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Centro toxicológico esclarece sobre lagartas encontradas no DF

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Matheus Oliveira/ Saúde-DF

O Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Distrito Federal (Ciatox-DF) divulgou, em nota, informações sobre as lagartas, ou taturanas, encontradas pela população no DF.

O documento relata que a maioria delas não causa acidentes hemorrágicos e foram identificadas como Automeris, gênero de taturanas pertencente à família Saturniidae.

Em caso de contato com o animal, deve ser obedecido o protocolo de primeiro atendimento:

  • Lavagem do local de contato com água e sabão neutro;
  • Utilização de corticóide tópico;
  • Ingestão de anti-histamínico e/ou analgésicos, se necessário;
  • Administração de compressas frias no local.

Lonomia obliqua A lagarta denominada Lonomia obliqua pertence a um gênero de lagarta espinhosa. O contato com suas cerdas pode produzir um acidente hemorrágico sistêmico e, às vezes, fatal.

Este gênero de lagartas, também da família Saturniidae, é encontrado com mais frequência no sul do país: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Nas últimas duas semanas no Distrito Federal ocorreram dois casos de contato de seres humanos com este gênero de lagarta. O veneno da Lonomia pode causar sintomas urticantes e hemorrágicos.

Os principais sinais e sintomas são:

  • Edema, eritema, enfartamento ganglionar;
  • Prurido local, dor local intensa em queimação;
  • Náusea, vômitos, diarreia.

Entre 8 horas e 72 horas do contato com essa lagarta, a pessoa pode apresentar equimoses, hematomas de aparecimento espontâneo ou provocados por traumas ou em lesões cicatrizadas, hemorragias de cavidade mucosa, hematúria, sangramentos em feridas recentes, hemorragias intra-articulares, abdominais, pulmonares, glandulares e hemorragia intraparenquimatosa cerebral (HIC).

Os acidentes com a Lonomia, são classificados como:

Leve: presença de sintomas locais como dor em queimação e bolhas; exames de coagulação normais; ausência de sangramento. O tratamento é basicamente sintomático. Observar por até 72 h.

Moderado: sintomas locais presentes ou não, exames de coagulação prolongados ou incoaguláveis, com ou sem sangramento (gengivorragia, equimose). O tratamento é sintomático e específico com cinco ampolas de soro antilonômico.

Grave: presença ou não de sintomas locais, exames de coagulação prolongados ou incoaguláveis, manifestações hemorrágicas em vísceras (hematêmese, sangramento pulmonar, hemorragia intracraniana) e/ou com alterações hemodinâmicas. O tratamento é sintomático, de suporte e específico com 10 ampolas de soro antilonômico.

Classificação – Os acidentes podem necessitar de reclassificação em até 72 horas, caso mudem os sinais e sintomas do paciente.

Na maioria das vezes, o caso moderado e grave que necessitam o uso do soro antilonômico já são classificados no primeiro atendimento após a realização dos exames laboratoriais: Tempo de coagulação (TC) – Tempo de protrombina (TP) – Tempo de tromboplastina Parcial Ativada (TTPA), com seus resultados alterados.

Acidentes moderados e graves, deverão ser reavaliados com a realização de exames 24 horas após o tratamento com o soro antilonômico, com nova coleta de sangue para análise de TC, TP, TTPA; hemograma e plaquetas; uréia, creatinina e urina EAS. A alta hospitalar só é recomendada com o resultado do exame TAP > 50% e função renal normal.

A liberação do paciente após atendimento por contato com a Lonomia deve ocorrer após 12 horas de observação, sendo realizados exames em 6 horas e 12 horas após o acidente, nos acidentes leves onde não haja sangramentos.

Caso na reavaliação tenha algum dos exames alterados o uso do soro antilonômico estará indicado. O soro antilonômico está disponível em todos os hospitais da rede pública da SES-DF.

Contato – Em caso de acidente com lagartas, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Distrito Federal (Ciatox/Samu) poderá ser acionado nos telefones 0800 644 6774 e 0800 722 6001.

Os contatos funcionam 24 horas por dia com profissionais de saúde capacitados para prestar o suporte necessário aos casos.





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