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Especialistas acreditam em falta de água no DF a partir de 2018

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A crise hídrica que atingiu o Sudeste do país – principalmente São Paulo – serviu de alerta para as demais regiões. No Distrito Federal (DF), a atual preocupação das autoridades é encontrar alternativas para aumentar a captação de água. A redução das perdas no sistema e a conscientização da população também estão entre as prioridades.

Para especialistas, “um sinal amarelo está aceso” na região. Segundo eles, nos horários de pico, o sistema de abastecimento de água chega a operar no limite. A previsão é que, com o aumento da população e, consequentemente, da demanda, o DF poderá sofrer com a falta do recurso a partir de 2018, caso não sejam tomadas medidas que aumentem a disponibilidade de água.

De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), a capacidade atual de produção do sistema é 9,5 mil litros por segundo. Em média, na época da seca, o consumo chega a 7 mil litros por segundo. Nas épocas mais frias, cai para 5,5. Em horários de pico, entretanto, o consumo fica próximo à marca de produção, mas, segundo o órgão, isso dura cerca de uma hora e é amortecido pelos reservatórios.

“Teríamos uma crise em 2018, mas não em função da quantidade de chuva, mas em volume de água que a gente tem nos reservatórios para abastecimento. Além dos fatores climáticos, do uso e da ocupação do solo, acho que um dos fatores mais importantes é o crescimento da população do DF. A própria demanda por água é crescente”, explica o coordenador do curso de engenharia ambiental e sanitária da Universidade Católica de Brasília, Marcelo Gonçalves Resende, integrante do Conselho de Recursos Hídricos do DF.

A preocupação com a falta de abastecimento de água no DF não é recente. Em 2010, o Tribunal de Contas do Distrito Federal realizou uma auditoria e concluiu: “No Distrito Federal a quantidade de água demandada alcançou a disponibilidade hídrica dos mananciais utilizados para o abastecimento público e o DF corre o risco de desabastecimento caso alternativas não sejam implementadas em curto e médio prazo. Essa situação decorre da ausência de investimentos públicos tempestivos na expansão do sistema”.

Brasília cresceu em um ritmo duas vezes maior ao das demais cidades brasileiras de mesmo porte no último ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as capitais, é o quarto município mais populoso, com 2,85 milhões de habitantes – somadas as populações das regiões administrativas. O crescimento da área urbana e a ocupação irregular também geram desafios para o abastecimento.

Segundo o portal da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa), 81,27% da água produzida na região são utilizados.  “O que vai acontecendo é que, se não se injeta novos aportes de água e a população gasta muito, é lógico que a oferta não vai atender ao consumo e pode ocorrer a falta em alguns pontos”, acrescenta o diretor da Adasa, Diógenes Mortari, perguntado sobre uma possível crise de falta de água no prazo de três anos.

A projeção de falta de água em 2018 leva em consideração a capacidade do atual sistema de produção e a expectativa de crescimento da população. A questão é debatida no Conselho de Recursos Hídricos do DF. “Brasília pode enfrentar uma crise muito séria de demanda porque com os nossos mananciais, de onde se tira água para tratamento, e com o crescimento da população, a gente iria entrar em colapso”, prevê Resende.

Para o conselho, a solução para aumentar a quantidade de água disponível está na conclusão de três projetos liderados pela Caesb: a captação de água do Lago Paranoá, localizado no centro de Brasília, do reservatório Corumbá 4, localizado no estado de Goiás, e do Ribeirão Bananal, ao norte da capital. Segundo a Caesb, quando concluídas as obras para captação nesses locais, será possível obter mais 6,5 mil litros de água por segundo para o DF – o suficiente para abastecer a população até 2040.

A obra de Corumbá 4 já está em execução e é feita em parceria com a Saneamento de Goiás S/A (Saneago). A expectativa é que, ao final da obra, no segundo semestre de 2017, segundo previsões da Caesb, seja possível gerar um adicional de 2,8 mil litros por segundo. A captação do Bananal, que gerará em etapa única mais 700 litros por segundo, deve estar concluída ainda este ano. As obras no Paranoá deverão ser licitadas no primeiro semestre de 2015 e gerar 2,8 mil litros de água por segundo. O abastecimento aumentará de forma gradativa, a partir de 2018. A capacidade total demorará até seis anos para ser atingida.

Para o presidente da Caesb, Maurício Ludovice, não há indicativo de crise de abastecimento. “Estamos nos precavendo, não existe indicativo de crise de água ou coisa parecida, não neste momento”, destacou.

