Saúde

Combate à malária terá reforço de mosquiteiros com inseticidas

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A Região Amazônica vai receber, do Ministério da Saúde, 300 mil mosqueteiros impregnados de inseticidas de longa duração (MILD) como estratégia complementar ao combate à malária. A ação programada para este mês de novembro visa atender emergencialmente 364,5 mil pessoas de 34 municípios prioritários nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima e de nove Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) que concentram cerca de 80% dos casos de malária do Brasil.

Foram investidos aproximadamente R$ 4 milhões de reais para aquisição de 240 mil MILD modelo cama cônico e de 60 mil MILD modelo rede para complementar e apoiar as ações locais nos municípios e DSEIs prioritários. A ação é complementar “porque a principal estratégia é o diagnóstico e tratamento precoce, buscando evitar os óbitos e a gravidade da doença, assim como reduzir a carga de plasmódio circulante no território, visto que o único reservatório do agente que causa a malária é o ser humano”, explica Cássio Peterka, coordenador substituto dos Programas Nacionais de Controle e Prevenção da Malária e das Doenças Transmitidas pelo Aedes (CGPNCMD).

O controle vetorial integrado e seletivo busca reduzir a densidade de mosquitos infectados pelo plasmódio, nas áreas em que a transmissão ainda está ativa. Além das tradicionais técnicas utilizadas, como a Borrifação Residual Intradomiciliar e a Termonebulização espacial, o Programa Nacional de Controle da Malária recomenda a utilização de mosquiteiro impregnado com inseticidas de longa duração em áreas prioritárias.

Em 2011 e 2012, foram distribuídos mais de 1 milhão de MILD na região Amazônica. Por ser uma estratégia efetiva para prevenção e controle da malária, o Ministério da Saúde adotou esta estratégia com o objetivo de realizar aquisições e distribuição anual deste insumo.

Ações estratégicas

O Ministério da Saúde tem adotado uma série de ações estratégicas para o enfrentamento da malária, para cumprir as 4 diretrizes preconizadas pelo PNCM: Diagnóstico e Tratamento oportunos e de boa qualidade, Controle integrado e seletivo de vetores, Mobilização Social e Educação em Saúde, Identificação precoce e contenção de surtos de malária.

Para intensificação de ações de combate e controle da doença, foram repassados R$ 11,9 milhões em 2016 para nove estados localizados na região Amazônica (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), área que concentra mais de 99% dos casos de malária registrados no Brasil, para aquisição de equipamentos e veículos e distribuição aos municípios prioritários, para iniciar a reestruturação local das ações de prevenção e controle da malária.

Neste ano, foi publicada a Portaria nº 1.958, de 28 de junho, que autoriza o repasse de recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Estaduais e Municipais de Saúde, totalizando o montante de R$ 10,3 milhões, para custeio da intensificação das ações de controle da doença, aos estados e alguns municípios prioritários do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima.

Além do repasse de recursos extras e exclusivos para o combate à doença, a Pasta investe na ampliação do diagnóstico e garante o abastecimento dos estados em relação aos testes rápidos, e prevê uma ampliação de mais 20% da rede diagnóstica de malária no Brasil para 2019. O Ministério da Saúde garante, ainda, o tratamento completo pelo SUS e envia insumos para as ações de controle vetorial (inseticidas).

Casos de malária

A região Amazônica concentra mais de 99% dos casos de malária do Brasil, mas os demais estados também possuem áreas com a presença do vetor (áreas receptivas para malária), onde podem ocorrer a reintrodução da malária e surtos a partir de um caso importado.

Na região Amazônica foram registrados 144.146 casos de malária, de janeiro a setembro deste ano. Em todo o Brasil, dados preliminares revelam que, em 2017, foram notificados 194.425 casos de malária. Em 2018, no período de janeiro a setembro, foram registrados 144.710 casos da doença no país.

Depois de 10 anos de redução de casos, em 2017 o país apresentou um acréscimo de mais de 50% dos casos (comparados a 2016). No ano de 2018, este aumento continuou, mas com os investimentos e apoio do Ministério da Saúde, os estados e municípios já vêm demonstrando sinais de redução de casos.





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