Hormônio do sono
Barrando a Covid: como aumentar a produção de melatonina no organismo

Um estudo de pesquisadores da Universidade de São Paulo mostrou que a melatonina pode ser uma barreira para a infecção da Covid-19.
Segundo a pesquisa, o hormônio produzido pelo pulmão conseguiu impedir que alguns pacientes se infectassem e que outros tivessem sintomas agravados. Mas o que é a melatonina?
A endocrinologista e nutróloga, Fernanda B. Uliana Pulzi, explica que o hormônio é o principal responsável pela regulação do sono.
Ele é produzido e liberado principalmente pela glândula pineal, no cérebro, quando a quantidade de luz é reduzida. Por isso, para se ter uma boa produção de melatonina, é necessário dormir bem e durante a noite.
A principal função desse hormônio é regular o ciclo circadiano, nosso ciclo biológico de 24 horas. Para isto, ele atua na liberação de hormônios que nos mantém alertas e acordados durante o dia e mais lentos durante a noite.
Vez ou outra ouvimos que alguém “rende mais de manhã” ou “rende mais no período da tarde”, e quem controla esses picos de energia e rendimento também é a melatonina. Outra função em que atua é na variação do nosso gasto metabólico diário.
A melatonina é produzida quando os estímulos luminosos diminuem à noite. Por isso, mesmo dormindo em um quarto escuro durante o dia, a produção do hormônio é fortemente afetada.
“Tem pessoas que dormem de dia e dormem pouco a noite. Quando é necessário, porque trabalham [em horário noturno], tudo bem, mas quem pode dormir à noite, deve fazê-lo, pois o sono do dia não é tão restaurador.”
Por isso, para ter uma boa noite de sono é necessário desligar telas e luzes antes de dormir e estar em um ambiente escuro. Tanto a iluminação interfere na melatonina, quanto o estímulo de ler ou assistir a conteúdos podem atrapalhar a qualidade do sono.
Outro ponto importante é reduzir estímulos sonoros e até olfativos, como perfumes no quarto. “Na maioria das vezes, experimentar aromas pode estimular e não é favorável para a hora do sono. Mas se você se identifica com um cheiro específico e ele já faz parte do seu ritual habitual, pode ser interessante para dormir”, comenta Fernanda.
A nutróloga também fala sobre a produção de melatonina ser reduzida quanto mais velhos ficamos, por isso é muito comum idosos terem insônia e dormirem pouco.
Entre os principais hábitos para produzir melatonina estão:
1. Ter uma rotina para dormir: é essencial regular um horário para dormir e acordar todos os dias e manter uma boa média de horas dormidas.
2. Praticar exercícios: se exercitar de forma regular mantém a saúde do ciclo circadiano. Também libera neurotransmissores que reduzem o estresse.
3. Ter uma boa alimentação: evitar grandes volumes de comida a noite e alimentos como açúcares simples e gorduras saturadas.
Alimentação e sono
“Estudos mostram que pessoas com sono ruim costumam ter dietas de pior qualidade”, conta Fabiana. “Alimentação e sono têm uma ligação fiel, um sono ruim piora a alimentação e comer mal pode piorar o sono”.
A médica conta que indivíduos que dormem pouco, menos de quatro a cinco horas por dia, acabam procurando por dietas mais calóricas, fazendo “lanches” com mais frequência.
E não pense que é proposital: nosso corpo exige mais energia, então inconscientemente sentimos mais vontade de comer alimentos açucarados para a reposição de energia.
Para a melatonina ser produzida, é necessário ter o aminoácido triptofano no organismo. Fernanda indica que na maioria dos casos, consumimos no dia a dia a quantidade de triptofano que o corpo precisa.
Mas, se a disponibilidade de triptofano for baixa, consumir aveia, kiwi, banana e amêndoas, ricos no aminoácido, pode otimizar a produção de melatonina.
“Muitos ensaios mostram que o carboidrato tem uma relação com o sono: carboidratos integrais, por serem complexos, mantêm a glicemia à noite, o que favorece um sono melhor, mais profundo. Já os carboidratos refinados, de maior índice glicêmico, podem piorar a qualidade do sono. Devido a alteração glicêmica, as pessoas podem acordar mais vezes à noite e terem o sono mais curto.”
