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14 votos a favor e 8 contra

Distritais aprovam mudanças na previdência dos servidores do Distrito Federal

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Marco Túlio Alencar

Apesar dos apelos de servidores que lotaram as galerias e das tentativas de adiar a votação, pelos deputados contrários à proposta do governo que muda a previdência dos atuais e futuros servidores do GDF, o projeto de lei complementar nº 122/2017 foi aprovado em redação final, na forma de substitutivo, com o voto de 14 deputados distritais. A apreciação do PLC, iniciada às 15 horas desta terça-feira (26), durou mais de 10 horas. A matéria recebeu oito votos contrários (veja abaixo como votou cada parlamentar).

A criação do regime de previdência complementar para os servidores que vierem a ingressar após a criação da Previcom – fundação de direito privado, com natureza pública, a ser instituída por decreto do governador do DF, era o ponto da proposição sobre o qual havia mais concordância entre os parlamentares. As maiores divergências estavam na segunda parte do PLC, que “faz ajustes no Regime Próprio de Previdência do Distrito Federal”.

O projeto original propunha a utilização de recursos do fundo capitalizado (formado a partir das contribuições de servidores que ingressaram a partir de 2007) para cobrir o déficit do fundo financeiro, que paga os benefícios previdenciários dos demais integrantes do quadro de pessoal do GDF. A principal crítica da oposição sobre essa questão era a indefinição das garantias, exigidas por lei, para sustentar os pagamentos no futuro.

Fundo Garantidor – O substitutivo inseriu mais um elemento: o Fundo Solidário Garantidor a ser constituído por diversas espécies de “bens, ativos, direitos e receitas extraordinárias”, que incluem imóveis; recursos decorrentes da cessão do direito sobre os espaços públicos destinados a estacionamento e sobre áreas destinadas à regularização fundiária urbana e rural; dividendos, participações nos lucros de empresas públicas ou de sociedades de economia mista; recebíveis relativos à Dívida Ativa; e o produto da concessão de bens e serviços baseado em parcerias público-privada.

A bancada oposicionista chamou a atenção para aspectos que considera negativos na proposição. “O projeto vai privatizar os estacionamentos públicos de Brasília”, reclamou o deputado Chico Vigilante (PT), que também reprovou a junção do regime complementar e de previdência social na mesma propositura. Para Reginaldo Veras (PDT), o PLC não dá garantias concretas de reposição dos recursos. “O fundo garantidor não garante nada”, resumiu o deputado Ricardo Vale (PT). Celina Leão (PPS) defendeu que não era possível votar sem entender a proposta “em toda sua complexidade”.

Os parlamentares governistas contestaram. “O fundo garantidor exige que o governo faça uma poupança forçada”, declarou Rodrigo Delmasso (Podemos). Por sua vez, o líder do governo Agaciel Maia (PTC), reiteradamente, observou que o substitutivo já havia sido analisado pelos deputados e contava com sugestões do Tribunal de Contas do DF. Na opinião do deputado Lira (PHS), o governo estava, definitivamente, “apresentando uma solução” para os problemas da previdência no DF.

Adiamento – Houve esforços para adiar a votação. “Não há segurança jurídica para votarmos hoje”, protestou Wellington Luiz (PMDB), apoiado por parte da galeria que pedia a retirado do projeto da pauta. Mesmo assim, o presidente da CLDF, deputado Joe Valle (PDT) fez prevalecer o acordo firmado, nesta segunda-feira (25), pelo colégio de líderes, para que a matéria fosse levada à apreciação do plenário. O parlamentar chegou a colocar em votação uma proposta de adiamento, que foi derrubada, no voto, pela bancada do governo.

Outro ponto que suscitou questionamentos foi a decisão do Tribunal de Justiça do DF, tomada nesta segunda-feira, que decidiu solicitar à Câmara Legislativa informações sobre o quórum necessário à votação do PLC nº 122/2017. Para o deputado Claudio Abrantes (sem partido), que demandou os desembargadores, seriam precisos 16 votos favoráveis para que a matéria fosse aprovada, por se tratar de tema previdenciário. “Vejam o risco dessa situação”, apelou Raimundo Ribeiro (PPS), chamando a atenção para a possibilidade de invalidação do resultado.

