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Estrutura e condições técnicas

Hospital do Zoo é referência em cuidado com animais de vida livre

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Mariana Damaceno

Os dois tatus recém-nascidos são irmãos e foram resgatados na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, por pessoas de uma reserva ecológica da área. Sem condições de se alimentarem ou se defenderem sem a mãe, foram levados à Fundação Jardim Zoológico de Brasília há três dias.



A fundação é referência para cuidar de filhotes por ter estrutura e condições técnicas adequadas. Ela conta com um berçário de 9,5 metros de diâmetro e 70,88 metros quadrados de área. “Normalmente animais muito novos têm manejo complexo, principalmente na questão nutricional”, explica o diretor do Hospital Veterinário do local, Rodrigo Rabello.

A dieta precisa ser balanceada e adequada a cada espécie, em obediência ao requerimento metabólico dos grupos e às necessidades nutricionais dos indivíduos. Ela precisa estar de acordo com o comportamento dos animais e obedecer a fórmulas matemáticas precisas.

No caso dos tatus, por exemplo, eles recebem leite sem lactose, o que, segundo estudos, mais se assemelha à composição do leite das fêmeas. O diretor de Nutrição, Lucas Carneiro, explica que a mistura leva prebióticos para melhorar a flora intestinal.

A alimentação dos dois mamíferos é feita a cada três horas até que eles se desenvolvam e passem a comer duas vezes ao dia. “É por isso que nessa fase eles precisam ser levados para casa”, explica Carneiro.

A expectativa é de, em cerca de quatro meses, devolvê-los à reserva ecológica do Zoo para só depois ser feita a soltura na natureza. Os filhotes ficam no berçário, inaugurado em dezembro do ano passado.

O local, que é referência e já recebeu demandas de estados como Tocantins e Bahia, conta com equipamentos como incubadora, unidade de terapia de aves e sistema de aquecimento. É possível controlar umidade e temperatura do ambiente de acordo com a necessidade dos bichos.

Os principais cuidados para a reabilitação dos animais e sua devolução à natureza são de cunho, além de nutricional, médico-veterinário. “Às vezes o bicho não tem nenhuma ferida, mas está apático. Nós então fazemos exames para descobrir o que é e tentar resolver”, resume Rabello.

O protocolo clínico é montado de acordo com o que o animal apresentar. A maior parte, tratada no berçário, é trazida de operações feitas por órgãos de fiscalização, como a Polícia Ambiental e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Foi o caso de dois saguis, que tiveram as mães mortas enquanto ainda eram recém-nascidos. “Eles são trazidos para o berçário exatamente para terem um contato restrito, pouca interação com as pessoas”, reforça o diretor do hospital.

A medida é importante para que os bichos não se acostumem com o cuidado humano. “A nossa prioridade é que esses animais sejam recuperados e soltos. Eles só ficam em cativeiro se não for mais indicada a vida livre”, acrescenta.

Isso porque nem sempre é possível devolvê-los à natureza. Os saguis, por exemplo, não se adaptariam soltos. Muito inteligentes e dependentes, os primatas se acostumam facilmente ao contato humano.

Atualmente, 11 animais são cuidados no berçário. São cinco aves, dois tamanduás-mirins, dois tatus, dois saguis e um jabuti. Além de tratar dos filhotes, o hospital participa de manejos de espécies de maior periculosidade.

Nesse caso, o trabalho é feito na natureza mesmo. Os adultos que chegam ao Zoo machucados, por sua vez, são tratados em recintos de semisoltura, onde até o contato visual com humanos é limitado.

Atualizado em 12/11/2017 – 13:14.

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