MPDFT
Violência doméstica: pesquisa identifica fatores de risco para feminicídios

Pesquisa inédita conduzida por integrantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) identificou os principais fatores de risco para a ocorrência de feminicídios. Os resultados indicam que, em todos os casos estudados, houve episódios de violência prévia, física ou psicológica. Em pelo menos 80% das situações, seis ou mais fatores de risco estavam presentes. É a primeira vez que estudo desse tipo sobre violência doméstica é realizado no Brasil.
Para esse trabalho, foram analisados os 34 feminicídios ocorridos no Distrito Federal em 2016 e 2017 no contexto de violência doméstica e familiar. Os pesquisadores estudaram prontuários médicos e processos judiciais anteriores envolvendo agressores e vítimas. Familiares das mulheres mortas também foram entrevistados.
A principal conclusão do estudo é que a avaliação de risco nos casos de violência doméstica é fundamental para evitar a ocorrência de feminicídios. Segundo os pesquisadores, “a compreensão e estimativa de risco de ocorrência de feminicídio em um caso concreto envolve a identificação de padrões de comportamento, características e circunstâncias que anunciam o perigo. Não existe um único perfil do autor de feminicídio no âmbito da violência doméstica. Contudo, existem características individuais do autor e da vítima que, associadas a elementos situacionais, aumentam o risco de um feminicídio”.
O promotor de Justiça Thiago Pierobom é um dos autores e explica que a pesquisa tem potencial de auxiliar na melhoria das políticas públicas e dos serviços oferecidos às mulheres em situação de violência doméstica. “O estudo permitiu a reconstrução dos casos de forma a compreender padrões de comportamento e circunstâncias associados aos feminicídios no Distrito Federal ao longo da trajetória de relacionamentos abusivos”, afirmou.
Números
Para chegar aos resultados, foram analisados dados sociodemográficos como idade, raça ou cor, estado civil, escolaridade, profissão, renda, local e situação de moradia, quantidade de filhos, vínculo com o agressor, tempo de relacionamento e naturalidade. Também foi usado o questionário de avaliação de risco, que contém perguntas sobre o histórico e as circunstâncias das situações de violência doméstica. O documento é preenchido quando a mulher registra a ocorrência na delegacia de polícia e orienta a atuação do sistema de justiça.
Foram avaliados 23 fatores de risco. Desses, o mais presente é o ciúme excessivo, reportado em 88,2% dos casos. Histórico de ameaça ou tentativa de matar (73,5%) e histórico criminal do agressor (64,7%) aparecem a seguir. Na média, em cada feminicídio estudado, havia 9,62 fatores de risco e, em 80% das situações, pelo menos 6. Em todos, pelo menos 3 estavam presentes. Agressões físicas leves, separação efetiva ou iminente e ameaça de matar ocorreram em pelo menos 60% dos casos.
Os aspectos socioeconômicos também são fatores de risco relevantes para a ocorrência de feminicídios. Tanto agressores quanto vítimas tendem a ter baixa escolaridade (a proporção dos que estudaram apenas até o ensino fundamental é de 61% e 41%, respectivamente). As mulheres tendiam a exercer atividades socialmente desvalorizadas (30% eram empregadas domésticas) e tinham renda média inferior à dos parceiros ou ex-parceiros. Em 14,7% dos casos, o agressor não tinha renda e, em 8,8%, passava por graves dificuldades financeiras. Além disso, em 20,6% das situações, havia algum conflito sobre partilha de bens ou questões patrimoniais.
Mulheres negras foram 77% das vítimas no estudo, o que indica a maior vulnerabilidade desse grupo. A condição socioeconômica das mulheres brancas era pior: a renda média era de meio salário-mínimo, contra 1,1 salário-mínimo para as mulheres negras. A maior renda de uma vítima branca foi de 1,5 salário-mínimo e, de uma vítima negra, 7,5. Essa diferença demonstra que, para mulheres negras, a cor se sobrepõe à situação econômica como fator de risco.
A pesquisa também evidenciou que, em quase metade dos casos (47%), a diferença de idade entre agressor e vítima era de dez anos ou mais. Esse dado também se relaciona com a renda dos envolvidos: nas situações em que o agressor era ao menos dez anos mais velho, a diferença de renda entre os dois chegava a cinco salários mínimos, em média. Nos casos em que a diferença de idade era menor, a disparidade de renda caía para 1,5 salário mínimo, em média.
O fim da relação é outro fator de risco significativo. Em 61,8% dos casos, as vítimas haviam se separado ou estavam tentando se separar; 26% já haviam sofrido ameaças para não deixar o agressor. Entre os casais que haviam se separado, o tempo médio entre o término do relacionamento e o feminicídio foi de 38 dias. O período mais longo foi de 150 dias e, no caso mais rápido, o crime ocorreu no mesmo dia do rompimento.
Contexto
No Distrito Federal, de 2006 a 2011, 35% das mortes violentas de mulheres ocorreram em contexto de violência doméstica. Em 77% dos casos, os autores eram ou haviam sido maridos, companheiros ou namorados das vítimas. Esse percentual é semelhante à estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a qual 38% das mortes violentas de mulheres no mundo são resultado de violência doméstica. Nos anos abrangidos pela pesquisa, o MPDFT recebeu 26.583 inquéritos policiais relativos a casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Para o promotor de Justiça Thiago Pierobom, a pesquisa indica de forma clara que há sinais que antecedem os feminicídios e que, portanto, trata-se de um crime evitável. “Compreender o contexto dos feminicídios e o histórico relacional é essencial para que os sistemas de segurança e de justiça possam ser mais eficientes em evitar a ocorrência dessas mortes”, conclui.

