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Volks, Mercedes e BMW

Montadoras alemãs são acusadas de testar efeitos do diesel em macacos e humanos

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Os fabricantes de automóveis alemães Volkswagen, Daimler (dona da Mercedes-Benz) e BMW se confrontavam nesta segunda-feira (29) com relatos da imprensa sobre testes de emissões de poluentes com macacos e também humanos.



A Volkswagen afirmou que “toma distância de qualquer forma de maus-tratos animais”, após a revelação do jornal The New York Times sobre testes realizados com macacos pelas três montadoras citadas, e também pelo grupo alemão Bosch.

Os testes teriam sido realizados em 2014 em território americano por parte de uma organização europeia de saúde no setor do transporte, o UEGT, que era financiada pelos quatro grupos.

Segundo o NYT, dez macacos foram expostos a fumaça expelida por um Volkswagen Beetle, para verificar os efeitos na saúde dos animais, depois que a Organização Mundial da Saúde classificou como cancerígenas as emissões do diesel em 2012.

Só que o carro usado estava envolvido no “dieselgate”, escândalo que estourou em 2015 com Volkswagen admitindo que um dispositivo fraudulento reduzia o nível de poluição emitida por motores a diesel quando eles estavam em testes de laboratório.

A Daimler afirmou que abrirá uma investigação sobre a pesquisa. A BMW alegou que não participou do desenvolvimento dos métodos para o estudo. Já a Bosch disse que deixou o grupo em 2013.

O governo alemão condenou as provas feitas pelas montadoras, segundo a agência France Presse. “Isso mostra que a confiança na indústria automotiva volta a diminuir”, disse o ministro de transporte e agricultura da Alemanha, Christian Schimidt, que pediu a comissão encarregada de investigar o “dieselgate” para também examinar as novas acusações.

O caso adquiriu uma nova dimensão nesta segunda, quando o jornal alemão Süddeutsche Zeitung afirmou que estes testes sobre os efeitos de inalação de óxidos de nitrogênio (NOx) também foram realizados com 25 humanos com boa saúde na Alemanha.

Estes testes foram feitos na Universidade de Aachen entre 2013 e 2014, mas a entidade alega que estavam relacionados a saúde no ambiente de trabalho, não em poluentes de motores a diesel.

O propósito dos experimentos era mostrar que, com os progressos técnicos, as emissões de motores a diesel não tinham maiores implicações sobre a saúde dos cidadãos.

Bernd Althusmann, ministro da Economia da Baixa Saxônia, um estado alemão que é acionista da Volkswagen, classificou essas experiências de “absurdos indesculpáveis”, informou a agência DPA.

No final de 2015, o grupo Volkswagen admitiu ter equipado 11 milhões de veículos diesel com um programa de computador que falsificava os testes antipoluição e ocultava as emissões que eram, às vezes, 40 vezes superiores ao autorizado pelas normas vigentes.

Depois do “dieselgate”, as montadoras alemãs decidiram acabar com a atividade do UEGT, atualmente em liquidação, segundo o Süddeutsche Zeitung.

Atualizado em 30/01/2018 – 21:46.

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