boca e língua) e queda do sistema imunológico. Cada pessoa tem uma necessidade de calorias diferente da outra e o que é normal para um pode ser restritivo para outro e vice-versa.

Para concluir, a especialista lembra que é difícil manter-se na linha quando se fala de pandemia, principalmente porque existem muitas questões psicológicas a serem consideradas. Porém, é necessário tentar manter uma rotina o mais próximo do normal e não se deixar levar pela ansiedade e pelo ócio.

“Ainda que não possamos ir à academia, sempre podemos caminhar ao ar livre, subir escadas, se exercitar com o saco de arroz ou de feijão como pesinho. Aproveitar esse tempo para inovar nas receitas (aproveitando para utilizar os alimentos mais em conta), substituir os alimentos mais calóricos (já que temos certeza que comeremos mais) e aproveitar para colocar aqueles consertos de casa que estão na fila há anos! Tudo isso pode ajudar a distrair a mente e desviar a ansiedade que pode ocasionar outros distúrbios”, finalizou.

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Entre janeiro e junho

Sazonalidade das doenças respiratórias alerta para cuidados com as crianças

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Ao Vivo de Brasília
doenças respiratórias
Foto/Imagem: Freepik

A sazonalidade das doenças respiratórias normalmente ocorre no Brasil entre janeiro e junho, acometendo, principalmente, crianças, idosos e pessoas com a imunidade mais baixa. A bronquiolite viral aguda (BVA) é a principal preocupação da área pediátrica, pois atinge crianças de até dois anos e é responsável pela maioria das internações deste período.

A bronquiolite viral aguda é uma infecção viral que acomete a parte mais delicada do pulmão dos bebês, os bronquíolos. Essas estruturas do organismo são a continuidade dos brônquios, que distribuem o ar para dentro dos pulmões.

O infectologista pediátrico do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Pedro Ribeiro Bianchini, lembra que é possível ter uma variação nos vírus circulantes, mas os principais são o vírus sincicial respiratório (VSR), o coronavírus SARS-CoV-2, rinovírus e metapneumovírus, além do vírus da influenza.

Sintomas

“Esses vírus têm uma distinção clínica muito difícil, pois apresentam sintomas semelhantes, e só é possível identificá-los com a realização de exames específicos, mas a condução clínica é semelhante, e em sua maioria sintomática, com medicação para febre e limpeza nasal”, orienta o médico. “A necessidade de outras medicações e até de internação e outros procedimentos, eventualmente necessários, é determinada apenas pelo pediatra, durante a avaliação clínica.”

Tratando-se de doença causada por vírus respiratórios, o quadro começa com um resfriado, obstrução nasal, coriza clara, tosse, febre, recusa nas mamadas e irritabilidade de intensidade variável.  Em um ou dois dias, esses sintomas evoluem para tosse mais intensa, dificuldade para respirar, respiração rápida e sibilância (chiado/chio de peito). Por vezes, pode haver sinais e sintomas mais graves, como sonolência, gemência, cianose (arroxeamento dos lábios e extremidades) e pausas respiratórias.

A orientação é que a família fique atenta aos sinais, principalmente nos bebês; e, em caso de evolução dos sintomas, busque imediatamente atendimento médico. “A criança pequena tem o seu sistema imunológico ainda em processo de amadurecimento, o que torna essa faixa etária, principalmente as crianças abaixo de 6 anos, mais predispostas ao adoecimento”, ressalta Bianchini.

Volta às aulas

O fato de a transmissão dos vírus respiratórios ser facilitada pela aglomeração de pessoas faz com que o retorno às aulas seja um momento de maior proliferação de doenças respiratórias, pois as crianças se juntam em um mesmo ambiente.

“As principais medidas para diminuir a chance de adoecimento incluem a atualização do cartão vacinal, e ressalto também a importância das vacinas contra covid-19 e coqueluche”, afirma o infectologista pediátrico. O profissional recomenda manter o hábito de fazer a higienização nasal diária e incentivar a criança a lavar as mãos com frequência, além de proporcionar uma alimentação equilibrada, sono saudável e fazer um acompanhamento regular com o pediatra.

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WhatsApp

GDF envia mensagens para incentivar vacinação contra o HPV

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Ao Vivo de Brasília
Vacina Papilomavírus Humano (HPV)
Foto/Imagem: Freepik

O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), em parceria com a Secretaria de Economia (SEEC-DF), iniciou, neste mês, o envio de mensagens pelo aplicativo WhatsApp para lembrar pais e responsáveis sobre a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV). O intuito é aumentar a proteção entre meninos e meninas de 9 a 14 anos, principal público.

O índice de cobertura vacinal de HPV no DF ainda não atingiu a meta de 90%, estipulada pelo Ministério da Saúde, principalmente ao observar o público masculino. O último levantamento da SES-DF indica que, em 2024, o percentual estava em 81,5% entre meninas e em 62,9% entre meninos. A meta é aumentar esses números e garantir que mais jovens fiquem protegidos.

A SES-DF lembra aos usuários que as mensagens enviadas não pedem informações pessoais, sigilosas ou restritas. No texto, será perguntado se o portador do número é responsável pelo jovem. Em caso positivo, a próxima pergunta aparece querendo saber se há uma previsão de levar a criança para vacinar.

“Trata-se de um serviço gratuito. Isso quer dizer que não há qualquer pedido de pagamento ou taxa. O foco das mensagens é unicamente lembrar, conscientizar e incentivar os responsáveis sobre a vacinação da criança ou do adolescente”, alerta a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

Na capital federal, a dose está disponível para jovens entre 9 e 14 anos, em mais de cem pontos de vacinação espalhados pelas regiões de saúde. A lista de locais pode ser conferida neste link.

Cobertura

A escolha por priorizar a dose contra o HPV é fundamentada em dados históricos de cobertura vacinal. A expectativa é atingir toda a população adolescente do DF considerada como público-alvo. O imunizante é uma medida preventiva, pois auxilia na redução de incidência de cânceres relacionados ao vírus.

“O HPV é o sexto imunobiológico considerado pela campanha de mensagens que o GDF implementou – uma abordagem alinhada às recomendações do Ministério da Saúde, que tem investido em canais digitais para disseminar informações sobre imunização e saúde pública”, explica a gerente de Qualidade na Atenção Primária da SES-DF, Lídia Glasielle de Oliveira Silva.

Sobre a doença

O papilomavírus humano infecta tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal. Apesar de muitos casos serem assintomáticos, o HPV pode apresentar verrugas ou lesões. Estas, por sua vez, são capazes de evoluírem para um câncer, como o de colo do útero, vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe (parte da garganta que fica atrás da boca).

Embora a principal forma de transmissão ocorra por via sexual, com penetração desprotegida, ela também é possível por contato direto entre os órgãos genitais, sem penetração. Os sintomas podem incluir verrugas genitais, lesões precursoras de câncer, infecções respiratórias, coceira ou irritação, e dor associada às verrugas.

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