Sinal vermelho para saúde
Sem chuva há mais de 60 dias, Brasília vive o pico da seca
Muito além da mudança na paisagem, com o surgimento dos ipês coloridos, os brasilienses sentem no corpo a chegada da seca. Lábios rachados, pele ressecada e aquela dificuldade para respirar. Há mais de 60 dias sem chuva, o período é caracterizado por temperaturas extremas que vão desde mínimas em 17º e durante o dia podem bater até os 30º. O frio e o calor intensos desta época, aliados a baixa umidade do ar – que em dias críticos fica abaixo de 30%, acendem sinal vermelho para os cuidados com a saúde.
É comum as pessoas associarem este período ao surgimento de doenças respiratórias, mas a população acaba esquecendo de outros efeitos que a seca pode trazer para o organismo.
“O frio característico dessa época, principalmente de manhã e a noite, faz com que as pessoas acabem esquecendo de beber a quantidade indicada de água, isso pode causar alterações nas funções renais e cardiovasculares. A falta de líquidos também pode também facilitar infecções urinárias e formação de cálculos renais (pedras nos rins)”, explica o urologista Carlos Watanabe, da Clínica Verídium.
Sem ingerir a quantidade ideal de água, idosos e crianças estão mais sujeitos a desidratação. Quadro esse que pode se tornar grave, especialmente se não for tratado adequadamente. Os sintomas mais comuns são a urina com a coloração escurecida e redução do volume, letargia, confusão mental, dor de cabeça. No quadro de desidratação, pode se perceber a boca seca e olhos secos, além da queda da pressão e o coração acelerado (taquicardia).
Quanto de água devo beber?
Depende da rotina que você mantém. O médico explica que a quantidade ideal de água depende de vários fatores como peso, idade, grau de atividade física, exposição ao calor e até o tipo de dieta.
“Uma pessoa de 70kg pode necessitar de cerca de 2,5L de água por dia enquanto que uma pessoa de 50kg necessitará de algo em torno de 1,5L. A alimentação também interfere no balanço hídrico”, exemplifica.
Frutas e alimentos ricos em água também contam para melhorar a hidratação.
Durante a atividade física
Dias mais quentes e secos são os de maior risco para desidratação, especialmente durante os períodos de atividade física. Ao contrário do que se pensa, não é somente durante a prática – que é quando você sente mais sede – que se deve beber água. O indicado é que seja antes, durante e após.
Entre os praticantes de exercícios, quando feita corretamente, a hidratação é fundamental não apenas para evitar o déficit de água no organismo, mas para auxiliar até mesmo na recuperação muscular. “Durante a atividade física perdemos líquido pela transpiração e a respiração. A depender da intensidade da atividade e dos exercícios a necessidade de ingestão de água pode se tornar de 2 a 3 vezes maiores do que o habitual”, orienta Watanabe.
Lembre-se de evitar períodos de maior calor para realizar as atividades.
Na hora de dormir
A dificuldade de dormir é comum nos períodos de baixa umidade do ar. Respirar pode ser mais difícil, principalmente para aqueles que não o fazem corretamente – pelo nariz e não pela boca. Durante a noite, para melhorar o ambiente de descanso e não ficar com a boca e nariz secos, a dica é apostar em umidificadores de ar que podem ajudar a diminuir o desconforto.
Ingerir líquidos de forma regular durante o dia ajuda a proteger contra os efeitos da seca inclusive no período noturno. Evite o uso de ar condicionado neste período, pois pode reduzir ainda mais a umidade do ambiente. Procure manter sempre o ambiente limpo e arejado no período diurno para evitar acúmulo de pó e poeira, o que pode aumentar a chance de problemas respiratórios.
Atualizado em 08/08/2019 – 10:46.
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