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Ação o ano inteiro

Agentes ensinam moradores a fazer vistoria semanal contra o Aedes aegypti

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Aedes aegypti - dengue
Foto/Imagem: Freepik


Em meio ao período de chuvas, agentes da Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) reforçam ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, chikungunya, zika e febre amarela. Os profissionais visitaram quintais de residências no Cruzeiro Velho para identificar possíveis focos e ensinar aos moradores o passo a passo de uma vistoria que leva apenas 10 minutos semanais para avaliação da casa e do quintal.

Para isso, o morador tem a ajuda de um checklist entregue pelo agente na visita. O panfleto mostra os cuidados necessários contra o mosquito e o acúmulo de água parada. Conforme a inspeção é feita, basta preencher o encarte, “dando check” nos itens cumpridos. Seguindo o manual, galhos e folhas devem ser retirados de calhas; pratinhos de plantas devem receber areia; pneus devem ser guardados em locais cobertos; e caixas d’água devem ficar tampadas, entre outras ações.

“Precisamos muito conscientizar o morador ou proprietário de que ele é responsável pelo seu imóvel. Nós passamos a cada 60 dias ou 90 dias, se ele não fizer essa inspeção e verificar se há depósito de água acumulada, nosso serviço é perdido, porque até a próxima visita vários mosquitos já terão nascido”, alerta o coordenador do Controle Químico e Biológico do Distrito Federal da Gerência de Vigilância Ambiental de Vetores, Animais Peçonhentos e Ações de Campo (Gevac), Reginaldo Feliciano da Silva Braga.

Na visita casa a casa, os agentes eliminam possíveis focos ou tratam prováveis depósitos de ovos do mosquito com o uso de larvicida. Um único ovo do Aedes aegypti consegue sobreviver até 400 dias sem contato com a água, só aguardando o primeiro momento de chuva para eclodir.

A rotina de inspeções ocorre também em comércios e órgãos públicos e é semelhante à realizada nas residências. “Fazemos a inspeção interna e externa olhando todo tipo de possível criadouro que possa acumular água. Plantas como bromélias, baldes, lixo acumulado, ocos de árvores, bebedouros de animais, degelo das geladeiras, todos os locais que acumulam água precisam ser inspecionados por nós e pelo morador [ou responsável pela área]”, reforça Braga.

Parceria com a população

Entre as ações permanentes adotadas pela saúde pública do DF para combater o mosquito estão o fumacê, o manejo ambiental, o controle químico, as inspeções dos agentes de vigilância a residências e o investimento em novas tecnologias, como as armadilhas ovitrampas. Todo esse trabalho, no entanto, só é efetivo com a colaboração e participação da população.

“O combate à dengue é diário. É essencial receber o agente de vigilância ambiental para fazer a inspeção e orientar o que deve mudar, como proceder. Isso é muito importante. É um trabalho conjunto”, explica a chefe do Núcleo Regional de Vigilância Ambiental Sul, Sandra Silva.

Como identificar os agentes?

O papel dos agentes é fundamental no combate ao mosquito e às doenças transmitidas por ele, por isso, é preciso permitir as visitas de rotina. Todos eles usam uniforme composto por camiseta branca e colete caqui identificados com o brasão do Distrito Federal, além da logomarca do GDF e o nome da Diretoria Ambiental em Saúde (Dival).

Os profissionais ainda utilizam crachá de identificação com logomarcas da Secretaria de Saúde do DF contendo nome, foto, matrícula e dados funcionais. Para checar as informações e se sentir mais seguro, é possível ligar no telefone 3449-4428 e confirmar a identidade do servidor.

Com os esforços contra a dengue, as equipes já inspecionaram, neste ano, 2.056.344 imóveis no Distrito Federal. Fernanda Costa Melo da Silva, de 41 anos, moradora do Cruzeiro Velho recebeu a visita de uma das equipes. Agora, após a vistoria, ela continua o trabalho de prevenção na residência.

