Corpo de Bombeiros do DF é pioneiro em prevenção de vazamento de gás
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O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal recebeu, na semana passada, a segunda unidade de uma câmera feita para uso em guerras químicas — a Second Sight. A primeira delas chegou em junho de 2014 e foi usada nos jogos da Copa do Mundo no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.
O equipamento faz com que a corporação seja pioneira na América Latina em prevenção de vazamentos de gás por meio de tecnologia. “Brincamos que as nossas são as únicas vermelhas; todas as outras utilizadas no mundo são verdes-oliva”, compara a chefe do Serviço de Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, capitã Lorena Athaydes.
Por meio da tecnologia de um software ligado à radiação infravermelha, a câmera detecta e identifica a nuvem de gás em um raio de 5 quilômetros, o que permite uma ação preventiva dos militares no caso de vazamento. “Ela mostra qual direcionamento devemos tomar antes da ocorrência”, define a capitã. “Se ocorrer algo em local grande, como o Estádio Nacional, conseguimos localizar o foco de vazamento em tempo real, o que torna o trabalho bem mais eficaz.”
Em simulação feita no Grupamento de Proteção Ambiental, os oficiais liberaram um cilindro com dióxido de enxofre para mostrar a câmera em ação. Eles vestiram uma roupa de nível máximo de proteção, em que todas as extremidades são vedadas. Em poucos segundos, a máquina disparou o alarme, e a imagem do computador mostrou a área tomada pelo gás em cores diferentes. “O alarme nos permite canalizar a equipe para uma atitude específica”, informa Lorena Athaydes.
Treinamento
Para líquidos e sólidos, são usados equipamentos que funcionam por meio da leitura de amostras e de raios infravermelhos. Os leitores contêm arquivos específicos que identificam os componentes e indicam as medidas emergenciais a serem tomadas.
O investimento para a aquisição de todo o material de proteção foi de R$ 7 milhões. Só as duas câmeras custaram R$ 2,5 milhões ao Fundo Constitucional do DF. Há outros dois tipos de sistema de detecção na corporação: o biológico, em que são analisadas amostras de possíveis agentes virais ou bacterianos que possam causar epidemias; e o radiológico, em que são definidas ondas de radiação por meio de equipamentos portáteis. “Sabemos a natureza da radiação, o quanto é emitido e a qual distância devemos ficar do foco.”
Segundo a oficial, há 40 militares habilitados a operar o novo equipamento. Em 10 e 11 de abril, a equipe dos bombeiros recebeu um representante da empresa francesa para treiná-los. “Estamos bem preparados para lidar com produtos perigosos”, afirma a capitã.
Atualizado em 14/04/2015 – 05:25.
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