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Henrique Gomes

Especialista alerta para perigos da automedicação em crianças

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Perigos da automedicação crianças
Foto/Imagem: Getty Images


Tosse, febre alta, diarreia e dores musculares, estes são os principais sinais que as crianças apresentam ao adoecer. Sintomas que de cara assustam os pais, fazendo com que muitos recorram a automedicação, ação que pode ser prejudicial à saúde dos pequenos.

Pela experiência de vida, é comum que adultos montem seu próprio “kit de sobrevivência” ou de primeiros socorros, e estejam sempre munidos de analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e até mesmo de corticoides, o que faz com que esqueçam que sinais do corpo são respostas imunológicas naturais. Esses remédios acabam se tornando falsos aliados, pois são repletos de efeitos colaterais, e apesar da venda ser liberada e por vezes não apresentar indicação de dose para crianças, isso nem sempre evita que os adultos mediquem os filhos.

Muito se fala sobre a automedicação, mas os perigos são variados e algumas vezes podem prejudicar a saúde de forma permanente, alerta o pediatra Henrique Gomes. Os riscos vão desde o uso de doses abaixo ou acima das recomendadas (ato que frequentemente leva a intoxicação medicamentosa), até a leitura incorreta dos sintomas e a ingestão inadequada de determinadas medicações, tal processo pode mascarar a doença retardando um diagnóstico preciso.

“Acostumados com a automedicação, muitos pais cometem o equívoco de tratar somente os sintomas dos filhos, ação que pode ser danosa principalmente à saúde intestinal das crianças, pois medicamentos corticoides e antibióticos por exemplo, são compostos que desequilibram a flora intestinal, enfraquecendo a proteção imunológica do corpo”, explica Gomes.

Entretanto, é uma obviedade e por vezes doloroso aos pais e familiares, mas toda criança deve passar por fases de adoecimento, isso quer dizer que ela está desenvolvendo seu sistema imunológico e está crescendo de forma saudável. Contudo, doenças mais graves podem se manifestar por sintomas que muitas vezes são julgados como simples mas que precisam ser analisados e tratados por profissionais antes que evoluam para um quadro grave.

Todo cuidado é pouco

É válido mencionar que é comum, assim como os adultos, crianças apresentarem reações a medicamentos. Caso a criança apresente sinais de desconforto após a manipulação de algum remédio sem prescrição, é essencial procurar urgente atendimento médico. O pediatra reforça também a importância de manter medicações em locais seguros, longe do alcance dos pequenos.

Henrique Gomes pontua ainda que é comum que os pais não saibam analisar as queixas dos filhos, e também que não tenham ciência dos efeitos colaterais dos remédios. Procurar na internet ou recorrer à automedicação costuma ser o primeiro instinto, mas, a melhor solução é ficar atento aos sinais que os pequenos apresentam, buscando dar a eles a sensação de que estão seguros e que vão receber a ajuda necessária.

“Assustar a criança é o que mais acontece. Imagine a situação em que você fala para alguém que está com uma dor e essa pessoa logo se desespera. Diante disso, a tendência é que você tenha medo e tente esconder o desconforto, não é? Portanto, é fundamental que a criança tenha ciência do próprio corpo, dessa forma ela ficará mais sensível aos sinais e saberá se expressar melhor dizendo o que sente e um adulto poderá recorrer ao especialista necessário”, afirma o pediatra.

Dr. Henrique Gomes

Pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal desde 2008, do Grupo Santa (Hospital Santa Lúcia Sul e Taguatinga) e das clínicas PedCare e Le Petit, Henrique é pós-graduado em Lato Sensu em Doenças Funcionais e Manometria do Aparelho Digestivo no Hospital Israelita Albert Einstein. Residência médica em pediatria pelo HMIB (2006 e 2007), além de atuação na área de Gastropediatria pelo HBDF (2008 e 2009), o profissional atua na área de Gastroenterologia Pediátrica, especialidade que auxilia o pediatra na assistência de crianças e adolescentes portadoras de sintomas relacionados ao aparelho digestivo, como náuseas, vômitos, diarreias, alergias aos alimentos, dores abdominais, constipação intestinal, entre outros.

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  1. Pingback: Como amenizar cólicas e outros desconfortos sentidos pelos bebês

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Jovens de 15 a 19 anos

Secretaria de Saúde envia mensagens para incentivar vacinação contra HPV

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Ao Vivo de Brasília
Vacina Papilomavírus Humano (HPV)
Foto/Imagem: Freepik

Com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal entre adolescentes e jovens, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) iniciou, em abril, o envio de mensagens via WhatsApp para incentivar a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV, na sigla em inglês). A ação, que segue até 14 de junho, tem como público-alvo jovens de 15 a 19 anos e já contactou cerca de 130 mil pessoas com lembretes personalizados.

“A ampliação da vacinação para jovens de 15 a 19 anos busca alcançar quem perdeu a oportunidade na faixa etária recomendada, que é de 9 a 14 anos. Essa é uma estratégia importante para prevenir cânceres relacionados ao HPV e aumentar a cobertura vacinal”, afirma a gerente substituta da Rede de Frio da SES-DF, Karine Castro.

