Sem reagentes, rede pública do Distrito Federal não oferece teste rápido para dengue
Hospitais da rede pública do Distrito Federal estão “há vários meses” sem insumos para o teste rápido de infecção pelo vírus da dengue. Em algumas unidades, atendentes informam que o reagente sumiu dos estoques “há mais de um ano”. A Secretaria de Saúde confirma o quadro de desabastecimento, mas não dá prazo para resolver o problema.
“Nós estamos com processo de compra emergencial, acredito que em menos de um mês esse reagente já esteja disponível em toda a rede”, diz o chefe da pasta, Fábio Gondim. Com isso, os testes só devem começar a ser realizados em 2016.
A compra emergencial é mais cara e não garante fornecimento contínuo. A secretaria informou que a última compra foi suspensa por suspeita de superfaturamento, mas não disse quando pretende abrir uma nova licitação regular.
Em nota enviada ao G1, a secretaria afirma que, mesmo sem exame, “os médicos possuem total habilidade para diagnosticar, clinicamente, casos de dengue”. O hemograma comum, segundo a pasta, também pode ajudar a confirmar o quadro de infecção.
Com o teste rápido, é possível confirmar a infecção pelo vírus da dengue em até três horas. O exame “convencional”, de sorologia, precisa ser enviado ao Laboratório Central (Lacen), e o resultado pode levar até uma semana para chegar às mãos dos pacientes.
Sem teste
A reportagem da TV Globo fez contato, por telefone, com três dos maiores hospitais regionais do DF. Em Samambaia, Planaltina e Taguatinga, o teste não está sendo realizado. De acordo com um funcionário do hospital de Taguatinga, o material está indisponível na unidade há mais de um ano.
Em Planaltina, o insumo está ausente dos consultórios desde outubro. “Acabou tem mais ou menos um mês e meio, e não compraram de novo. Eu imagino que [volte] no ano que vem, né? Que eles voltam a comprar as coisas. Agora, final de ano, não deve chegar mais não”, diz a servidora.
No hospital de Samambaia, uma das atendentes recomenda, por telefone, que os pacientes busquem a rede privada. “Se você quiser, é particular. Na rede pública, nem previsão. Tá zerado”, afirma.
Entre os hospitais contatados pela TV Globo, o único onde o teste continua sendo realizado é o Hospital Universitário de Brasília (HUB), na UnB. A unidade é gerenciada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e, portanto, recebe verbas do Ministério da Educação.
Atualizado em 16/12/2015 – 07:37.
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