Ele avalia que a preservação de rios e nascentes e o uso consciente da água são fundamentais. Outra preocupação da companhia é reduzir as perdas de água tratada, que chegam a 27%. O valor é inferior a outras regiões do país, mas o objetivo é que seja reduzido para 20% em cinco anos.

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Falta de luz

Neoenergia: fornecimento no DF é o melhor entre capitais brasileiras

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A média de tempo em que o consumidor do Distrito Federal ficou sem energia reduziu em 43% nos últimos quatro anos, período em que a distribuição de energia da capital federal foi concedida à Neoenergia. O levantamento, realizado a partir de dados publicados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mostra que a redução do indicador conhecido como DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) posicionou o DF como a capital que possui o restabelecimento de energia mais rápido do país.

Em 2024, quem mora no Brasil passou em média 10,24h sem energia por ano. No DF, o brasiliense ficou em média 5,04h sem energia por ano, ou seja, metade da média brasileira e o 4° melhor tempo do Brasil. Isso significa que o consumidor da capital teve energia sem interrupção por 99,94% das horas do ano. Essa posição coloca o DF como a única capital do país entre as 5 regiões que possuem o fornecimento de energia mais rápido do Brasil. Os outros locais mais bem colocados estão situados no interior de São Paulo.

Antes da concessão, em 2021, o DF ocupava a 13ª posição, entre as 29 empresas de distribuição de energia do setor no Brasil, que possuem mais de 400 mil clientes. Em 2024, a posição da capital federal passou a ser a 4ª. Essa melhoria significativa está ligada aos investimentos em tecnologia, modernização, expansão de redes e geração de novos empregos promovidos pela Neoenergia, empresa responsável pela distribuição de energia no DF.

Desde que assumiu a concessão da CEB Distribuição (CEB-D), a Neoenergia investiu mais de R$ 1 bilhão em quatro anos e anunciou que aportará mais 1,3 bilhão até 2029. Esse valor investido em quatro anos representa o equivalente a 15 anos de aportes feitos pela CEB anteriormente. Além dos investimentos robustos, destaca-se o modelo de gestão adotado pelo grupo. Importante destacar que a CEB Ipes ainda é a responsável pela iluminação pública de todo o DF.

“Possuir um dos melhores níveis de qualidade do país é um sinal de que os investimentos realizados pela Neoenergia estão trazendo os resultados esperados e nos dá a confiança de que estamos contribuindo para o desenvolvimento da nossa capital”, explica Antonio Queiroz, diretor Técnico da Neoenergia Brasília.

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Auxílio mensal de R$ 150

Novos beneficiários do DF Social têm até 26/03 para abrir conta no BRB

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A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) selecionou 2.264 novas famílias beneficiárias do programa DF Social para abrirem a conta no Banco de Brasília (BRB) e terem acesso ao auxílio mensal de R$ 150. Para garantir o recebimento do próximo pagamento, é necessário que o cidadão tenha a conta social (não se trata de uma conta bancária comum) aberta até as 18h do dia 26 deste mês.

Quem que não fizer o procedimento no prazo estabelecido terá que aguardar nova rodada de contemplação. ‌A abertura da conta social deve ser efetuada pelo aplicativo BRB Mobile.

“Para saber se foi contemplado, o cidadão deve fazer a consulta no site do programa e confirmar se está entre os beneficiários”, orienta a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra.

“Não é preciso se cadastrar ou solicitar inclusão no Cras [Centro de Referência de Assistência Social] para fazer parte do DF Social; é preciso ter o Cadastro Único”, prossegue a gestora. “Os contemplados são selecionados automaticamente por esses cadastros e de acordo com critérios do programa.”

No site GDF Social, o cidadão deve acessar o “Consulta DF Social”, informar CPF e data de nascimento do responsável familiar, conforme declarado no Cadastro Único. Após esse procedimento, aparece mensagem na tela informando se a pessoa se encontra ou não na lista de contemplados.

A concessão do benefício do DF Social ocorre mediante disponibilidade orçamentária.

As famílias que deixam de atender aos critérios saem da lista para dar lugar a novos contemplados. Mensalmente, 70 mil famílias em vulnerabilidade social no DF são beneficiadas pela iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF).

O DF Social é o programa de transferência de renda do GDF que concede o valor de R$ 150 mensais a famílias de baixa renda residentes no DF. Têm direito ao benefício os grupos com renda per capita de até meio salário mínimo inscritos no Cadastro Único.

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