“A dengue mata. É muito importante receber os agentes. Aqui em casa estamos sempre atentos, vendo se tem alguma vasilha com água parada, ainda mais nas áreas externas. Já tive dengue e foi a pior coisa da minha vida. Foi a única doença que me deixou de cama. Fiquei muito dolorida, com febre alta”, relata. “Faço de tudo para não sentir isso de novo. Muitos riscos podem ser sanados pela conscientização da população. Depende de nós também”, completa.

A agente de vigilância ambiental de saúde ‌Mirian de Souza ressalta que a cumplicidade com a comunidade é um diferencial e que muitos já estão habituados ao serviço. “As pessoas já conhecem o nosso trabalho e ficam mais à vontade para atender. Isso facilita porque separam um tempo para nos dar mais atenção, mesmo na correria do dia a dia. E a gente tenta se encaixar na rotina deles”, avalia.

Dengue no DF

Os principais sintomas da dengue são febre acima de 38°C, dor no corpo e articulações e atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite e manchas vermelhas no corpo.

Em 2023, até o começo de dezembro, haviam sido notificados 43.265 casos suspeitos de dengue, dos quais 31.997 eram prováveis. Houve uma redução de 55,5% no número de casos prováveis de dengue em residentes no DF se comparado ao mesmo período de 2022, quando foram registrados 67.950 casos prováveis da doença.

‌Checklist de 10 minutos para vistoria de imóvel contra o Aedes

  1. Retire galhos e folhas das calhas;
  2. Guarde garrafas com a boca viradas para baixo;
  3. Faça a manutenção de piscinas;
  4. Guarde pneus em locais cobertos;
  5. Mantenha lajes sempre limpas;
  6. Tampe tonéis e caixas d’água;
  7. Preencha pratinhos de plantas com areia e lave-os uma vez por semana;
  8. Mantenha os ralos sempre limpos e com telas de proteção;
  9. Estique bem as lonas de proteção para evitar acúmulo de água;
  10. Feche bem os sacos de lixo e coloque-os longe do alcance de animais;
  11. Limpe bandejas de geladeiras e ares-condicionados;
  12. Cheque se há acúmulo de água em outros objetos.

Dezembro Vermelho

Pré-natal do parceiro é essencial para a prevenção de ISTs na gestação

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Pré-natal homem parceiro gravidez
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O Dezembro Vermelho é uma importante campanha nacional de mobilização na luta contra o HIV, a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Neste contexto, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca que a transmissão do HIV e de outras ISTs pode ocorrer de mãe para filho, durante a gestação, no parto ou até mesmo durante a amamentação.

O Dr. Régis Kreitchmann, membro da Comissão Especializada em Doenças Infectocontagiosas da FEBRASGO, explica que durante a gravidez o risco de contágio pelo HIV é ainda mais grave devido à vulnerabilidade imunológica da gestante, que está mais propensa a infecções. “É um período em que é fundamental proteger a gestante de maneira rigorosa, seja com o uso de preservativos ou com medicamentos preventivos”, afirma. Ele destaca o crescente uso da profilaxia pré-exposição (PrEP), um medicamento utilizado para prevenir a infecção antes da exposição ao HIV, e a profilaxia pós-exposição (PEP), que pode ser usada em casos de violência sexual para evitar a transmissão.

O médico enfatiza a importância da realização de exames do parceiro quando há intenção do casal em engravidar e durante o pré-natal também. “O pré-natal do parceiro é fundamental, pois, se ele for soropositivo, podemos torná-lo indetectável, o que impede a transmissão para a gestante. O primeiro passo é evitar que a gestante seja exposta ao vírus, o que é essencial para a segurança dela e do bebê”, alerta.