Emendas – Superada a fase de debates e de tentativas dos distritais de interromper a votação, com base no Regimento Interno, os parlamentares passaram a apreciar as 38 emendas apresentadas na tarde de hoje. As comissões de Assuntos Sociais (CAS); de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF); e de Constituição e Justiça (CCJ) proferiram os relatórios em plenário, votados por todos os deputados presentes. Somente seis foram acatadas.

Uma das emendas rejeitadas, de autoria do deputado Joe Valle, tratava da utilização dos recursos existentes atualmente que serão incorporados pelo Fundo Garantidor. De acordo com o substitutivo, o governo poderá utilizar, para o pagamento de benefícios previdenciários, além do resultado total do investimento verificado no ano anterior, decorrente da rentabilização da carteira de ativos do fundo, até 10% do total das reservas existentes no momento da publicação da Lei. A emenda permitia somente o uso dos rendimentos.

O deputado Wasny de Roure (PT), que apresentou voto em separado contrário ao PLC, criticou duramente esse item da proposta do governo, que classificou como “enganação”. Segundo o parlamentar, “já era previsto que haveria surpresas”, mas não era esperado que o governo lançasse mão dos recursos principais do fundo. Joe Valle fez um apelo aos colegas para que a emenda de sua autoria fosse acatada na votação de segundo turno. “Vamos voltar a apresentá-la, não podemos permitir saques de recursos que formam a base do fundo”, afirmou.

Segundo turno – Depois da proclamação do resultado da votação em primeiro turno, o deputado Cláudio Abrantes apresentou questão de ordem para que a apreciação, em segundo turno e redação final, do PLC nº 122/2017 não ocorresse em sessão extraordinária imediatamente após o término da sessão ordinária. Parlamentares que apoiam o governo contra-argumentaram afirmando que o Regimento Interno prevê “a dispensa do interstício”.

Uma das ideias postas foi aguardar o primeiro minuto desta quarta-feira (27) para que a votação pudesse acontecer. O presidente da CLDF resolveu colocar a questão para decisão do plenário. O deputado Delmasso apresentou requerimento para que a votação prosseguisse. Aberta a sessão extraordinária, o PLC recebeu sete emendas de segundo turno, incluindo aquela reapresentada por Joe Valle. Logo na primeira comissão (CAS), a proposta foi rejeitada.

“Havia uma combinação para que a emenda fosse acatada. Como esse acordo foi quebrado, somente me resta encerrar esta sessão extraordinária”, ponderou Valle. Contudo, foi recomendado que a emenda fosse votada separadamente e o presidente aceitou a sugestão. A sessão foi suspensa e, numa reunião, deputados concordaram em votar favoravelmente. Desse modo, a emenda foi acatada, sendo restabelecido o texto original, nesse ponto.

A matéria seguirá para a sanção do governador e, para entrar em vigor, é necessária ainda a publicação no Diário Oficial do DF.

Como votou cada deputado

  • Agaciel Maia (PR) – Sim
  • Bispo Renato Andrade (PR) – Sim
  • Celina Leão (PPS) – Não
  • Chico Leite (Rede) – Sim
  • Chico Vigilante (PT) – Não
  • Cláudio Abrantes (sem partido) – Não
  • Cristiano Araújo (PSD) – Sim
  • Juarezão (PSB) – Sim
  • Julio Cesar (PRB) – Sim
  • Joe Valle (PDT) – Não
  • Liliane Roriz (PTB) – Sim
  • Lira (PHS) – Sim
  • Luzia de Paula (PSB) – Sim
  • Professor Israel (PV) – Sim
  • Professor Reginaldo Veras (PDT) – Não
  • Rafael Prudente (PMDB) – Sim
  • Raimundo Ribeiro (PPS) – Não (no segundo turno, ausente)
  • Ricardo Vale (PT) – Não
  • Robério Negreiros (PSDB) – Sim
  • Rodrigo Delmasso (Podemos) – Sim
  • Sandra Faraj (SD) – Licenciada
  • Telma Rufino (Pros) – Sim
  • Wasny de Roure (PT) – Não
  • Wellington Luiz (PMDB) – Não
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Salários de até R$ 6 mil

Semana começa com 717 oportunidades de emprego no Distrito Federal

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Ao Vivo de Brasília
Vagas de emprego DF
Foto/Imagem: Freepik

As agências do trabalhador do Distrito Federal oferecem 717 vagas de emprego nesta segunda-feira (5). Há oportunidades para quem tem ou não experiência, em diferentes áreas e com salários de até R$ 6 mil.

