Curta nossa página

Flora e fauna

Governo acaba com invasão e põe ordem no Parque do Guará

Publicado

Foto/Imagem:


Maryna Lacerda

A retirada de ocupações irregulares do Parque Ecológico Ezechias Heringer e da Reserva Biológica (Rebio) do Guará, iniciada pelo governo de Brasília na segunda-feira (9), tem o objetivo de proteger a biodiversidade desses locais. Além disso, segundo o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que orienta a remoção, ambos são fundamentais para o equilíbrio ecológico do Cerrado.

As invasões ameaçam espécies endêmicas (que só ocorrem naqueles lugares) da fauna, como o peixe pirá-brasília, e da flora, como micro-orquídeas. A gerente de Parques do Ibram, Carolina Amário, destaca que a qualidade ambiental é pré-condição para que elas não sejam extintas. “O pirá-brasília, por exemplo, só existe onde a qualidade da água é boa.”

Parte das 75 orquídeas endêmicas catalogadas foi descrita pelo botânico e naturalista Ezechias Heringer, que pesquisou a região e deu nome ao parque e a uma delas: a Habenaria heringeri. Descoberta em 1964, próximo à região do Zoológico de Brasília, essa micro-orquídea é extremamente sensível a perturbações ambientais e só ocorre em pontos muito preservados da vegetação local.

Manter a integridade do meio ambiente também visa proteger as espécies vegetais contra a introdução de exemplares exóticos ao Cerrado, como eucaliptos. “Alguns não só se proliferam de forma muito rápida como também impedem a regeneração das nativas”, explica a gerente de Parques do Ibram.

Segundo Carolina, outro efeito das irregularidades na reserva é o despejo de esgoto e de matéria orgânica no Córrego do Guará, cuja nascente está na reserva biológica. Essa grande oferta de nutrientes nas águas causa, por exemplo, a proliferação de algas, como a vista em novembro, e o equilíbrio do riacho e do Lago Paranoá — para onde ele aflui — ficam prejudicados. O aumento de material orgânico em contato com as águas do córrego é provocado ainda pela criação ilegal de porcos e de peixes.

As ameaças também partem de empresas que fixaram sede irregularmente no local, como as que produzem materiais de construção (gesso e pré-moldados, entre outros) e marmoraria. Dentro da poligonal da Rebio do Guará se encontram ainda indústrias de produtos inflamáveis e um posto de gasolina, atividades que podem contaminar severamente o lençol freático da região. Somados a esses agentes, lixo e entulho, acumulados por catadores de recicláveis, afetam a biodiversidade local.

A desobstrução do Ezechias Heringer e da reserva biológica é feita de forma a evitar a derrubada ou a destruição de árvores. Por isso, a entrada das máquinas tem sido controlada, e os equipamentos usados, como tratores, são menores. Além disso, a equipe de fiscalização do Ibram acompanha todas as fases da retirada das invasões.

Para a remoção dos animais, como porcos, cavalos e cachorros, o governo mobilizou servidores da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e do Centro de Controle de Zoonoses. A atuação deles foi necessária porque os invasores tentaram abandonar os animais durante a operação. Assim, alguns cachorros são encaminhados à Zoonoses, e a pasta da Agricultura indica locais para abrigar os bichos provisoriamente.

Desde segunda (9), equipes da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) já retomaram 180 mil metros quadrados de área pública no Parque Ezechias Heringer e na Reserva Biológica do Guará. Foram retiradas cercas, construções de madeirite e de alvenaria. A estimativa é que as invasões fixadas em uma área de 5.473.283 metros quadrados sejam removidas em cerca de um mês.

Com 220 hectares, a Rebio é uma área de proteção integral que abriga a nascente do Córrego do Guará. Ela foi criada por meio do Decreto nº 11.262, de 16 de setembro de 1988, que deu origem à Reserva Ecológica do Guará, e do Decreto nº 29.703, de 17 de novembro de 2008. Esse alterou a categoria de reserva ecológica para biológica e, com isso, ampliou o perímetro protegido.

Agência Brasília

Comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Até 9 de junho

Inscrições abertas para o 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Publicado

Por

Ao Vivo de Brasília
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 2025
Foto/Imagem: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Na edição comemorativa de 60 anos do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, criado em 1965 por Paulo Emílio Salles Gomes, a mais tradicional e longeva mostra cinematográfica do país volta a ser realizada em setembro, com formato ampliado: serão nove dias de programação, com a inclusão de um longa-metragem a mais na Mostra Competitiva Nacional e na Mostra Brasília.