Durante todo o pré-natal, os obstetras preparam as gestantes para a decisão sobre a amamentação. Embora a amamentação seja extremamente importante para a maioria das mães, representa um risco maior de transmissão do HIV, especialmente se a gestante se infectar durante o período de lactação. O Ministério da Saúde tem trabalhado nessa linha, reforçando a necessidade de proteger o bebê e evitando qualquer risco à sua saúde, especialmente após o sucesso do tratamento antirretroviral que visa reduzir a carga viral a níveis indetectáveis.

“Ainda que existam estudos que mostram taxas de transmissão mais baixas em gestantes com carga viral suprimida, o aleitamento materno continua sendo uma prática arriscada para mães com HIV. No Brasil e em muitos outros países, a recomendação predominante é o aleitamento artificial, utilizando leite em pó e água de boa qualidade. O aleitamento materno, para gestantes com HIV, pode comprometer a proteção que foi alcançada por meio do tratamento antirretroviral”, ressalta o médico.

Em casos muito selecionados, em que a gestante está com a carga viral indetectável há um longo período e a condição clínica é estável, a amamentação pode ser pontualmente considerada, mas essas situações são raras e precisam ser analisadas de forma individual. No entanto, de forma geral, a recomendação atual, conforme os protocolos brasileiros, é não amamentar, priorizando a segurança do bebê com a alternativa do aleitamento artificial.

A gestante com HIV pode ter um parto natural?

O especialista explica que gestantes que seguem o pré-natal especializado e realizam os exames necessários, incluindo o monitoramento da carga viral, têm grandes chances de ter uma gestação segura. A carga viral é monitorada, especialmente entre 34 e 35 semanas, para definir a melhor abordagem para o parto. Caso a gestante tenha uma carga viral abaixo de mil cópias, ela pode optar por um parto vaginal, sem risco de transmissão do HIV. A grande maioria das gestantes em tratamento antirretroviral durante a gestação alcançam uma carga viral indetectável, o que possibilita um parto normal sem complicações.

“Vale ressaltar que para as gestantes que não iniciaram o tratamento de forma adequada ou no tempo correto, a carga viral pode ser superior a mil cópias. Nesse caso, a cesariana é indicada para prevenir a transmissão do HIV ao bebê. A cesárea é agendada de forma controlada, e, nesse cenário, a gestante recebe medicação injetável (AZT) antes do parto, enquanto o bebê também faz uso de medicamentos após o nascimento”, pontuou o Dr. Kreitchmann.

Após o nascimento, os médicos realizam a avaliação da carga viral do bebê nas primeiras 24 horas de vida. Em seguida, o exame é repetido aos 1 e 4 meses de idade. Se todos os exames deram resultado negativo, o bebê é considerado livre do HIV.

É seguro usar a PrEP na gestação?

“É fundamental que as pessoas saibam que existe a possibilidade de utilizar a PrEP durante a gestação e o aleitamento. Os antivirais usados na PrEP são absolutamente seguros para a gestante, pois envolvem dois medicamentos que também fazem parte do tratamento contra o HIV. Eles são eficazes e altamente protetores. Quando usados corretamente, a PrEP oferece mais de 90% de proteção, o que equivale a uma eficácia semelhante à de uma vacina. Para garantir essa proteção, é essencial que a gestante siga rigorosamente o esquema de doses, tomando todas ou a maioria das doses recomendadas”, enfatizou o ginecologista.

A PrEP é particularmente importante em situações de risco, como quando a gestante tem um parceiro HIV positivo ou se encontra em contextos de maior vulnerabilidade. Nessas situações, a paciente deve ser considerada uma candidata à PrEP, e qualquer profissional de saúde pode, e deve, prescrever a medicação, garantindo uma proteção eficaz durante a gestação e o aleitamento.