A estratégia faz parte da intensificação da campanha de vacinação contra o HPV e visa ampliar o acesso aos serviços de saúde, garantir a continuidade do cuidado e alinhar as ações ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). “O WhatsApp foi escolhido por ser um canal popular, de fácil acesso e já utilizado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para comunicação com a população”, explica a enfermeira da Gerência de Qualidade na Atenção Primária da SES-DF, Luana Rodrigues.

Entre os textos enviados, destaca-se a mensagem: “A vacina contra o HPV o(a) espera em uma UBS. O HPV é um vírus que causa lesões que podem evoluir para câncer e morte. Vamos juntos proteger quem você mais ama.” A SES-DF reforça que as mensagens não solicitam dados pessoais, sigilosos ou restritos. Além disso, é importante que os usuários respondam às mensagens, pois esse retorno contribui para que a Secretaria possa aprimorar continuamente o serviço de envio de informações.

O esquema vacinal para a faixa etária de 15 a 19 anos é de dose única. Na capital federal, o imunizante está disponível em mais de cem pontos de vacinação espalhados pelas regiões de saúde. A lista de locais pode ser conferida no site da Secretaria de Saúde.

Envio de mensagens para vacinação do HPV GDF

Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

O vírus

O HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode infectar tanto a pele quanto as mucosas oral, genital e anal de homens e mulheres. Embora a principal forma de transmissão seja por via sexual, com penetração desprotegida, o contágio também pode ocorrer pelo simples contato direto entre os órgãos genitais, mesmo sem penetração.

Em muitos casos, a infecção pelo HPV não apresenta sintomas, mas pode desenvolver verrugas ou lesões que, ao longo do tempo, podem evoluir para câncer. Pessoas assintomáticas também são capazes de transmitir o vírus durante relações sexuais desprotegidas. Vale destacar que, em alguns casos, as lesões provocadas pelo HPV podem levar até 20 anos para se manifestar.

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Prevenção é o melhor caminho

Estilo de vida aumenta risco de AVC entre jovens, alerta Saúde do DF

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Ao Vivo de Brasília
AVC - aneurismas - exames vasculares
Foto/Imagem: Freepik

Casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) entre pessoas com menos de 45 anos têm se tornado cada vez mais frequentes, chamando a atenção de especialistas para os riscos associados ao estilo de vida moderno. A combinação de fatores como hipertensão, sedentarismo, obesidade, tabagismo – inclusive o uso de cigarros eletrônicos – e controle inadequado de doenças crônicas está diretamente ligada ao aumento desses registros, segundo a neurologista e Referência Técnica Distrital (RTD) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Letícia Rebello.

“O AVC deixou de ser uma condição exclusiva de pessoas idosas. Hoje, vemos cada vez mais jovens sendo afetados por hábitos que colocam a saúde cardiovascular em risco”, alerta.

Além disso, a neurologista destaca a importância de diferenciar os tipos de AVC. “Existem dois tipos: o isquêmico e o hemorrágico. De modo geral, o AVC isquêmico é prevalente, representando cerca de 85% dos casos, enquanto os hemorrágicos correspondem a aproximadamente 15%”, explica.

A médica faz ainda uma observação sobre a ocorrência em pacientes jovens. “Nos casos de AVC hemorrágico, é importante considerar a possibilidade de malformações cerebrais, como aneurismas, ou malformações arteriovenosas, que podem levar ao sangramento intracraniano. Isso precisa ser investigado, especialmente quando o paciente não apresenta fatores de risco cardiovasculares conhecidos”.

A profissional de saúde destaca ainda o impacto da poluição ambiental. “Uma publicação recente da revista The Lancet aponta que a exposição à poluição do ar está relacionada ao risco elevado de AVC em todas as faixas etárias”.

Apesar da gravidade da condição, pacientes jovens costumam ter maior potencial de recuperação, como informa Rebello. “A idade, por si só, é um fator de risco independente para um pior prognóstico no AVC. Quando excluímos outras variáveis, como histórico familiar e comorbidades, apenas o fato de o paciente ser mais jovem já indica melhor chance de recuperação”.

A reabilitação, no entanto, depende da gravidade do caso. “Pacientes que apresentam AVCs mais severos — com perda de movimento, alteração de sensibilidade e fala — são encaminhados para um plano de reabilitação direcionado, que inclui fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acompanhamento por equipe de fisiatria. A boa notícia é que, entre os jovens, mesmo nos casos mais complexos, a recuperação tende a ser mais efetiva”, reforça a neurologista.

AVC

Arte: Agência Saúde-DF

Prevenção é o melhor caminho

A melhor forma de evitar o AVC — em qualquer faixa etária — é o controle dos fatores de risco cardiovasculares. “É essencial manter a pressão arterial sob controle, tratar o diabetes e o colesterol alto, manter um peso saudável, evitar o tabagismo e praticar atividade física regular. Além disso, é importante realizar avaliação médica periódica, especialmente se houver histórico familiar de doenças cardiovasculares”, orienta Rebello.

A SES-DF reforça a importância do diagnóstico precoce e da procura imediata por atendimento médico ao surgimento dos primeiros sinais de AVC, como formigamento, perda de força em um dos lados do corpo, dificuldade para falar ou entender, perda súbita da visão e dor de cabeça intensa sem causa aparente.

Em caso de suspeita de AVC, ligue para o SAMU 192 ou vá ao hospital mais próximo.

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