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Câmara Legislativa

Audiência reitera importância da educação no sistema socioeducativo

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Franco Moraes

Educação sem punição foi uma das principais bandeiras dos egressos do sistema socioeducativo que se manifestaram durante audiência pública que discutiu as fragilidades das unidades do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) do DF na tarde desta segunda-feira (18) em plenário. O Sinase (Lei federal 12.594/2012), instituído nacionalmente em 2012, adota medidas socioeducativas e privação da liberdade para adolescentes em conflito com a lei.

“Antes de ser um egresso, sou um pai de família, sou um filho, sou um cidadão brasileiro”, afirmou Jaconias Vieira Lopes, ao argumentar que todos devem ter uma segunda chance. De acordo com a também egressa do sistema socioeducativo Ravena Carmo, “profissionalização e preparação para o mundo lá fora são as principais reflexões do momento”. Ambos são educadores e considerados casos de sucesso do sistema.

“Aqui está a prova que é possível ressocializar os jovens”, disse o mediador do debate, deputado Ricardo Vale (PT), aos egressos do sistema socioeducativo presentes em plenário. Vale, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da CLDF, enfatizou que o tema “é polêmico, mas precisa ser enfrentado”.

O sistema socioeducativo deve estar integrado ao sistema educacional, na opinião do secretário de Educação, Júlio Gregório. Ele defendeu, inclusive, a participação dos jovens do Sinase no Enem. O DF tem um modelo particular na execução da política do Sinase, uma vez que congrega secretarias, como a Secretaria da Criança, explicou Francisco Brito, representante da Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

“A internação pode não ser a melhor resposta”, opinou Brito, ao lembrar que o DF é uma das unidades da federação que mais interna adolescentes em conflito com a lei. “Estamos perdendo a batalha da conduta socioeducativa para a repressiva”, na avaliação do defensor público-geral do DF, Ricardo Souza, que mencionou o crescente número de queixas de abusos e maus-tratos ocorridos nas unidades de internação.

Nesse sentido, deve haver mais servidores capacitados na área educacional atuando no sistema socioeducativo, segundo o defensor, que apoiou a nomeação dos aprovados no concurso da Secretaria de Educação, realizado em 2015, presentes nas galerias do plenário.

“A restrição de liberdade deveria ser a última medida a ser adotada na política socioeducativa, sendo que o caminho mais adequado é privilegiar a atuação em meio aberto, com medidas de acompanhamento, empregabilidade, capacitação e apoio à família”, considerou o secretário adjunto da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, Antônio Carlos Carvalho Filho. Em resposta às galerias, o secretário anunciou que serão efetivadas 88 vagas.

“A cultura institucional deve ser pedagógica e não prisional”, manifestou o vice-presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do DF (CDCA/DF), Fábio Felix. Ele lembrou que o conselho é um órgão de fiscalização e acompanhamento das políticas públicas. “O conselho é um espaço de conflito e de debate permanente” segundo Felix, mas é consensual a necessidade de “melhorar o sistema socioeducativo efetivamente todos os dias”. Para a deputada federal Érika Kokay (PT-DF), as meninas e os meninos do sistema vivenciam “a ditadura do medo”.

Acompanhamento – O deputado Wasny de Roure (PT) sugeriu a constituição de um grupo de parlamentares para realizar um “acompanhamento mais próximo” nas unidades do Sinase. O deputado Ricardo Vale (PT) concordou com a iniciativa e acrescentou que nova audiência deve ser realizada, mas com a participação dos adolescentes do sistema socioeducativo, que foram impedidos de participar do debate de hoje por decisão judicial.

Para além das algemas – Ainda na tarde de hoje houve a abertura da exposição de fotografias e pinturas “Para além das algemas” no foyer do plenário. Os trabalhos são frutos das oficinas do sistema socioeducativo.

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Salários de até R$ 6 mil

Semana começa com 717 oportunidades de emprego no Distrito Federal

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Ao Vivo de Brasília
Vagas de emprego DF
Foto/Imagem: Freepik

As agências do trabalhador do Distrito Federal oferecem 717 vagas de emprego nesta segunda-feira (5). Há oportunidades para quem tem ou não experiência, em diferentes áreas e com salários de até R$ 6 mil.