O anúncio das novidades para o 58º Festival de Brasília foi feito nesta terça-feira (6), durante coletiva de imprensa no hall do Cine Brasília, ocasião que também marcou a abertura das inscrições de curtas e longas-metragens nacionais para a seleção oficial do evento. Os interessados podem se inscrever pelo site oficial do Festival até 9 de junho.

A edição de 60 anos celebra a resiliência do festival, que se mantém como referência nacional, segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e presidente do evento, Claudio Abrantes. “Nem a ditadura nem a pandemia conseguiram parar o Festival”, destacou, ao lembrar que as edições de 1972, 1973 e 1974 não foram realizadas por conta do regime militar.

Uma das principais mudanças nesta edição é o retorno ao mês de setembro. “É o período em que o Festival sempre aconteceu, com ipês floridos e sem chuvas. Do ponto de vista técnico, temos certeza de que o evento retoma o protagonismo que nunca deveria ter perdido entre os grandes festivais do país”, afirmou Abrantes.

Para Sara Rocha, coordenadora-geral do Festival, essa retomada só foi possível graças ao edital trianual que garantiu orçamento para as edições de 2024, 2025 e 2026: “O retorno a setembro é fundamental para o posicionamento estratégico do Festival no calendário nacional, e foi viabilizado pelo trabalho continuado ao longo desses três anos”.

Neste ano, o evento terá nove dias de duração, abrangendo dois fins de semana. Com isso, haverá mais exibições, oficinas e atividades culturais em diversas regiões do Distrito Federal, além das sessões no Cine Brasília.

Desde o ano passado, o Banco de Brasília (BRB) é o patrocinador master do Festival, o que também possibilitou a ampliação de formato e estrutura. “Foi o maior investimento já feito pelo banco no Festival, com foco na valorização das produções cinematográficas”, afirmou o gerente de patrocínios do BRB, João Eduardo Silveira.

Mostra Brasília

A Mostra Brasília também será ampliada, com mais dias de competição, maior número de filmes e aumento no valor dos prêmios. Serão exibidos dez curtas e cinco longas no decorrer de cinco dias. O valor total dos prêmios passa de R$ 240 mil para R$ 298 mil. O edital específico será lançado ainda nesta semana, mas as inscrições já estão abertas no site oficial do Festival.

Além das exibições e mostras paralelas, o 58º Festival de Brasília contará com a sétima edição do Ambiente de Mercado, voltado para pitchings e rodadas de negócios, com a presença de players nacionais e internacionais do setor audiovisual. Também será realizada, pelo segundo ano consecutivo, a Conferência Nacional do Audiovisual – fórum de debates sobre políticas públicas para o setor, com participação do público.

A programação completa do Festival será divulgada em 20 de agosto.

Cine Brasília

A estrutura do Cine Brasília será novamente ampliada para a edição de 2025, com pelo menos uma nova sala para exibições paralelas, além de espaços para oficinas e debates. O anexo previsto no projeto original de Oscar Niemeyer, que deve consolidar essa expansão de forma permanente, está em fase de viabilização. O edital para a construção será lançado nas próximas semanas.

“Essa área externa já é muito utilizada, mas agora é hora de consolidar esse espaço com salas menores de cinema e uma cinemateca que abrigue acervos de grandes nomes do cinema brasiliense, como o homenageado da sala, Vladimir Carvalho”, reforçou Claudio Abrantes. Ele também anunciou o lançamento de licitação para aquisição de um projetor 4K para o Cine Brasília.

Mostra 60 Anos do Festival

Como parte das comemorações pelos 60 anos do Festival, o Cine Brasília realiza, desta terça (6) até domingo (11), sempre às 18h, a mostra especial 1 Filme por Década, com entrada franca.

A seleção reúne seis filmes emblemáticos premiados com o Troféu Candango de Melhor Filme. Veja abaixo.

