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Biomedicine & Pharmacotherapy

Estudo estima 17 mil mortes por tratamento de Covid-19 com hidroxicloroquina

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Foto/Imagem: Freepik
Agência Brasil

O uso, sem previsão na bula (off label), de hidroxicloroquina para tratar pacientes hospitalizados com Covid-19 na primeira onda da pandemia pode estar relacionado a cerca de 17 mil mortes em seis países: Bélgica, França, Itália, Espanha, Estados Unidos e Turquia. A maior parte das mortes estimadas, cerca de 7,5 mil, foi nos Estados Unidos.  

A estimativa foi feita por pesquisadores da França e do Canadá em um estudo que reúne dados coletados com diferentes metodologias, e teve as conclusões publicadas com ressalvas neste ano no periódico científico Biomedicine & Pharmacotherapy.

Os cientistas estimaram ainda que o uso do medicamento pode ser associado a um aumento de 11% na taxa de mortalidade de pacientes hospitalizados.

Limitações

Os autores afirmam que, apesar das limitações do estudo e de suas imprecisões, ele ilustra o perigo de, no manejo de futuras emergências, mudar a recomendação de um medicamento com base em evidências fracas. O número de mortes estimado, de 16.990, pode estar tanto sub como superestimado, mas certamente seria muito maior se houvesse dados disponíveis para mais países, ponderam.

“Esse estudo ilustra as limitações de extrapolar tratamentos de condições crônicas para condições agudas sem dados precisos, e a necessidade de produzir rapidamente evidência de alto nível em testes clínicos randomizados para doenças emergentes”, diz o artigo.

Originalmente, a hidroxicloroquina é indicada para o tratamento de doenças como malária, lúpus e artrite, mas, durante a pandemia de Covid-19, seu uso foi defendido por autoridades políticas, como ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo depois de evidências científicas mostrarem ineficácia e riscos.

Já nos primeiros meses da pandemia, a Organização Mundial da Saúde suspendeu os testes para tratamento da Covid-19 com a hidroxicloroquina, para preservar a segurança dos pacientes e por reconhecer sua ineficácia.

O estudo publicado neste ano pelos pesquisadores franceses e canadenses reforça que o uso prolongado do medicamento aumenta o risco de problemas cardiovasculares. Os pesquisadores ainda citam um estudo de colegas brasileiros que relaciona a hidroxicloroquina a efeitos colaterais no coração e no fígado.

Entre janeiro e junho

Sazonalidade das doenças respiratórias alerta para cuidados com as crianças

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Ao Vivo de Brasília
doenças respiratórias
Foto/Imagem: Freepik

A sazonalidade das doenças respiratórias normalmente ocorre no Brasil entre janeiro e junho, acometendo, principalmente, crianças, idosos e pessoas com a imunidade mais baixa. A bronquiolite viral aguda (BVA) é a principal preocupação da área pediátrica, pois atinge crianças de até dois anos e é responsável pela maioria das internações deste período.

A bronquiolite viral aguda é uma infecção viral que acomete a parte mais delicada do pulmão dos bebês, os bronquíolos. Essas estruturas do organismo são a continuidade dos brônquios, que distribuem o ar para dentro dos pulmões.

O infectologista pediátrico do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Pedro Ribeiro Bianchini, lembra que é possível ter uma variação nos vírus circulantes, mas os principais são o vírus sincicial respiratório (VSR), o coronavírus SARS-CoV-2, rinovírus e metapneumovírus, além do vírus da influenza.

Sintomas

“Esses vírus têm uma distinção clínica muito difícil, pois apresentam sintomas semelhantes, e só é possível identificá-los com a realização de exames específicos, mas a condução clínica é semelhante, e em sua maioria sintomática, com medicação para febre e limpeza nasal”, orienta o médico. “A necessidade de outras medicações e até de internação e outros procedimentos, eventualmente necessários, é determinada apenas pelo pediatra, durante a avaliação clínica.”

Tratando-se de doença causada por vírus respiratórios, o quadro começa com um resfriado, obstrução nasal, coriza clara, tosse, febre, recusa nas mamadas e irritabilidade de intensidade variável.  Em um ou dois dias, esses sintomas evoluem para tosse mais intensa, dificuldade para respirar, respiração rápida e sibilância (chiado/chio de peito). Por vezes, pode haver sinais e sintomas mais graves, como sonolência, gemência, cianose (arroxeamento dos lábios e extremidades) e pausas respiratórias.