A nutróloga recomenda alguns alimentos que, se ingeridos antes de dormir, podem ser benéficos para o sono e para a produção de melatonina, mas devem ser consumidos com moderação. Você pode fazer combinações variadas desses alimentos:
- nozes, castanhas, amêndoas
- kiwi, banana, ameixa seca e morango
- iogurte, queijo branco e leite
- aveia
Também é preciso evitar alguns alimentos à noite, que podem piorar a qualidade do sono. Não é recomendado ingerir pimenta, bebida energética, carboidratos processados, açúcar refinado, gordura saturada, chocolate, açaí, gengibre, chá verde, chá preto e cafeína.
Uma alimentação balanceada ao longo do dia é fundamental. “Pessoas com sono ruim costumam ter dietas de pior qualidade, como menos proteínas e fibras, e consomem maior quantidade de ultraprocessados, massas, gordura saturada e açúcar”, diz a especialista.
Esses alimentos interferem nas ondas do sono, impedindo que se chegue à fase mais profunda e restauradora, deixando o sono leve.
Para o cotidiano, Fernanda recomenda uma alimentação com pouca quantidade de gordura animal e de açúcares, que seja rica em fibras, frutas, vegetais e gordura insaturada de sementes e oliva.
A famosa dieta do Mediterrâneo, que ganhou o prêmio de melhor dieta para este ano, também é indicada pela nutróloga.
“Pessoas que seguem essa dieta têm benefícios no sono, pois é uma alimentação que ajuda na produção de melatonina”, comenta.
A dieta do Meditarrâneo baseia-se em “comida fresca e natural”, como frutas, legumes, frutos do mar, azeite, oleaginosas, grãos, cereais e aves.
“Leites e queijos com parcimônia e o vinho também estão presentes com moderação. A carne vermelha é consumida raramente”, completa.

Protegendo bebês
Saúde do DF é pioneira na aplicação de medicamento contra bronquiolite

O Governo do Distrito Federal (GDF) dá um passo importante para a proteção da saúde de bebês prematuros: a capital do Brasil é a primeira unidade da federação a aplicar o Nirsevimabe na rede pública de saúde. O medicamento adquirido pela Secretaria de Saúde (SES-DF) é um anticorpo de ação prolongada que protege bebês contra infecções graves causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável por casos de bronquiolite e pneumonia nos primeiros meses de vida.
A pequena Ana Ísis, nascida com 36 semanas, foi a primeira bebê da rede pública a tomar o medicamento. Nesta quinta-feira (17), ao lado da mãe Raimunda Ribeiro, 38 anos, ela recebeu o Nirsevimabe no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Ana Ísis integra o público-alvo do medicamento: recém-nascidos prematuros, com idade gestacional entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos a partir de 1º de outubro de 2024 – faixa etária que integra o período de maior circulação do VSR no Distrito Federal em 2025.
“O Nirsevimabe representa um avanço enorme na proteção da primeira infância. Essa ação reforça o compromisso do Governo do Distrito Federal com a prevenção, o cuidado e a inovação na saúde pública, especialmente para os nossos pequenos mais vulneráveis”, afirmou o secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior.
A aplicação do medicamento é feita antes do pico da sazonalidade das infecções respiratórias em bebês, como medida preventiva para reduzir complicações e internações – o que tem impacto direto na ocupação de leitos de UTI neonatal. A distribuição está sendo realizada para as 11 maternidades da rede pública, de forma proporcional à estimativa de nascimentos prematuros.
Todo o processo seguirá um protocolo rigoroso e humanizado da SES-DF, elaborado em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). A capacitação dos profissionais da rede – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – já foi iniciada.
Aprovado pela Anvisa em outubro de 2023 e incorporado ao SUS em fevereiro deste ano, o Nirsevimabe é um anticorpo pronto, que oferece proteção imediata sem necessidade de ativação do sistema imunológico, sendo especialmente eficaz para prematuros e crianças com menos de dois anos com comorbidades.