Rede de apoio à gestante

Para gestantes que não se sentem à vontade para discutir o assunto com seus familiares, é importante buscar apoio em outros profissionais e organizações, como ONGs, que oferecem um espaço seguro para conhecer pessoas que estão enfrentando a mesma situação. A luta contra o HIV vai além das estatísticas e exige um suporte contínuo. Organizações como o Projeto Criança Aids desempenham um papel fundamental no apoio a famílias impactadas pelo HIV/AIDS, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social. A presidente do Projeto Criança Aids, Adriana Galvão Ferrazini, ressalta a persistência dos desafios globais relacionados ao HIV/AIDS, enfatizando a importância do apoio comunitário e institucional para combater esses obstáculos.

“Nossa casa é um espaço de pertencimento para essas pessoas, que enfrentam não apenas os desafios da doença, mas também a carga adicional do estigma. Nosso time acolhe, oferece suporte e acompanha o desenvolvimento dessas crianças e suas famílias. Não apenas na adesão ao tratamento com antirretrovirais, mas também no apoio e aceitação do diagnóstico, além de enfrentar a culpa que algumas mães carregam pela transmissão vertical da infecção aos filhos. Nosso compromisso vai além, ajudando, quando solicitado, na delicada revelação do diagnóstico para essas crianças e adolescentes”, destaca Ferrazini.

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118 mil casos por ano

Câncer de pele não melanoma afeta mais as mulheres, diz Inca

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Câncer de pele não melanoma
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O câncer de pele pode ser dividido em dois tipos: o não melanoma e o melanoma. O primeiro é mais frequente e menos agressivo do que o outro, e manifesta-se como uma lesão parecida com uma ferida, uma espinha, ou uma verruga, principalmente nas áreas expostas ao sol em pessoas idosas. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de pele não melanoma afeta mais mulheres, com cerca de 118.570 casos por ano, em comparação com os homens, que correspondem a 101.920 casos anuais.

Uma explicação para a maior incidência de câncer de pele não melanoma em mulheres é que mulheres costumam ir mais ao médico do que homens, possibilitando o diagnóstico mais frequente e mais precoce. Os cânceres de pele são causados, principalmente, pela exposição crônica à radiação ultravioleta emitida pelo sol, que tem efeito cumulativo na pele e vai provocando danos no DNA das células. Portanto, pessoas acima de 60 anos, que tomaram muito sol ao longo dos anos, têm um risco aumentado de desenvolver a doença.

Segundo o Dr. Denis Ricardo Miyashiro, dermatologista associado ao centro de Oncologia do Hcor, mulheres tendem a se expor mais à radiação ultravioleta em câmaras de bronzeamento artificial. “A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o uso de equipamentos de bronzeamento artificial devido ao aumento no risco de queimaduras, envelhecimento precoce e desenvolvimento de câncer de pele”, explica o especialista.

Ao considerar que o maior número de pacientes com câncer de pele faz parte da população acima dos 60 anos, é necessário se preparar para dar atenção a um número crescente de indivíduos por causa do envelhecimento populacional, incluindo orientações quanto a cuidados preventivos, diagnóstico precoce e tratamento especializado. “O risco de câncer de pele vai aumentando com a idade, mas existem alguns outros fatores relacionados ao surgimento da doença, além da radiação ultravioleta, como exposição a algumas substâncias químicas e imunossupressão causada por algumas doenças ou medicamentos.”

Ainda de acordo com o Dr. Denis, quando detectados precocemente, tanto o câncer de pele não melanoma quanto o melanoma são curáveis. Por isso, as medidas de prevenção e o acompanhamento dermatológico são fundamentais para a detecção precoce, quando há maiores chances de cura. O uso regular de protetores solares e proteção física (roupas, bonés, chapéus, viseiras) são as principais medidas para prevenir a doença.

“Também é importante se atentar para os horários de exposição ao sol, evitando entre 9 e 15 horas. Reaplicar o protetor solar periodicamente a cada 2-3 horas, especialmente se entrar no mar ou piscina, e se houver muita sudorese, principalmente após a prática de atividades físicas ao ar livre. Estas medidas devem ser adotadas mesmo em dias nublados”, finaliza o médico.

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