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Janeiro Verde

Vacinação contra o HPV: a maior aliada no combate ao câncer do colo do útero

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Câncer do colo do útero - Janeiro Branco
Foto/Imagem: Freepik


O câncer do colo do útero (CCU) é uma das principais causas de mortalidade da doença entre mulheres no Brasil e no mundo. Estima-se que, apenas em 2024, mais de 17 mil novos casos foram diagnosticados no país, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Apesar da gravidade, o tipo mais comum de CCU é altamente prevenível e tratável quando identificado em estágios iniciais. A chave está na informação, no acesso a exames regulares e na vacinação contra o HPV (papiloma humano), vírus altamente comum transmitido, na maioria dos casos, por via sexual e principal fator de risco para a doença.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das mulheres serão infectadas pelo HPV em algum momento da vida. Embora a maioria das contaminações seja eliminada espontaneamente pelo sistema imunológico, algumas cepas do vírus, especialmente os tipos 16 e 18, estão diretamente associadas ao desenvolvimento de lesões precursoras e do câncer de colo de útero.

Disponível no Brasil desde 2014 pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra o HPV é gratuita para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Recentemente, a faixa etária foi ampliada para pessoas de até 45 anos em situações específicas, como portadores de HIV.

Segundo Fernanda Nunes, ginecologista da clínica Atma Soma, existem dois tipos de imunização contra o papiloma humano: a quadrivalente, que pode ter uma eficácia de até 70% em relação ao câncer de colo de útero, e a nonavalente, mais nova vacina do HPV, lançada em 2023, que pode ter uma eficácia de até 90%.

Prevenção e conscientização

O exame Papanicolau, também conhecido como citologia oncótica, é outro pilar fundamental na prevenção e no diagnóstico precoce dessa neoplasia, sendo recomendado para mulheres entre 25 e 64 anos. Ele detecta alterações nas células do colo do útero antes que elas se tornem cancerígenas.

“A recomendação é que mulheres sexualmente ativas realizem esse acompanhamento a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais e sem alterações”, afirma a especialista, que complementa: “A pesquisa do HPV também pode ser associada ao papa – com ambos os resultados normais, o intervalo entre os exames permanece em três anos”.

No entanto, a adesão também enfrenta desafios. Dados do INCA mostram que cerca de 40% das mulheres brasileiras não realizam o Papanicolau regularmente, muitas vezes por falta de acesso, informação ou por medo do procedimento.

Fernanda Nunes aponta que, no SUS, algumas pacientes podem não ter a opção de escolher o profissional que realizará a coleta do Papanicolau. “Muitas preferem que o exame seja feito por uma médica do sexo feminino, e, na ausência dessa possibilidade, acabam evitando o procedimento, o que pode se tornar uma barreira para a realização do exame”.

Para a ginecologista, esse acompanhamento é fundamental para o diagnóstico precoce e para a prevenção do câncer de colo do útero, contribuindo para salvar vidas e promover a saúde feminina. “Além disso, levar informação, ampliar o acesso à vacina contra o HPV e fortalecer campanhas de conscientização, como Janeiro Verde, são passos igualmente essenciais para reduzir a incidência e a mortalidade por essa doença”, finaliza.

Dr. Rafael Amorim

Ter pet pode melhorar a saúde cardiovascular, apontam estudos

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Ao Vivo de Brasília
saúde cardiovascular pet
Foto/Imagem: Freepik

Estudos divulgados em 2022 pela Harvard Heart Letter e pela revista Circulation, da American Heart Association, destacam que ter um pet não só oferece conforto emocional, mas também pode estar associado à saúde cardiovascular. Os dados sugerem impacto favorável em variáveis cardiovasculares como pressão arterial, frequência cardíaca e níveis de colesterol em pessoas que são tutores de pets.

Segundo o cardiologista Dr. Rafael Amorim, do Centro Especializado em Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a presença dos animais pode ter um impacto direto na redução dos hormônios do estresse, como o cortisol e adrenalina, e aumentar a produção de endorfinas, que promovem sensações de prazer e relaxamento.

“Os pets, especialmente cães e gatos, oferecem benefícios emocionais e físicos únicos ao seu tutor. Eles criam um ambiente de bem-estar, reduzem o estresse e incentivam hábitos mais saudáveis, como a prática de exercícios físicos”, diz.

Como os pets ajudam o coração

Segundo publicação na revista Harvard Heart Letter, acariciar um pet pode desencadear a liberação de ocitocina, hormonio responsável pela sensação de felicidade, amor, relaxamento e prazer, e que reduz a pressão arterial e diminui a frequência cardíaca, o que significa que a interação com animais de estimação pode estar associada à redução de fatores de risco cardiovascular.

Além disso, o toque e a presença de um animal ajudam a amortecer a resposta do corpo ao estresse, fator que desempenha um papel importante na saúde do coração.

Estudos também mostram que tutores de cães tendem a caminhar 20 minutos a mais por dia do que pessoas que não têm pets, o que favorece a saúde cardiovascular.

“A atividade física regular promovida pelo cuidado com um pet, como passeios diários, é essencial para manter uma boa saúde cardíaca, pois melhora a circulação, ajuda a controlar a pressão arterial, reduzindo os níveis de colesterol”, explica o cardiologista. Atividades lúdicas com animais também podem aumentar os níveis de energia e motivação para a prática de exercícios.