O posto que oferece a maior remuneração é o de Diretor de Finanças, para trabalhar em Taguatinga Norte. Há uma vaga para pessoas com ensino superior completo para o cargo de Analista Contábil.

Já o cargo com maior número de vagas abertas é o de Ajudante de Obras, no Itapoã. São 110 oportunidades para candidatos que tenham o ensino fundamental completo. Não é preciso ter experiência. O salário é de R$ 1.518, mais benefícios.

Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS) ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das oportunidades do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.

Empregadores e empreendedores que desejem ofertar vagas ou utilizar o espaço das Agências do Trabalhador para as entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo e-mail gcv@sedet.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).

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Formalizando a união

Abertas as inscrições para a 2ª edição do Casamento Comunitário 2025

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Ao Vivo de Brasília
Casamento Comunitário 2025
Foto/Imagem: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), o Casamento Comunitário 2025 chega à sua 2ª edição com data marcada: 29 de junho. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas em vários equipamentos públicos do DF e também durante as edições do GDF + Perto do Cidadão. Ao longo do ano, estão previstas mais três edições do programa, com expectativa de beneficiar cerca de 400 casais em situação de vulnerabilidade — oferecendo a oportunidade de oficializar a união de forma gratuita, digna e inesquecível.

Na primeira edição do Casamento Comunitário 2025, realizada no início do ano, 101 casais disseram “sim” ao amor. Com mais três celebrações previstas — em 29 de junho, 31 de agosto e 7 de dezembro — o programa deve alcançar mais 300 casais até o fim do ano. Desde sua criação pelo Decreto nº 41.971/2021, o Casamento Comunitário já realizou o sonho de mais de 541 casais em 11 edições.

Para Anailton dos Santos, 28, e Tamiris Rodrigues, 35, que participaram da edição anterior, a iniciativa foi transformadora. “A cerimônia foi linda e mudou nossas vidas. Desde então, só conquistamos coisas boas”, contou Anailton. Tamiris reforça: “O casamento fortaleceu nossa relação. Sem o programa, não seria possível. Um casamento assim custaria pelo menos R$ 10 mil”.

O programa vai além da cerimônia: todas as taxas cartoriais são totalmente cobertas, e os noivos recebem gratuitamente vestidos, ternos, maquiagem profissional e até transporte até o local do evento.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou a importância de oficializar a união: “Embora a união estável seja reconhecida legalmente, o casamento proporciona benefícios exclusivos em determinados processos jurídicos. Além de oferecer gratuidade, nosso objetivo é tornar esse momento inesquecível para as famílias participantes”, afirmou.

Como participar

Entre os requisitos, é necessário ter idade mínima de 18 anos e atender às condições legais para o casamento, conforme o Código Civil (art. 1.521). Para se inscrever, os interessados devem comparecer a um dos locais definidos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30, munidos da documentação exigida. A entrega de documentos por terceiros não será permitida.

Locais de inscrição

* Praça dos Direitos da Ceilândia: QNN 13, Ceilândia Norte;
* Agência Na Hora: Setor Cultural Norte;
* Praça dos Direitos do Itapoã: Quadra 203, Del Lago II;
* Estação Cidadania do Recanto das Emas: Quadra 113, Lote 9;
* Edições do GDF + Perto do Cidadão: sextas-feiras, das 9h às 16h, e sábados, das 9h às 12h.

Documentação Necessária

Todos os casais devem apresentar:

* Comprovante de residência no Distrito Federal;
* Documentos pessoais: original e cópia do RG ou CNH, CPF e certidão de nascimento;
* Formulário de inscrição preenchido.

Documentos adicionais

* Divorciados: cópia do formal de partilha, contendo petição inicial, sentença e trânsito em julgado.
* Viúvos: cópia da certidão de óbito, certidão de casamento e formal de partilha com petição inicial, sentença e trânsito em julgado.

Declaração de Hipossuficiência

Todos os participantes devem entregar uma cópia da declaração de hipossuficiência de renda, conforme o modelo disponível no Anexo I do Edital.

Regras para testemunhas

As testemunhas também precisam apresentar:

* RG e CPF;
* Certidão de casamento (se casadas);
* Certidão de casamento com averbação de divórcio (se divorciadas).

Atenção: as testemunhas que comparecerem ao cartório não podem ser as mesmas que estarão presentes no dia da cerimônia.

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