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Dez anos da Lei Maria da Penha são lembrados em caminhada por Ceilândia

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Oitenta pessoas participaram neste domingo (7) de caminhada em Ceilândia para lembrar dos 10 anos da Lei Maria da Penha, completados hoje. A ação, organizada pela Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, ocorreu das 9h30 às 11 horas com o objetivo de chamar a atenção para a legislação que garante à mulher direitos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar.



Entre os participantes, uma vendedora de 30 anos, vítima de agressão do ex-marido, com quem conviveu por 12 anos. Em janeiro deste ano, quebrou o braço ao defender a cabeça de um golpe aplicado pelo antigo companheiro com uma barra de ferro.

Segundo ela, a violência era constante dentro de casa. “Hoje, entendo que estava em um vício. Eu apanhava e batia e achava aquilo natural.” Graças ao apoio psicológico recebido no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) de Ceilândia — para onde foi encaminhada depois de procurar ajuda no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) —, a vendedora participou da caminhada para mostrar a outras vítimas que é possível sair de uma relação abusiva.

Ela conta que, atualmente, sustenta os três filhos com a venda de salgados na frente de escolas. “Comecei esse negócio com R$ 3, comprando um saco com 12 salsichas. Dei três para os meus filhos. Com as outras, fiz salgados e vendi.”

Mulheres marcham para chamar a atenção para a Lei Maria da Penha
Às 9 horas, as pessoas começaram a reunir-se em frente ao Ceam, na QNM 2 de Ceilândia. Uma via da Avenida Hélio Prates foi fechada para que os participantes fizessem o percurso até o Restaurante Comunitário da região administrativa, cerca de um quilômetro de distância.

Para a secretária adjunta de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, da Secretaria do Trabalho, Vera Lúcia, a Lei Maria da Penha é um grande avanço para a sociedade brasileira. “Antes da legislação, havia uma carência em defesa para a mulher. Os casos existiam, mas eram julgados só como agressão e não havia a punição correta aos agressores nem o acompanhamento necessário às vítimas.”

De acordo com a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Lúcia Bessa, a ação teve o objetivo de reforçar os direitos femininos conquistados até hoje. “Há 20 anos, Ceilândia é a região administrativa onde mais se maltrata a mulher. A passeata vai dar visibilidade e pedir um basta às agressões.”

Em Brasília, foram registradas 13.798 ocorrências de agressões a mulheres em 2015. Até junho deste ano, 6.855 casos foram denunciados. Em 2007, quando a lei entrou em vigor, registrou-se apenas 879 ocorrências.

Campanha de conscientização sobre a violência contra a mulher
O governo de Brasília começou, há uma semana (31 de julho), campanha de combate à violência contra a mulher. O objetivo é estimular as pessoas a interferir caso presenciem alguma tentativa de agressão. Com a campanha, pretende-se que a população se posicione sobre o ato de violência e ainda que aumente o número de denúncias.

O público pode participar da ação promovendo a hashtag #eunaotoleroessecrime nas redes sociais. A campanha vai até 19 de agosto.

Onde buscar apoio e denunciar agressores de mulheres:

Centros especializados
De segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas

Asa Sul
Estação 102 Sul do Metrô
(61) 3323-8676

Ceilândia
QNM 2, Conjunto F, Lotes 1/3, Ceilândia Centro (ao lado da caixa d’água)
(61) 3372-1661

Planaltina
Entrequadras 1 e 2, Área Especial, Jardim Roriz
(61) 3388-0294

Asa Norte
Casa da Mulher Brasileira (601 Norte, Lote J), de segunda a sexta-feira, das 8 às 20 horas
O atendimento do Tribunal de Justiça, da Defensoria Pública e do Ministério Público na Casa é de segunda a sexta-feira, das 12 às 19 horas
(61) 3226-9324

Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
204/205 Sul
(61) 3207-6195

Disque 180
Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (funciona 24 horas diariamente)

Atualizado em 08/08/2016 – 09:11.

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