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Pouca procura

Escola pública bilíngue em Taguatinga ainda tem vagas em todas as séries

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Natiele Queiroz, de 13 anos, veio do Maranhão para Brasília há 24 meses. Foi a mãe quem decidiu deixar a terra natal para dar à filha um ensino melhor. A adolescente é surda e frequentava uma escola regular no estado de origem. No Distrito Federal, ela é um dos cerca de 140 alunos da Escola Bilíngue Libras e Português Escrito, em Taguatinga.

A unidade funciona desde julho de 2013 e oferece todas as etapas do ensino básico e educação de jovens e adultos (EJA). Devido à pouca procura, ainda há vagas para este ano em todas as séries.

“Em escolas regulares, os alunos chegam sem uma língua. Muitas vezes são filhos de pais ouvintes, com irmãos ouvintes”, explica a diretora da escola, Maristela Oliveira Bento. “A língua é muito importante para o desenvolvimento e a alfabetização de um bebê ou de uma criança surda.”

No caso de Natiele, foi a mãe quem aprendeu a língua de sinais e ensinou à filha. A menina conta que hoje a situação se inverteu. “Agora eu ensino o que sei e falo que ela precisa estudar mais”, brinca. Segundo a diretora Maristela, a adolescente evoluiu muito desde que chegou à escola. Ela cursa o quinto ano.

Turma de estimulação linguística precoce fechou

Por falta de procura, neste ano a escola precisou fechar a turma de estimulação linguística precoce, que recebia bebês de 6 meses a 3 anos de idade. A proposta é atender quem tem a deficiência o mais cedo possível, para que a criança tenha contato com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) durante todo o seu desenvolvimento e possa se comunicar.

De acordo com Maristela, para reabrir o serviço, basta um aluno. A matrícula, como em qualquer outra série oferecida, deve ser feita na secretaria da escola (QNH 1/3, AE 2), das 8 horas às 22h35, de segunda a sexta-feira.

A diretora diz que há uma intenção de estabelecer parceria com a Secretaria de Saúde para os bebês surdos sejam encaminhados assim que a deficiência for diagnosticada. “Se a criança tiver essa assistência desde pequenininha, ela vai ser bilíngue, e isso vai mudar a vida dessa pessoa.”

O atendimento de estimulação linguística precoce é prestado por uma professora surda. A unidade oferece o serviço tanto a quem não ouve quanto àqueles que têm alguém com a deficiência auditiva na família. Assim, a linguagem se desenvolve em casa também, e todos podem interagir.

Professores são fluentes em Libras

Antes de funcionar como escola bilíngue, a unidade era uma escola classe. Ela precisou ter as salas adaptadas para um tamanho menor, para que os alunos tenham facilidade de enxergar o conteúdo, e cada turma tem, no máximo, dez alunos.

Ainda existem turmas remanescentes do antigo modelo, mas sem novas vagas. Esses estudantes podem continuar na instituição, desde que optem pelo ensino diferenciado que o lugar oferece.

O conteúdo é o mesmo de instituições regulares, em um currículo adaptado. As aulas são ministradas em Libras, com bastante recurso visual, e o material é adaptado. A maior parte dos professores é fluente na Língua Brasileira de Sinais e, antes de trabalharem lá, passam por uma banca de aptidão.

Foi o amor pelos sobrinhos que fez a professora Francisca Boaventura procurar a nova formação há 16 anos. Em uma família de quatro docentes, nenhum sabia a língua e sentiram o quanto o trabalho poderia ser importante na vida das duas crianças que nasceram com surdez. “É gratificante perceber o potencial dos meus alunos, o aprendizado é constante, tanto para mim quanto para eles.”

Mairla de Maria Talles, que leciona educação física, é surda e chegou a ter aulas com parte da equipe responsável pelo projeto em Taguatinga. O caminho, conta, foi difícil, mas recompensador.

Como na estimulação, parte dos alunos de qualquer série pode ser ouvinte. É o caso de Laysa Geovanna Bustamante, de 7 anos. Os pais da menina, que cursa o segundo ano, têm deficiência auditiva e optaram por matriculá-la na escola.

Sentada ao lado de colegas que não ouvem, Laysa sinaliza que ama ir ao colégio. “Do que eu mais gosto é poder conversar com os meus amiguinhos.” Além disso, diz que é lá onde aprende mais a como se comunicar com os pais.

Português como segunda língua

A unidade ensina o português escrito como segunda língua. Segundo a professora Hellen Lucyanne Sousa, que ministra o conteúdo para o ensino médio, as aulas são dadas como se fossem a estrangeiros. “Minha preocupação não é que eles [os alunos] saiam daqui sabendo tudo de conjunção, artigo ou concordância. O objetivo é que façam uso da língua escrita para se comunicar.”