A partir de 11 de maio
Funcionamento do Metrô-DF será ampliado até 21h30 aos domingos

O governador Ibaneis Rocha anunciou a ampliação do horário de funcionamento da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) aos domingos. A partir de 11 de maio, a população poderá usufruir do transporte público das 7h às 21h30 nestes dias, enquanto atualmente o horário era das 7h às 19h.
Aumentar o horário de funcionamento das 19h para as 21h30 é uma sensibilidade do Governo do Distrito Federal (GDF) com a população e os trabalhadores, explica o governador Ibaneis Rocha: “Em conversa com o Handerson Cabral [presidente do Metrô-DF], alteramos esse horário para que os trens do metrô, a partir deste domingo das mães, passem a circular até 21h30, atendendo essa proposta das pessoas que precisam utilizar o transporte público [até mais tarde] também aos domingos”.
Com a determinação do governador, o novo horário de funcionamento do Metrô-DF passa a ser o seguinte:
– De segunda a sábado: das 5h30 às 23h30
– Aos domingos: das 7h às 21h30
– Feriados: das 7h às 19h
Inscrições até 04 de maio
IGESDF abre novo processo seletivo para enfermeiros; confira os cargos

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) responsável pela gestão do Hospital de Base (HBDF), Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Hospital Cidade do Sol (HSol) e pelas 13 Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) abriu inscrições para processo seletivo de cadastro reserva em dois cargos: Técnico em Enfermagem – UTI Pediátrica e Enfermeiro Administrativo – Educação Permanente. As oportunidades são destinadas a profissionais com formação específica e experiência comprovada na área.
Para a função de Técnico em Enfermagem – UTI Pediátrica, a carga horária mínima semanal é de 36 horas, com remuneração bruta de R$ 2.818,34. Entre os benefícios oferecidos estão auxílio transporte, alimentação (conforme Acordo Coletivo de Trabalho), clube de benefícios, abono semestral e folga no aniversário.
Já para a vaga de Enfermeiro Administrativo – Educação Permanente, a carga horária mínima é de 40 horas semanais, e a remuneração bruta é de R$ 5.187,84. Os benefícios são os mesmos ofertados para ambas as funções.
Requisitos
Entre as exigências para Técnico em Enfermagem estão diploma reconhecido pelo MEC, registro no COREN/DF, experiência mínima de seis meses em UTI Pediátrica e Unidade de Cuidados Paliativos, além de cursos específicos para cuidados de pacientes pediátricos críticos e paliativos.
Para a vaga de Enfermeiro Administrativo, é necessário possuir diploma de Enfermagem, pós-graduação em área da saúde, registro no COREN/DF e experiência de seis meses na área assistencial e na educação em saúde. Requisitos desejáveis incluem residência na área de saúde, experiência em simulação realística e atuação em Pediatria ou Oncologia.
Inscrições
As inscrições para ambos os cargos serão realizadas no período de 28 de abril de 2025 até 04 de maio de 2025. Os interessados devem acessar os editais e realizar a inscrição no site oficial do processo seletivo do IGESDF.
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