Cidades

Trabalhadores do aterro do Jóquei participam de curso sobre prevenção de incêndios

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Funcionários do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e catadores de cinco cooperativas e das duas empresas que prestam serviço de coleta de lixo no aterro controlado do Jóquei, na Estrutural, participam, até quinta-feira (19), de um curso sobre prevenção de incêndios e primeiros socorros na Academia do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

São 16 horas de capacitação, com aulas de prevenção e combate a incêndios, coordenação para evacuação e fuga em situações de risco e primeiros socorros. Ao final, 40 participantes vão receber certificados de conclusão e o título de brigadista voluntário.

A motivação para a criação do curso veio após o registro de cerca de 20 ocorrências de incêndio no aterro controlado, desde o início do período de seca em Brasília, em junho. Na maior delas, em setembro, foram necessários três dias até que o fogo fosse totalmente controlado pelos militares. Por causa desse incêndio, a área de coleta seletiva precisou ser isolada, e os catadores tiveram de mudar de local por mais de três semanas.

Mais segurança
Nesta segunda-feira (16), abertura das atividades na academia, houve as primeiras aulas teóricas. A catadora Adriana Alves Soares, de 37 anos, participa do curso e diz já ter presenciado diversos incêndios no aterro nos mais de 10 anos de atuação por lá. Ela acredita que a capacitação dará mais segurança aos trabalhadores. “Muitas vezes, a gente não sabe o que fazer e pode acabar se machucando ao tentar controlar algum incêndio. Com o conhecimento, vários acidentes poderão ser evitados.”

Segundo o sargento Ricardo Cardoso, que está há 15 anos no Corpo de Bombeiros e há 5 na área de ensino e pesquisa da corporação, o objetivo é que as informações sejam propagadas. “Esses voluntários vão multiplicar os conceitos básicos apresentados nas aulas para outros trabalhadores, que poderão minimizar futuras ocorrências.”

O diretor técnico do SLU e professor da Universidade de Brasília, Paulo Celso dos Reis, faz estudos sobre o aterro controlado do Jóquei há 12 anos. De acordo com ele, a conscientização da população que trabalha com o lixo é fundamental para evitar que um pequeno foco de incêndio se transforme em uma grande tragédia. “Se pudermos diminuir a ocorrência de casos simples, logo no início, evitaremos incêndios de grande proporção.”

A ideia do SLU é que os próprios participantes, com a supervisão do Corpo de Bombeiros, produzam durante o curso um plano de ações para situações de risco. O trabalho desenvolvido deverá ser impresso e repassado a todos os trabalhadores do aterro controlado.

Antigo Lixão
Até junho, o espaço na Estrutural não tinha delimitação. Agora, uma cerca de 6 mil metros contorna 100% do local. Foram mantidas duas entradas: uma para caminhões, outra para carros comuns. Na área, também é feita a compactação do resíduo, e o lixo é coberto com entulho ou rejeito de composto. Além disso, foram instalados tubos de concreto para drenar, por meio de queima, os gases emitidos.

De acordo com o SLU, o considerado lixo maciço do atual aterro controlado do Jóquei possui mais de 50 metros de altura. Para evitar incêndios e possíveis explosões, foram instalados mais de 200 dutos para a eliminação de gases no espaço.

Os trabalhos para dar início ao Aterro Sanitário Oeste, entre Samambaia e Ceilândia, estão em andamento. Essa é uma das medidas necessárias para encerrar as atividades no aterro controlado do Jóquei, na Estrutural. Após a instalação do Aterro Sanitário Oeste, a área na Estrutural receberá resíduos específicos, como entulhos da construção civil.

Programação

  • Terça (17)
    Debate sobre primeiros socorros
  • Quarta (18)
    Treinamento prático para combate e prevenção de incêndios
  • Quinta (19)
    Treinamento prático sobre primeiros socorros

Rafael Alves, da Agência Brasília

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