Única pública do tipo no DF, a Escola Bilíngue Libras e Português Escrito foi criada por meio da Lei nº 5.016, de 11 de janeiro de 2013.

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Salários de até R$ 6 mil

Semana começa com 717 oportunidades de emprego no Distrito Federal

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Ao Vivo de Brasília
Vagas de emprego DF
Foto/Imagem: Freepik

As agências do trabalhador do Distrito Federal oferecem 717 vagas de emprego nesta segunda-feira (5). Há oportunidades para quem tem ou não experiência, em diferentes áreas e com salários de até R$ 6 mil.

O posto que oferece a maior remuneração é o de Diretor de Finanças, para trabalhar em Taguatinga Norte. Há uma vaga para pessoas com ensino superior completo para o cargo de Analista Contábil.

Já o cargo com maior número de vagas abertas é o de Ajudante de Obras, no Itapoã. São 110 oportunidades para candidatos que tenham o ensino fundamental completo. Não é preciso ter experiência. O salário é de R$ 1.518, mais benefícios.

Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS) ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das oportunidades do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.

Empregadores e empreendedores que desejem ofertar vagas ou utilizar o espaço das Agências do Trabalhador para as entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo e-mail gcv@sedet.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).

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Formalizando a união

Abertas as inscrições para a 2ª edição do Casamento Comunitário 2025

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Casamento Comunitário 2025
Foto/Imagem: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), o Casamento Comunitário 2025 chega à sua 2ª edição com data marcada: 29 de junho. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas em vários equipamentos públicos do DF e também durante as edições do GDF + Perto do Cidadão. Ao longo do ano, estão previstas mais três edições do programa, com expectativa de beneficiar cerca de 400 casais em situação de vulnerabilidade — oferecendo a oportunidade de oficializar a união de forma gratuita, digna e inesquecível.

Na primeira edição do Casamento Comunitário 2025, realizada no início do ano, 101 casais disseram “sim” ao amor. Com mais três celebrações previstas — em 29 de junho, 31 de agosto e 7 de dezembro — o programa deve alcançar mais 300 casais até o fim do ano. Desde sua criação pelo Decreto nº 41.971/2021, o Casamento Comunitário já realizou o sonho de mais de 541 casais em 11 edições.

Para Anailton dos Santos, 28, e Tamiris Rodrigues, 35, que participaram da edição anterior, a iniciativa foi transformadora. “A cerimônia foi linda e mudou nossas vidas. Desde então, só conquistamos coisas boas”, contou Anailton. Tamiris reforça: “O casamento fortaleceu nossa relação. Sem o programa, não seria possível. Um casamento assim custaria pelo menos R$ 10 mil”.

O programa vai além da cerimônia: todas as taxas cartoriais são totalmente cobertas, e os noivos recebem gratuitamente vestidos, ternos, maquiagem profissional e até transporte até o local do evento.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou a importância de oficializar a união: “Embora a união estável seja reconhecida legalmente, o casamento proporciona benefícios exclusivos em determinados processos jurídicos. Além de oferecer gratuidade, nosso objetivo é tornar esse momento inesquecível para as famílias participantes”, afirmou.

Como participar

Entre os requisitos, é necessário ter idade mínima de 18 anos e atender às condições legais para o casamento, conforme o Código Civil (art. 1.521). Para se inscrever, os interessados devem comparecer a um dos locais definidos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30, munidos da documentação exigida. A entrega de documentos por terceiros não será permitida.

Locais de inscrição

* Praça dos Direitos da Ceilândia: QNN 13, Ceilândia Norte;
* Agência Na Hora: Setor Cultural Norte;
* Praça dos Direitos do Itapoã: Quadra 203, Del Lago II;
* Estação Cidadania do Recanto das Emas: Quadra 113, Lote 9;
* Edições do GDF + Perto do Cidadão: sextas-feiras, das 9h às 16h, e sábados, das 9h às 12h.

Documentação Necessária

Todos os casais devem apresentar:

* Comprovante de residência no Distrito Federal;
* Documentos pessoais: original e cópia do RG ou CNH, CPF e certidão de nascimento;
* Formulário de inscrição preenchido.

Documentos adicionais

* Divorciados: cópia do formal de partilha, contendo petição inicial, sentença e trânsito em julgado.
* Viúvos: cópia da certidão de óbito, certidão de casamento e formal de partilha com petição inicial, sentença e trânsito em julgado.

Declaração de Hipossuficiência

Todos os participantes devem entregar uma cópia da declaração de hipossuficiência de renda, conforme o modelo disponível no Anexo I do Edital.

Regras para testemunhas

As testemunhas também precisam apresentar:

* RG e CPF;
* Certidão de casamento (se casadas);
* Certidão de casamento com averbação de divórcio (se divorciadas).

Atenção: as testemunhas que comparecerem ao cartório não podem ser as mesmas que estarão presentes no dia da cerimônia.

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