A orientação é que a família fique atenta aos sinais, principalmente nos bebês; e, em caso de evolução dos sintomas, busque imediatamente atendimento médico. “A criança pequena tem o seu sistema imunológico ainda em processo de amadurecimento, o que torna essa faixa etária, principalmente as crianças abaixo de 6 anos, mais predispostas ao adoecimento”, ressalta Bianchini.

Volta às aulas

O fato de a transmissão dos vírus respiratórios ser facilitada pela aglomeração de pessoas faz com que o retorno às aulas seja um momento de maior proliferação de doenças respiratórias, pois as crianças se juntam em um mesmo ambiente.

“As principais medidas para diminuir a chance de adoecimento incluem a atualização do cartão vacinal, e ressalto também a importância das vacinas contra covid-19 e coqueluche”, afirma o infectologista pediátrico. O profissional recomenda manter o hábito de fazer a higienização nasal diária e incentivar a criança a lavar as mãos com frequência, além de proporcionar uma alimentação equilibrada, sono saudável e fazer um acompanhamento regular com o pediatra.

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WhatsApp

GDF envia mensagens para incentivar vacinação contra o HPV

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Ao Vivo de Brasília
Vacina Papilomavírus Humano (HPV)
Foto/Imagem: Freepik

O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), em parceria com a Secretaria de Economia (SEEC-DF), iniciou, neste mês, o envio de mensagens pelo aplicativo WhatsApp para lembrar pais e responsáveis sobre a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV). O intuito é aumentar a proteção entre meninos e meninas de 9 a 14 anos, principal público.

O índice de cobertura vacinal de HPV no DF ainda não atingiu a meta de 90%, estipulada pelo Ministério da Saúde, principalmente ao observar o público masculino. O último levantamento da SES-DF indica que, em 2024, o percentual estava em 81,5% entre meninas e em 62,9% entre meninos. A meta é aumentar esses números e garantir que mais jovens fiquem protegidos.

A SES-DF lembra aos usuários que as mensagens enviadas não pedem informações pessoais, sigilosas ou restritas. No texto, será perguntado se o portador do número é responsável pelo jovem. Em caso positivo, a próxima pergunta aparece querendo saber se há uma previsão de levar a criança para vacinar.

“Trata-se de um serviço gratuito. Isso quer dizer que não há qualquer pedido de pagamento ou taxa. O foco das mensagens é unicamente lembrar, conscientizar e incentivar os responsáveis sobre a vacinação da criança ou do adolescente”, alerta a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

Na capital federal, a dose está disponível para jovens entre 9 e 14 anos, em mais de cem pontos de vacinação espalhados pelas regiões de saúde. A lista de locais pode ser conferida neste link.

Cobertura

A escolha por priorizar a dose contra o HPV é fundamentada em dados históricos de cobertura vacinal. A expectativa é atingir toda a população adolescente do DF considerada como público-alvo. O imunizante é uma medida preventiva, pois auxilia na redução de incidência de cânceres relacionados ao vírus.

“O HPV é o sexto imunobiológico considerado pela campanha de mensagens que o GDF implementou – uma abordagem alinhada às recomendações do Ministério da Saúde, que tem investido em canais digitais para disseminar informações sobre imunização e saúde pública”, explica a gerente de Qualidade na Atenção Primária da SES-DF, Lídia Glasielle de Oliveira Silva.

Sobre a doença

O papilomavírus humano infecta tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal. Apesar de muitos casos serem assintomáticos, o HPV pode apresentar verrugas ou lesões. Estas, por sua vez, são capazes de evoluírem para um câncer, como o de colo do útero, vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe (parte da garganta que fica atrás da boca).

Embora a principal forma de transmissão ocorra por via sexual, com penetração desprotegida, ela também é possível por contato direto entre os órgãos genitais, sem penetração. Os sintomas podem incluir verrugas genitais, lesões precursoras de câncer, infecções respiratórias, coceira ou irritação, e dor associada às verrugas.

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