O posto que oferece a maior remuneração é o de Diretor de Finanças, para trabalhar em Taguatinga Norte. Há uma vaga para pessoas com ensino superior completo para o cargo de Analista Contábil.

Já o cargo com maior número de vagas abertas é o de Ajudante de Obras, no Itapoã. São 110 oportunidades para candidatos que tenham o ensino fundamental completo. Não é preciso ter experiência. O salário é de R$ 1.518, mais benefícios.

Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS) ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das oportunidades do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.

Empregadores e empreendedores que desejem ofertar vagas ou utilizar o espaço das Agências do Trabalhador para as entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo e-mail gcv@sedet.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).

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Formalizando a união

Abertas as inscrições para a 2ª edição do Casamento Comunitário 2025

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Casamento Comunitário 2025
Foto/Imagem: Jhonatan Vieira/Sejus-DF

Promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), o Casamento Comunitário 2025 chega à sua 2ª edição com data marcada: 29 de junho. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas em vários equipamentos públicos do DF e também durante as edições do GDF + Perto do Cidadão. Ao longo do ano, estão previstas mais três edições do programa, com expectativa de beneficiar cerca de 400 casais em situação de vulnerabilidade — oferecendo a oportunidade de oficializar a união de forma gratuita, digna e inesquecível.

Na primeira edição do Casamento Comunitário 2025, realizada no início do ano, 101 casais disseram “sim” ao amor. Com mais três celebrações previstas — em 29 de junho, 31 de agosto e 7 de dezembro — o programa deve alcançar mais 300 casais até o fim do ano. Desde sua criação pelo Decreto nº 41.971/2021, o Casamento Comunitário já realizou o sonho de mais de 541 casais em 11 edições.

Para Anailton dos Santos, 28, e Tamiris Rodrigues, 35, que participaram da edição anterior, a iniciativa foi transformadora. “A cerimônia foi linda e mudou nossas vidas. Desde então, só conquistamos coisas boas”, contou Anailton. Tamiris reforça: “O casamento fortaleceu nossa relação. Sem o programa, não seria possível. Um casamento assim custaria pelo menos R$ 10 mil”.

O programa vai além da cerimônia: todas as taxas cartoriais são totalmente cobertas, e os noivos recebem gratuitamente vestidos, ternos, maquiagem profissional e até transporte até o local do evento.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou a importância de oficializar a união: “Embora a união estável seja reconhecida legalmente, o casamento proporciona benefícios exclusivos em determinados processos jurídicos. Além de oferecer gratuidade, nosso objetivo é tornar esse momento inesquecível para as famílias participantes”, afirmou.

Como participar

Entre os requisitos, é necessário ter idade mínima de 18 anos e atender às condições legais para o casamento, conforme o Código Civil (art. 1.521). Para se inscrever, os interessados devem comparecer a um dos locais definidos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30, munidos da documentação exigida. A entrega de documentos por terceiros não será permitida.

Locais de inscrição

* Praça dos Direitos da Ceilândia: QNN 13, Ceilândia Norte;
* Agência Na Hora: Setor Cultural Norte;
* Praça dos Direitos do Itapoã: Quadra 203, Del Lago II;
* Estação Cidadania do Recanto das Emas: Quadra 113, Lote 9;
* Edições do GDF + Perto do Cidadão: sextas-feiras, das 9h às 16h, e sábados, das 9h às 12h.

Documentação Necessária

Todos os casais devem apresentar:

* Comprovante de residência no Distrito Federal;
* Documentos pessoais: original e cópia do RG ou CNH, CPF e certidão de nascimento;
* Formulário de inscrição preenchido.

Documentos adicionais

* Divorciados: cópia do formal de partilha, contendo petição inicial, sentença e trânsito em julgado.
* Viúvos: cópia da certidão de óbito, certidão de casamento e formal de partilha com petição inicial, sentença e trânsito em julgado.

Declaração de Hipossuficiência

Todos os participantes devem entregar uma cópia da declaração de hipossuficiência de renda, conforme o modelo disponível no Anexo I do Edital.

Regras para testemunhas

As testemunhas também precisam apresentar:

* RG e CPF;
* Certidão de casamento (se casadas);
* Certidão de casamento com averbação de divórcio (se divorciadas).

Atenção: as testemunhas que comparecerem ao cartório não podem ser as mesmas que estarão presentes no dia da cerimônia.

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