  • Todas as Mulheres do Mundo(1966), de Domingos de Oliveira
  • Nunca Fomos tão Felizes (1984), de Murilo Salles
  • Que Bom te Ver Viva (1989), de Lúcia Murat
  • Amarelo Manga (2002), de Cláudio Assis
  • É Proibido Fumar (2009), de Anna Muylaert
  • Temporada (2018), de André Novais de Oliveira
CONTINUAR LENDO

Transporte público

Mulheres com medida protetiva no DF terão acesso ao Passe Livre

Publicado

Por

Ao Vivo de Brasília
Passe Livre mulher medida protetiva DF
Foto/Imagem: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Mulheres com medida protetiva e em situação de acolhimento terão direito ao Passe Livre no transporte público do Distrito Federal. O anúncio foi feito pelo governador Ibaneis Rocha durante a inauguração do Centro de Referência da Mulher Brasileira, no Recanto das Emas. A medida tem como objetivo facilitar o acesso delas aos serviços da Secretaria da Mulher e a esses centros, especialmente em momentos de vulnerabilidade.

“Determinei que todas as mulheres cadastradas com medidas protetivas, que precisarem do acolhimento da Secretaria da Mulher e das casas da Mulher Brasileira, terão direito ao Passe Livre no transporte público do Distrito Federal”, afirmou o governador. “É uma forma de garantir que essas mulheres possam acessar os serviços em um momento que pode ser de reconstrução de suas vidas.”

Além do Passe Livre, a iniciativa prevê o fortalecimento da articulação entre os serviços oferecidos, ampliando a proteção e a autonomia de quem está em situação de violência.

Ibaneis também destacou o papel da bancada federal na viabilização de recursos para obras de acolhimento às mulheres. Segundo ele, parte das verbas para as novas unidades veio de emendas parlamentares, complementadas por orçamento do próprio Governo do Distrito Federal (GDF).

“Não deixamos nenhuma obra parar. Quando os recursos federais não foram suficientes, colocamos dinheiro do nosso orçamento, porque sabemos da importância desses espaços de acolhimento e encaminhamento para as mulheres”, disse o governador, ao agradecer o apoio de senadores e deputados. “O ideal é termos uma Casa da Mulher Brasileira em cada uma das 35 regiões administrativas do DF. Lugares como Sol Nascente e Ceilândia ainda sofrem com altos índices de violência. Precisamos estar mais próximos dessas mulheres”, defendeu Ibaneis.

O modelo atual das casas, segundo o governador, segue um conceito mais descentralizado e acessível. “A proposta é que as unidades estejam próximas de onde as mulheres vivem, para que o acolhimento ocorra no momento em que elas mais precisam, com acesso a psicólogas, orientação jurídica, benefícios como o aluguel social e encaminhamento para o mercado de trabalho.”

Segundo a vice-governadora Celina Leão, a medida é essencial para que os direitos das mulheres possam ser exercidos de forma plena. “Essa determinação do governador Ibaneis é fundamental para garantir que as mulheres possam acessar serviços públicos que são essenciais, especialmente, em momentos de dor e vulnerabilidade. É mais um passo que damos para proteger as nossas mulheres, que precisam contar com o apoio do poder público para saírem de situações de violência”, afirmou Celina.

“Trata-se de uma medida do governador Ibaneis Rocha de grande importância para o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, garantindo a elas o acesso ao transporte público coletivo em todas as linhas de ônibus e metrô do DF, de forma que possam se deslocar mais facilmente para acessar os serviços públicos de saúde, segurança e assistência que precisarem buscar”, afirma o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves.

De acordo com a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, a medida vai garantir o acesso continuado aos tratamentos ofertados pelas unidades do Distrito Federal: “O atendimento psicossocial oferecido nas nossas unidades não acontece em um dia, ele tem uma sequência ao longo das semanas. Muitas mulheres falavam que não tinham dinheiro para pagar a passagem para dar andamento, porque o tratamento é de no mínimo 12 encontros, então era uma demanda que a gente estava identificando que prejudicava nos atendimentos. Elas começavam participando e depois acabavam abandonando por essa questão. Essa nova medida vem para solucionar esse problema”.

CONTINUAR LENDO
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais Lidas da Semana

© 2015-2025 AVB - AO VIVO DE BRASÍLIA - SIA Trecho 5, Ed. Via Import Center, Sala 425, Brasília - DF. Todos os Direitos Reservados. CNPJ 28.568.221/0001-80 - Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços de notícias de agências nacionais e internacionais, assessorias de imprensa e colaboradores independentes. #GenuinamenteBrasiliense