“É importante destacar que o Palivizumabe continuará sendo utilizado para os grupos de risco já estabelecidos, como crianças com cardiopatias congênitas e displasias pulmonares. O Nirsevimabe vem ampliar a estratégia de proteção, de forma complementar e integrada ao protocolo vigente”, explicou a médica pediatra e gestora da SES-DF, Julliana Macêdo.
Com essa iniciativa pioneira, o Distrito Federal assume o protagonismo nacional no enfrentamento das síndromes respiratórias graves em crianças, priorizando a vida desde os primeiros dias.
26 de abril
Dia nacional de prevenção à hipertensão alerta para o controle da doença

Celebrado no próximo sábado, 26, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial faz um alerta importante para a conscientização da população sobre a identificação dessa doença “silenciosa”, mas que pode ser controlada com o acompanhamento médico e mudanças de hábitos.
Estima-se que cerca de 27,9% dos brasileiros sejam hipertensos. A maior prevalência ocorre entre mulheres, com 29,3% das pessoas do sexo feminino com a doença. Entre os homens, 26,4% tem hipertensão. Os dados são do levantamento feito pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, realizado, em 2023, nas 27 capitais.
O médico da Família e Comunidade da Amparo Saúde, Pedro Pina, informa que “a hipertensão arterial sistêmica, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição crônica caracterizada pelo aumento persistente da pressão sanguínea nas artérias. Isso significa que o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue para o resto do corpo, o que pode causar sérios problemas de saúde ao longo do tempo”.
Pina explica que uma pessoa é considerada hipertensa quando apresenta valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg em medições repetidas em diferentes ocasiões. “É importante ressaltar que apenas uma aferição acima do normal não caracteriza hipertensão arterial sistêmica, mas indica que a pessoa deve procurar um médico para compreender o motivo”, salienta ele, acrescentando que o diagnóstico preciso para essa doença “silenciosa” deve ser feito por um profissional de saúde, considerando também fatores de risco e condições clínicas.
A pressão alta pode ter diversas causas, incluindo fatores genéticos, como histórico familiar de hipertensão; hábitos alimentares inadequados, com o consumo excessivo de sal, gorduras e alimentos ultraprocessados; sedentarismo; obesidade; estresse; tabagismo; consumo excessivo de álcool; e doenças preexistentes, a exemplo de diabetes e doenças renais.
Sinais de pressão alta
Os sintomas da hipertensão podem não aparecem em todos os pacientes, como alerta Pina, tornando a doença ainda mais perigosa. No entanto, alguns sinais podem indicar que algo está errado, como dores de cabeça frequentes, tontura e mal-estar, visão embaçada ou alterações visuais associadas à dor de cabeça, falta de ar e dor no peito.
“Caso esses sintomas apareçam, é essencial buscar atendimento médico, porque o grande problema da hipertensão arterial sistêmica são suas consequências. Se não for controlada, ela pode levar a sérias complicações, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doenças renais e problemas na visão”, informa.
Embora seja mais comum em adultos, crianças e adolescentes também podem desenvolver hipertensão, principalmente devido a fatores genéticos, obesidade e maus hábitos alimentares. “O acompanhamento pediátrico é fundamental para a prevenção e tratamento. A hipertensão em crianças, geralmente, tem causas de maior gravidade e que precisam ser investigadas com maior atenção”, pontua.
Para confirmar o diagnóstico da hipertensão será necessária a aferição da pressão arterial em diferentes momentos. Em alguns casos, exames complementares, como monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou monitorização residencial da pressão arterial (MRPA), podem ser solicitados pelo médico.
“O tratamento inclui mudanças no estilo de vida e, em muitos casos, o uso de medicamentos anti-hipertensivos”, informa Pina, pontuando que as principais medidas para o controle da hipertensão são: reduzir o consumo de sal e alimentos ultraprocessados, principalmente aqueles ricos em sódio, como refrigerantes; praticar atividade física regularmente para manter um peso saudável; controlar o estresse e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de seguir corretamente as orientações médicas e tomar os medicamentos prescritos.
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