Redução do estresse e conexões sociais

Além do impacto fisiológico, a convivência com animais de estimação tem efeitos positivos na saúde mental, que estão diretamente ligados ao bem-estar cardiovascular. “Os animais promovem sensação de pertencimento e conexão, fundamentais para reduzir a ansiedade e o isolamento social. Ambos são fatores de risco para doenças cardíacas”, destaca o cardiologista.

Uma pesquisa publicada em revista científica da American Heart Association com mil participantes apontou que 95% dos tutores relataram alívio do estresse ao interagir com seus pets. Atividades simples, como ouvir o ronronar de um gato ou ser recebido de forma afetuosa por um cão, oferecem grande conforto. Além disso, os pets podem facilitar interações sociais, ampliando as redes de apoio.

Parceria para a humanização do atendimento

Reconhecendo os benefícios terapêuticos dos animais, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, desde março de 2024, promove visitas terapêuticas de cães em parceria com a ONG Patas Therapeutas.

Parte do Programa de Voluntariado, a iniciativa visa oferecer conforto emocional e humanizar o ambiente hospitalar, trazendo momentos de acolhimento para pacientes e familiares.

“As visitas dos cães terapeutas têm sido uma experiência enriquecedora tanto para os pacientes quanto para a equipe médica. Observamos melhorias no humor, redução dos níveis de estresse e até mesmo uma adesão mais positiva aos tratamentos”, conta o médico.

As visitas ocorrem mensalmente, seguindo critérios rigorosos de segurança, como autorização médica, a não presença de pacientes em isolamento ou com lesões cutâneas não protegidas, além da higienização do ambiente antes e após cada visita.

Riscos e cuidados

Apesar dos inúmeros benefícios, alguns cuidados são indispensáveis. O Dr. Rafael Amorim ressalta a importância da higiene e alerta sobre o impacto de dividir a cama com os pets: “O sono é fundamental para a saúde cardíaca. Dormir com o animal pode comprometer a qualidade do descanso e, por consequência, afetar o sistema cardiovascular. É importante que os animais tenham seu próprio espaço para dormir.” Além disso, é essencial manter as vacinas e vermifugações em dia para evitar zoonoses.

Indivíduos com alergias ou sistema imunológico fragilizado devem consultar um médico antes de adotar um animal. “Ter um pet é uma decisão que exige planejamento, considerando tanto os benefícios quanto as responsabilidades”, conclui o cardiologista.

Para o Dr. Rafael Amorim, incorporar um pet à rotina pode ser uma estratégia valiosa para melhorar a saúde do coração. “Ter um pet é um incentivo natural para adotar um estilo de vida mais saudável, seja por meio da atividade física, do conforto emocional ou da socialização. Mas é essencial equilibrar os cuidados com o animal e as próprias necessidades de saúde.”

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Água contaminada

Período de chuvas alerta para cuidados contra a leptospirose

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Leptospirose
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A época de chuvas no Distrito Federal levanta o alerta para a exposição a diversas doenças transmissíveis por meio de água contaminada. Em 2024, o DF registrou 132 casos suspeitos de leptospirose – doença infecciosa que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira. Caso não seja tratada, a enfermidade pode evoluir para complicações como hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória.

Do total de casos suspeitos em 2024, 19 foram confirmados, 95 descartados e 18 permanecem em investigação. Houve um óbito causado pela doença. Em 2023, foram notificados 115 casos suspeitos, com 11 confirmações e duas mortes. Como o período de chuvas pode acarretar alagamentos e inundações, a exposição por longo período à água aumenta o risco de transmissão.

A gerente de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Aline Folle, enfatiza a importância de os profissionais observarem os sintomas e realizarem as notificações. “Entre as recomendações, orientamos a sempre coletar a primeira amostra de sangue para análise e se atentar à exposição dos pacientes durante o diagnóstico diferencial. É essencial apoiar a coleta da segunda amostra para confirmação da doença, orientar o preenchimento completo das fichas e realizar uma busca ativa de novos registros quando houver casos confirmados em uma localidade”, explica.

Sintomas

Os sintomas mais comuns da doença incluem febre, dores no corpo e de cabeça, além do surgimento de icterícia – coloração amarelada da pele e dos olhos – em casos mais graves. Caso não seja tratada, pode causar quadros mais graves, que incluem hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória.

Para o diagnóstico de leptospirose, são realizados exames específicos em pacientes que apresentam os sintomas e possuem exposição de risco a águas contaminadas. O material é encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) e são necessárias duas amostras para a confirmação do caso.

Recomendações

A principal recomendação é tentar evitar ao máximo o contato com a água infectada, o que inclui o consumo, tanto do líquido como de alimentos que podem ter sido contaminados, ou ainda pelo contato direto, como, por exemplo, no banho. A restrição de consumo dos alimentos se estende também aos embalados e enlatados que tiveram qualquer tipo de proximidade com a água infectada ou mesmo a lama, assim como frutas, legumes e verduras.

Como forma de se proteger, a população deve observar alguns cuidados: lavar a área exposta com água e sabão; lavar as roupas contaminadas com água quente e sabão antes de reutilizá-las; e em casos de ferimentos ou cortes dentro da água de enchente, procurar o serviço de saúde.

Atendimento

Se houver suspeita e/ou sintomas, especialmente em populações que estejam em áreas alagadas, o usuário precisa buscar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência, porta de entrada do cidadão ao Sistema Único de Saúde (SUS).

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